5.6.09

A reforma no Clériston

Recebi da direção do Clériston Andrade nota com alguns questionamentos e esclarecimentos sobre o que foi publicado aqui a respeito da ameaça de greve dos residentes, que fazem cirurgias no hospital.
A direção afirma que, caso ocorra, a greve não irá prejudicar o atendimento. Isso porque as cirurgias são feitas pelos preceptores. “Os médicos residentes em cirurgias só realizam os procedimentos cirúrgicos acompanhados de um preceptor (médico oficial do quadro do HGCA). Desta forma, os procedimentos cirúrgicos continuarão sendo realizados normalmente, caso exista a paralisação dos médicos residentes em cirurgias”, diz a nota.
A palavra-chave para mim aqui é “normalmente”. Os médicos residentes não apenas olham o preceptor fazer a cirurgia. Eles atuam também auxiliando. Se entram em greve, a capacidade de atendimento estará sim prejudicada. Não é uma situação normal. Se o trabalho deles fosse tão pouco significativo, não teriam o prestígio de serem recebidos pelo secretário Jorge Solla, a fim de evitar a greve.
Outro ponto questionado pela direção do hospital é que afirmei erradamente que a obra começou ainda no tempo de Eduardo Leite como diretor. “As obras de ampliação e reforma do centro cirúrgico/obstétrico, foram iniciadas em agosto de 2008”, corrige a nota da direção.
De fato algumas obras ainda em andamento no hospital começaram na gestão de Eduardo Leite, mas não esta. Consultei o ex-diretor. Ele lembra que a obra em questão foi um pedido seu e que chegou a marcar uma reunião com a equipe da empresa contratada para o serviço. A reforma inclusive, segundo Eduardo, era condição para sua permanência no cargo. Ele saiu no meio de julho e a obra começou em agosto, como informa a nova direção.
Eduardo faz no entanto algumas ressalvas. Primeiro que só começaria o serviço mediante um acordo com o Dom Pedro, para que este hospital assumisse as cirurgias. Não apenas a obstetrícia, como foi feito. Segundo, que o prazo das obras era de seis meses. Ou seja, já está perto de dobrar o tempo previsto inicialmente.
Pior mesmo é a situação das obras da cozinha e refeitório. Estas sim, iniciadas ainda na gestão de Eduardo Leite e até hoje inconclusas.
Quanto às salas de cirurgia, prometem concluir em 30 dias.
Até lá o problema dos residentes vai ser tocado como der, como aliás tem sido administrado o Clériston e a saúde pública baiana (não vai aqui uma crítica à diretora Edilma Reis, tida por todos como pessoa séria, responsável e dedicada. Do jeito que as coisas são, nem ela nem ninguém tem condições de transformar o Clériston em algo que atenda os padrões de decência que deveria ter, caso houvesse mais respeito pela vida, pelas pessoas. É um problema cultural, não é exclusividade do Jorge Solla nem do PT. Aliás, só os publicitários que trabalham para o governo estadual têm esta condição. Para eles, o Clériston tem estrutura de primeiro mundo).

Educação ruim freia o desenvolvimento

Não adianta procurar explicações na crise, ou, no caso da Bahia, na concentração do PIB no setor petroquímico. O baixo nível educacional é o nosso grande problema econômico. Já que no Brasil a opinião vinda do exterior tem mais valor (outro sintoma do nosso atraso), veja o que diz a revista britânica The Economist.

Um artigo na edição mais recente da revista britânica The Economist traça um panorama da situação da educação no Brasil e afirma que a má qualidade das escolas, "talvez mais do que qualquer outra coisa", é o que "freia" o desenvolvimento do país.

Citando os maus resultados do Brasil no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), realizado a cada três anos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a revista afirma que, apesar dos grandes investimentos e progressos em setores como política e economia, em termos de educação, o país está "bem abaixo de muitos outros países em desenvolvimento".

