16.5.09

A candidatura de Graça

Em meio a um milhão de negativas da própria e do marido prefeito, começa a sair da casca a candidatura de Graça Pimenta. Temida por alguns da base governista como fator de desunião, e, por isso mesmo, ansiosamente aguardada por outros, que torcem para Tarcízio e Ronaldo tomarem rumos distintos.

Poderá Graça ser candidata sem provocar brigas internas? Provavelmente não. Assim como não pode o ex-deputado e hoje prefeito acomodar-se a um papel de coadjuvante. Nunca foi assim e não será, a não ser que Tarcízio decida um dia abandonar a política. Ele quer ter seu grupo, sua própria base e ninguém pode negar-lhe este direito. Por esta linha de raciocínio a candidatura de Graça Pimenta faz todo o sentido.

No entanto, há que se tomar muito cuidado e calcular com precisão o modo e a hora certa de arriscar entrar em atrito com os aliados. Será que o momento é 2010? Será que a própria mulher é a opção correta?

Quem é bom nestes cálculos é José Ronaldo. Porém neste caso, é claro, Tarcízio não poderá pedir sua ajuda para fazer as contas. Mas quem sabe conversando, eles se entendem.

MST testa Wagner

A invasão da fazenda Cruzeiro do Mocó em Feira de Santana neste sábado (16) pelo MST serve para que o movimento – e ao fim toda a sociedade baiana – saiba até onde pode ir com o governo Wagner.

Depois de patrocinar invasões diversas e ganhar recentemente do estado o transporte de volta para casa após ocuparem por vários dias repartições do governo – o que valeu até ação judicial da oposição contra a situação – os militantes dão um passo adiante, querendo tomar mesmo a propriedade do estado.

Os dirigentes do MST não seriam dirigentes se a eles faltasse inteligência ao ponto de cobrar que a Cruzeiro do Mocó seja uma fazenda produtiva. Não é nem pode ser e eles sabem disso. No entanto ela ajuda a tornar produtivas fazendas e roças, notadamente de pequenos produtores, que são os maiores beneficiários do trabalho de pesquisa desenvolvido pela EBDA. É para pesquisa que existe a Cruzeiro do Mocó. Sua invasão é um desserviço principalmente aos pequenos. Será que pequeno produtor também não importa para o MST?

Há notícias de que Wagner virá amanhã a Feira de Santana, para a comemoração dos 50 anos de vida sacerdotal de Dom Itamar. Ótima oportunidade para esclarecer qual o limite que imporá ao MST em seu governo.

As leis desmoralizam a justiça

“A polícia prende, a justiça solta”. Esta compreensão já está cristalizada na cabeça das pessoas. Fazendo matéria sobre o seqüestro do garoto na Queimadinha, tornei a ouvir a frase, da boca de uma senhora muito simples, que se mostrava também muito abalada com a situação.

O próprio delegado Madson Sampaio dias antes falara no rádio na mesma linha de raciocínio. Ele não culpava o Judiciário, mas a legislação, que abria brechas demais por onde escapam com facilidades os piores tipos. O delegado se referiu especificamente ao caso dos integrantes de uma quadrilha que assaltou várias casas em Feira de Santana. Indignado com a rápida liberdade obtida pelos marginais (começaram a sair em menos de um mês), ele lembrou que eles chegaram até a estuprar filhas diante dos pais.

O delegado Madson já deu incontáveis entrevistas em que ressalta sempre o respeito pela legalidade e pelos direitos humanos. Não pode ser confundido com algum defensor da prática do “prendo e arrebento”. Apenas defende que a legislação seja alterada.

De fato, do jeito que as coisas são, a lei torna o trabalho da polícia quase inútil, faz as pessoas descrerem da justiça e estimula a justiça com as próprias mãos.

Porém, os nossos deputados e senadores, que fazem as leis, estão ocupados demais para se envolver com os problemas aqui do nosso mundo inferior. Eles têm viagens a fazer, parentes para empregar, empresas fantasmas para constituir, dinheiro para desviar. É muito trabalho. Não dá tempo para tratar do que o país precisa.

Hoje a polícia apresenta os seqüestradores do garoto da Queimadinha. Até que dia eles ficarão presos?

14.5.09

Campanha constante

Depois dos outdoors espalhados pela capital e interior desejando um Feliz 2009, Geddel Vieira Lima agora ataca com propaganda personalizada para cada cidade. “Quem é amigo não esquece, parabéns Antônio Cardoso”, diz o outdoor na entrada da cidade, na BR 116 Sul. E assim ele vai comendo pelas beiradas e consolidando sua candidatura ao governo.

PS: Estou na estrada, fazendo matérias para o jornal A Tarde e em relativo "isolamento digital". Por isso a atualização do blog está meio comprometida até sábado.

