23.6.10

Clailton: único político feirense inelegível

O ex-prefeito Clailton Mascarenhas, que vez por outra ensaia aparições públicas e sobre quem eventualmente se insinua que pretende voltar a disputar eleições, é o único político feirense cujo nome consta na extensa lista de inelegíveis por rejeição de contas. A lista foi divulgada pelo Tribunal de Contas da União.

O nome de Clailton aparece quatro vezes. Mas não há detalhamento do processo. Apenas o número do acórdão e da ata da sessão do TCU em que o político teve suas contas rejeitadas. A lista tem nomes de gestores com contas rejeitadas desde 2002.

Clailton foi condenado em sessão de 03/07/2007 em função de convênio envolvendo recursos do Fundo Nacional de Assistência Social; em 26/02/2008 (ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome); em 29/04/2008 (Secretaria de Assistência Social do Ministério da Previdência e Assistência Social) e em 08/12/2004, onde consta apenas o nome da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, sem informação sobre o órgão transferidor.

O deputado Fernando de Fabinho também aparece na lista, em função de problema com as contas do tempo em que foi prefeito em Santa Bárbara, quando um convênio com a Fundação Nacional de Saúde no valor de R$ 140 mil deixou de ser executado, embora o dinheiro tenha entrado na conta da prefeitura. Fabinho foi denunciado pelo Ministério Público e responde a processo no STF, mas a defesa do deputado diz que a obra foi executada, embora com atraso.

A Bahia tem 700 nomes na relação do TCU e é o segundo estado que mais tem inelegíveis por rejeição de contas, perdendo apenas para o Maranhão, que tem 728 nomes. Em alguns casos, os políticos podem recorrer, quando a rejeição de contas se deu em função de erros técnicos e não de improbidade administrativa. Ao todo 4.922 políticos de todo o Brasil estão potencialmente inelegíveis. A palavra final sobre a candidatura dos que pretendam concorrer em outubro caberá ao TSE.

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O joio e o trigo eleitoral

(César Oliveira, na edição deste 23/06 na Tribuna Feirense)

Vivemos, atualmente, uma época de falência ética e imoralidade política. Enquanto tínhamos um debate ideológico, ao menos ocupávamos lados diferentes, defendíamos posições determinadas, ainda que as falhas existissem. Com o fim do comunismo como realidade política, os muros de separação ruíram e o único elemento agregador tornou-se o interesse pessoal.

Em nome da obtenção do poder, alianças inimagináveis, estupros ideológicos, se tornam uma realidade cotidiana, desacreditando o eleitor. Soma-se a isto a falência institucional e a impunidade que ronda os políticos, e temos um dos ambientes mais degradados de nossa história. Os deputados e senadores protagonizam escândalos ilimitados e boa parte tornou-se joguete nas mãos do presidente, a custo acessível, sem nenhum compromisso com o destino da nação e de seu povo.

A tendência do perfil das lideranças políticas é piorar. Os movimentos sociais e estudantis manietados e silenciados por verbas oficiais não formam mais líderes e o custo das campanhas afasta do sucesso eleitoral os cidadãos mais honestos e comprometidos. Estima-se que um voto esteja custando entre R$ 130 e R$ 140; uma campanha de deputado em torno de R$ 2 ou R$ 3 milhões; de senador R$ 5 a R$ 10 milhões. São custos inviáveis a quem não se curvar ao capital. Só conseguem este dinheiro aqueles já detentores de fortuna pessoal e os que vão aos cargos na defesa de seus interesses e aqueles – ao menos a maioria – que se comprometem em defender os interesses de seus financiadores.

O voto ideológico tornou-se escasso e o fato de existir uma minoria que se elege sem esta escravidão financeira não chega a redimir nosso modelo eleitoral.

Atualmente, a média dos partidos é de 30 a 40% de seus membros com processos na justiça pelos mais diversos tipos de crimes financeiro-administrativos e quanto mais recursos as campanhas consumirem, pior se tornará nossa capacidade de seleção. Algo precisa mudar no processo eleitoral ou separaremos o joio do trigo, mas continuaremos a eleger o joio.

Posted via email from Glauco Wanderley

22.6.10

Três mortos em acidente na BR 324

Três pessoas morreram nesta segunda-feira na BR 324 sentido Feira de Santana-Salvador, depois que a caçamba JNW 8037, placa de Feira, atingiu em alta velocidade carros que estavam parados, no quilômetro 527. Eram 6:20 da manhã. Uma forte neblina cobria a estrada e um outro acidente alguns quilômetros adiante já engarrafava o trânsito.

As vítimas estavam dentro do Corsa sedan JQR 5320, que ficou todo retorcido e irreconhecível. Morreram no local o chefe de gabinete da presidência da Câmara de Feira de Santana, José Ailton de Melo, 37 anos, a companheira dele, Maria Rosilene Silva Alves Almeida, 29 anos e o irmão dela, Antônio Carlos da Silva Alves, 17 anos. Os corpos presos nas ferragens só puderam ser retirados com auxílio de equipamentos que cortaram o que sobrou do carro.

Outros sete veículos foram envolvidos na batida e 10 pessoas feridas levadas para o hospital Clériston Andrade. Seis que tiveram ferimentos leves foram liberados ao longo do dia e outros quatro permaneceram internados para avaliação, mas a princípio sem correrem risco de morte.

O Corsa onde morreram os três passageiros foi o último a ser atingido pela caçamba, carregada com cevada. Ele foi prensado entre a caçamba e um caminhão baú e coberto pela carga de cevada, que se espalhou também pela pista. O motorista causador da tragédia fugiu e não foi identificado.

O inspetor George Paim, da Polícia Rodoviária Federal, informou que a caçamba vinha em alta velocidade, pois antes de parar esmagando o Corsa, bateu em outros cinco carros, jogando três deles para o lado oposto da pista, sentido Salvador-Feira.

“Quando vi a caçamba se aproximando no retrovisor joguei a direção para a esquerda, para desviar da carreta que estava na minha frente”, relatou o caminhoneiro Herbeson Mendes, que dirigia o caminhão baú. Esta providência salvou sua vida, porque mesmo sendo o penúltimo carro a sofrer o impacto do acidente, teve o lado direito da cabine destruído ao ser empurrado contra a carreta da frente.

A delegada Márcia Pereira, de Feira de Santana, apreendeu a caçamba de cevada e obteve a identificação do proprietário do veículo, que ainda ontem foi intimado para informar quem estava dirigindo.

A Câmara Municipal suspendeu a sessão que ocorria na manhã de ontem e decretou luto de três dias pela morte do funcionário. Nesta terça também não haverá sessão, que será retomada somente amanhã.

ENGARRAFAMENTO

O resgate dos corpos e o atendimento aos feridos mobilizou bombeiros, SAMU, Polícia Rodoviária Federal e a Via Bahia, empresa concessionária da BR 324. Durante algum tempo a rodovia foi interditada dos dois lados, o que provocou quilômetros de congestionamento. Mesmo com a liberação da passagem de um carro por vez, o engarrafamento chegou a 10 quilômetros no sentido Feira-Salvador. A liberação total da estrada só ocorreu quatro horas depois da batida.

As fotos de Valdenir Lima mostram as vítimas ainda presas ao Corsa destruído, a retirada da cevada da pista e o estado de outros carros que foram atingidos

 

Posted via email from Glauco Wanderley

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