A publicação compara a situação brasileira à da Coreia do Sul, que apresenta bons resultados no Pisa."Até a década de 1970, a Coreia do Sul era praticamente tão próspera quanto o Brasil, mas, ajudada por seu sistema escolar superior, ela saltou à frente e agora tem uma renda per capita cerca de quatro vezes maior".

Para a revista, entre os principais motivos para a má qualidade da educação no país está o fato de muitos professores faltarem por diversas vezes às aulas e os altos índices de repetência, que estimulam a evasão escolar.

Na opinião da Economist, o governo precisa investir mais na educação básica. "Assim como a Índia, o Brasil gasta muito com suas universidades ao invés de gastar com a alfabetização de crianças".

Para ler o restante do texto, publicado pelo UOL, clique aqui.

3.6.09

Eles não falam a mesma língua

Em coletiva na visita que fez a Ângelo Coronel e Coração de Maria, na segunda, o governador Jaques Wagner afirmou que a crise obrigou o governo a fazer um contingenciamento nas verbas das universidades estaduais.

No debate ocorrido na UEFS na terça, com o tema A Conjuntura Econômica e os Efeitos da Crise nas Universidades Estaduais da Bahia, o chefe de Gabinete da Secretaria da Educação da Bahia (SEC), Aderbal de Castro Meira Filho, garantiu que apesar dos desafios políticos e administrativos gerados pela crise, “foi acertado que tais medidas não recairão sobre as universidades estaduais”.

E mais: Wagner declarou que no ano passado, o governo aumentou em R$ 50 milhões a verba destinada às universidades estaduais. No entanto, o que se vê é a invasão de reitoria da UNEB, da UEFS, alunos em greve, alunos ameaçando entrar em greve, alunos sem professores e professores em greve.

Comprove a fala de Wagner no áudio abaixo, de apenas 18 segundos e siga lendo abaixo:

Porém, manifesto divulgado pela Adufs, a associação dos professores da UEFS, diz que “existe possibilidade de um colapso nas UEBA. Além dos rotineiros problemas financeiros, desde fevereiro há repasses em atraso. Algumas empresas (fornecedores e terceirizadas) ameaçam romper contratos e multas estão sendo pagas com recursos próprios das instituições.”

Acrescenta a Adufs. “Uma das conseqüências desse contingenciamento orçamentário é a falta de professores. Desde que assumiu, o governador Jaques Wagner prometeu autorizar concursos públicos para docentes e técnico-administrativos e, até o momento, não cumpriu. Apenas foram realizadas algumas seleções públicas que nem de longe atendem às necessidades das categorias. O quadro docente e dos servidores ainda é o mesmo aprovado em setembro de 2002.”

Diante da situação, os professores param as atividades na UEFS e nas outras três universidades estaduais nesta quinta-feira e seguem para a Governadoria em Salvador, para uma aula pública de protesto.

Protestos chegam ao Colégio Modelo

Os professores do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães também resolveram se manifestar contra a precariedade das condições de trabalho. Fazem uma paralisação por dois dias e estão levando o caso ao Ministério Público, em busca de providências.

Queixam-se da insegurança e dizem que a escola, com dois mil alunos, possui apenas um terço dos funcionários necessários para funcionar a contento.

Os colégios ditos Modelo, idealizados por Luís Eduardo Magalhães, que morreu sem concorrer ao governo para implantar a idéia, têm feito pouca ou nenhuma diferença na qualidade da rede estadual. Prova disso são os fracos resultados obtidos por seus alunos no Enem.

2.6.09

Greve adiada

Ontem os residentes do Clériston Andrade se reuniram com o próprio secretário de Saúde, Jorge Solla, em Salvador, numa tentativa de evitar a greve. O fato de terem conseguido uma audiência com o secretário mostra a gravidade da situação. São os residentes que fazem as cirurgias no hospital. Se eles pararem, quem vai atender as emergências que chegam sem parar naquela unidade? Seria o caos.