Uma maneira de Tarcízio entrar para a história

O governo calcula que o déficit habitacional de Feira de Santana seja de 30 mil moradias, sendo que sete mil serão construídas por meio do programa Minha Casa Minha Vida. Com quase um terço do problema solucionado, seria sonhar demais zerar o déficit em quatro anos? Fácil não é, mas o governo municipal poderia aproveitar o embalo provocado pelo lançamento do programa federal e investir nesta meta. É algo concreto, palpável e com grande impacto social. Claro que tem também um grande impacto eleitoral, preocupação primordial de todo político. Além de garantir um lugar na história para quem conseguir o feito.

Aeroporto sem rumo

O Derba diz que o aeroporto João Durval Carneiro é responsabilidade da Agerba desde 2003. A Agerba diz que não é com ela, porque ela só tem responsabilidade sobre aquilo que é concedido e ninguém tem concessão para explorar o aeroporto de Feira. Foi o que ouvi dos dois órgãos, ao fazer matéria sobre a interdição ordenada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o jornal A Tarde. E olha que Agerba e Derba fazem parte da mesma secretaria, a de Infraestrutura.
Felizmente o secretário Batista Neves, pelo menos de boca, assumiu a responsabilidade. No programa de Carlos Geilson hoje (13), disse que vai fazer as obras necessárias para que o aeroporto seja novamente liberado pela Anac.

13.5.09

Frase de efeito

Pimenta nos olhos dos outros é colírio
Faixa que os professores municipais exibiam na manifestação ontem em frente à prefeitura.

Frase sem efeito

Sem educação de qualidade, Feira de Santana não é e nem nunca será princesa

A frase dita na manifestação dos professores pelo estudante universitário Jáder Dourado, é óbvia, mas ninguém liga.

12.5.09

Privatização na saúde

Sem dar detalhes, o radialista Dilton Coutinho anunciou no seu programa Acorda Cidade de hoje (12) que está sendo feito um levantamento nos hospitais municipais da Mulher e da Criança, com vistas a repassá-los à fundação Monte Tabor, que administra o Hospital São Raphael, entre outros.

Desde que não implique em prejuízos nem para os cofres públicos nem para o usuário, nada contra. A fundação tem um trabalho reconhecido de excelência e também atuação social importante.

Tarcízio nega tudo

O prefeito Tarcízio Pimenta deu declarações a Rafael Velame, negando toda a história que mencionamos abaixo, contada por Carlos Lima. Para Tarcízio é como se fosse um assunto completamente desconhecido.

Enquanto isso, continuam a aparecer problemas na área de saúde, remanescentes da gestão anterior, no tempo de José Ronaldo, quando Denise Mascarenhas era a secretária. São várias as questões que vêm sendo levantadas e carecem de esclarecimento.

Os próximos dias devem trazer explicações. Ou não. Pode cair tudo no esquecimento, especialmente quando as denúncias começam a se acumular, com uma apagando a outra.

11.5.09

Uma história que não pode passar em branco

O radialista Carlos Lima conta com riqueza de detalhes uma história cabeludíssima passada na gestão de José Ronaldo, na área de saúde. Um resumo ligeiro, só para dar uma noção do absurdo: equipamentos caros seriam licitados para o Hospital da Mulher. A licitação foi cancelada e reapareceu em seguida, cotando os mesmos pelo dobro do preço. E agora que o gestor, no atual governo, foi procurar, eles não existem. Sumiram.

A prefeitura pode desmentir o escândalo, mas terá que apresentar argumentação muito bem documentada, para dar conta de explicar ponto por ponto o que foi denunciado por Lima.

Ou, se confirmada a história, desmascarar os responsáveis, fazendo-os pagar pelo prejuízo aos cofres públicos.

Feira ajuda Salvador

O prefeito Tarcízio Pimenta ligou para o prefeito João Henrique e fez a proposta de uma campanha aqui na segunda maior cidade do estado, para ajudar as vítimas da chuva na capital. Segundo a notícia da Secretaria de Comunicação, o prefeito de Salvador, que é feirense, ficou surpreso e emocionado. Certamente chorou, como já é de costume.

“O prefeito João Henrique garantiu que fará questão de vir a Feira de Santana buscar os donativos. Ele agradeceu muito, principalmente em nome dos interioranos que residem em Salvador e que também estão sofrendo”, relatou Tarcízio Pimenta.

A campanha será iniciada nesta terça-feira, com todos os secretários, ocupantes de cargos de confiança e servidores efetivos doando um quilo de alimento.

O telefonema de Tarcízio ocorreu em meio a uma reunião com parte do secretariado e representantes de amplos e influentes setores da comunidade, como igrejas e clubes de serviço.