Por enquanto, as negociações continuam. O principal problema é que há mais de um ano foram desativadas salas de cirurgia no hospital para reforma, que nunca fica pronta. Com isso, os residentes fazem apenas as cirurgias de emergência, nas três salas que restaram. As eletivas são sempre adiadas, por falta de leito. E a formação dos médicos fica prejudicada, pois fazer as cirurgias eletivas também integra seu aprendizado.

A reforma foi iniciada na gestão de Eduardo Leite como diretor do Clériston. Eduardo Leite saiu em 15 de julho, ou seja, já vai fazer um ano. O médico César Oliveira postou em seu blog mais informações sobre o caos, digo, o caso.

O conflito de Rafael com Renato

Me cobram por email que fale do confronto Rafael Velame x Renato Ribeiro. É difícil ir além da lamentação sobre o fato. Porém omitir-se não é conveniente também, para não soar como covardia ou corporativismo, pois a briga é deveras condenável. Deram munição para alguns vereadores afirmarem cinicamente "tá vendo? Depois falam da gente!".

Entretanto, não sei como tudo isso começou. Vi sim, como leitor e ouvinte de ambos, ao longo de meses, provocações, respostas entre dentes e a formação de nuvens negras no horizonte que tendiam a desabar em forma de tempestade. Tiveram discussão pesada e algo mais ontem na Câmara, que não ficou muito claro pelo noticiário. O certo é que o embate requereu a entrada em cena da turma do deixa-disso.

Nada posso dizer sobre as razões de ambos. Nunca ouvi a versão de nenhum. Só sei do que publicamente foi falado e escrito. E é só sobre este ponto que considero que posso opinar. Acho condenável a postura de ambos, por levarem a público questões que não dizem respeito ao público. É difícil para todos nós jornalistas manter o foco sempre, mas é necessário. Jornalismo é um trabalho com função social. Diz respeito à comunidade e não a nossas questões pessoais. Não é papel de jornalista ou radialista usar os meios de comunicação para mandar recadinhos e indiretas, que o leitor ou ouvinte nem sequer entende.

Politicamente, perdeu o presidente da Câmara, Carlito do Peixe, ao convocar a Mesa para tomar decisão que poderia ter tomado sozinho. Se ele avaliou que Renato Ribeiro, como representante da instituição Poder Legislativo se comportou mal, poderia ele mesmo adotar as providências que achasse necessárias. Assim Carlito negou sua própria autoridade e diminuiu de tamanho diante dos seus pares e da comunidade.

1.6.09

A pré-candidatura de Gedel em Jacobina

Juntos com Wagner domingo no Pelourinho, esperando o anúncio de Salvador como sede da Copa, Gedel e João Henrique não poderiam estar mais distantes do governador do que estiveram na véspera. Em Jacobina, em mais um encontro regional do PMDB com vistas a 2010, Gedel tornou a fazer discurso de candidato e João fez as pesadas e costumeiras críticas ao PT.

Os peemedebistas da região, como era de se esperar, fizeram discursos a favor da candidatura do partido e também de uma aliança com o DEM. Inclusive com a inclusão do ex-prefeito José Ronaldo na chapa.

Veja em detalhes a manifestação que já se pode chamar de oposicionista, na reportagem do site Calila Notícias.

João inflamado, Gedel calculando, na foto de Raimundo Mascarenhas

31.5.09

SAC vai funcionar de 6:30 a 18 horas

A partir desta segunda-feira (1º), o posto do SAC de Feira de Santana passa a funcionar em novo horário. O atendimento será feito entre 6h30 e 18h, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, o posto não funcionará.

De acordo com a informação divulgada pelo governo do estado, de segunda a sexta, a média diária de atendimentos no SAC Feira de Santana é de 2,5 mil. Já aos sábados, a quantidade cai para 150 atendimentos. “O trabalho de racionalização da rede indicou a necessidade de fecharmos aos sábados. Com o ajuste de gestão será possível atender mais pessoas durante a semana, com o mesmo custo operacional”, explicou o superintendente de Atendimento ao Cidadão, Flávio Amorim.

SAC na internet: www.sac.ba.gov.br
Call center: 0800 0 71 5353

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