PREVENÇÃO

A prefeitura anunciou também hoje que começou a fazer limpeza de pontos críticos mais sujeitos a ter problema quando chove forte, começando pela avenida de Canal e se estendendo aos bairros.

A quantidade de chuva que cai em Feira historicamente não se compara com Salvador e por isso a tendência por aqui é não sofrermos tanto com a chuva. Mas é justamente porque a natureza neste ponto não nos fustiga tanto que é vergonhoso quando ocorrem problemas mais graves causados por chuva. Uma boa parte deles foi resolvida na administração de José Ronaldo. Por isso agora o certo é perseguir a meta de zero de problema com chuva.

10.5.09

Persona non grata?

Para justificar seu trânsito fácil junto ao prefeito Tarcízio Pimenta, o deputado José Neto já disse que a questão não tem nada a ver com aproximação política, mas sim com o fato de que com José Ronaldo não havia diálogo, atribuindo ao ex-prefeito o distanciamento.

Em longa entrevista ao repórter Jorge Bianchi na semana que acabou ontem, José Ronaldo disse o contrário. Contou que quando ainda estava no cargo, pediu audiência pessoalmente ao governador Wagner por duas vezes e outras três por meio de secretários do estado. Nunca conseguiu.

Será que o governo do estado não queria conversa com o ex-prefeito por considerar impossível cooptá-lo para suas hostes?

A SECOM e a dengue

Recebi do secretário de Comunicação, Edson Borges, o texto abaixo sobre postagem anterior deste blog, acerca da dengue. Segue na íntegra o texto de Edson, que comento depois em vermelho.

Caro Glauco Wanderley, o governo municipal respeita suas opiniões na nota “Cadê a dengue que estava aqui?”. Entretanto, também se sente no direito de salientar o seguinte:

Em nenhum momento, absolutamente, foi negado ou pelo menos se tentou “maquiar” a existência de uma epidemia de dengue em Feira de Santana. Muito pelo contrário, foi o próprio governo municipal quem chamou a atenção para o problema, em entrevista coletiva realizada no final de fevereiro deste ano.

Imediatamente, naquela data, se colocou em prática uma série de ações efetivas de combate à doença, o que não é preciso relembrar aqui, até porque a imprensa de Feira de Santana entrou de corpo e alma na campanha de enfrentamento da epidemia e, portanto, qualquer cidadão de Feira de Santana, bem informado que está das providências adotadas, pode atestar que a Prefeitura de Feira de Santana vem cumprindo o seu papel muito bem na luta contra a epidemia.

O recuo da epidemia em Feira de Santana é um fato, está alicerçado em dados científicos, sem embustes, sem blefes, o que pode ser checado a qualquer momento, por qualquer pessoa. Nesse período, anunciou-se três mortes por dengue em Feira de Santana que terminaram sendo desmentidas pelo devido exame sorológico, ou seja, cientificamente. E pelo menos até agora não apareceu nenhuma prova, também científica, de que a Secretaria Municipal de Saúde ou o Lacem tenha agido levianamente.

Muito obrigado,
Edson Borges, secretário de Comunicação

Digo eu, Glauco:

Em nenhum momento, absolutamente, eu disse que o governo "maquiou" os números. Estranhei no entanto a afirmação do próprio Boletim da Secom, de que os testes realizados nas pessoas que procuraram o centro de hidratação não mostraram dengue em nenhum caso. Mencionei também a recente morte, em que primeiro o secretário de Saúde concordou com a presença da dengue na paciente e no dia seguinte a prefeitura divulgou que, após testes, constatou-se que ela não tinha dengue.

Sobre o esforço do governo municipal no combate à doença, eu mesmo reconheci no texto como digno de maiores elogios.

Quanto a esta inexistência oficial da dengue nos exames feitos, não se pode negar que há algo de estranho. Rejeitando de antemão a hipótese da maquiagem, restariam pelo menos as alternativas abaixo:

a - existe outra doença rondando, que a população e os médicos tomam por dengue
b - é dengue mesmo, mas os exames estão mostrando resultados errados

Agora é Geddel

Agora é Geddel quem precisa dar explicações. Se bem que ele já disse, segundo o jornalista Fernando Rodrigues, que não tem nada a ver com o caso. Que caso? É que o secretário parlamentar do deputado Edgar Mão Branca, do PV, além de receber da Câmara, é piloto de avião. Piloto do avião particular de Geddel também. Ah! Edgar Mão Branca, que nomeou o funcionário voador, está na Câmara na vaga deixada por Geddel, quando este virou ministro. Mas parece que é só coincidência.
No momento em que posto esta nota, o assunto ocupa a manchete principal do maior e mais prestigiado portal brasileiro, o UOL.
Veja o vídeo abaixo:

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