26.6.09

Tradição em baixa

“Sambista não tem valor, nesta terra de doutor”, canta Paulinho da Viola. Forrozeiro legítimo parece que também não. Nota-se pela tabela dos custos das atrações que os tradicionais (mesmo os bambambãs como Adelmário Coelho e Flávio José) recebem muito menos. A julgar pelo gasto efetuado com Calypso (R$ 100 mil) e Leonardo (R$ 120 mil), quanto mais longe do forró melhor o cachê.

R$ 1 milhão pra São João

Junho é o mês das fogueiras. É o mês de queimar dinheiro.

A prefeitura não podia ficar de fora da tradição.

De acordo com a divulgação obrigatória dos atos oficiais no Diário Oficial, foram gastos com as atrações juninas R$ 984 mil (com a ressalva de que talvez tenham esquecido alguém, como ocorreu na Micareta).

Claro que a festa tem outros custos, então, sabe-se que o gasto superou fácil a casa do milhão.

Saiu dia 26 a relação dos cachês das estrelas, vulcões, cometas e bombinhas contratadas para tocar no São Pedro de Humildes, Bonfim de Feira e Jaíba. Somam R$ 517 mil. Junto com os artistas do São João de São José (outros R$ 467 mil), perfazem o total citado lá em cima.

Veja a lista de quem canta e por quanto canta em ordem de $$$ decrescente (se quiser ver maior, clique sobre a tabela).

Sim, as festas juninas custaram mais caro que a Micareta, cujos cachês ficaram beirando os R$ 800 mil.


A volta do que não foi

As postagens cessaram há dias porque “embarquei” segunda-feira para Lençóis mandado pelo jornal ATarde a cobrir o São João e só retornei na quinta-feira. As conexões pela Bahia adentro são caras e/ou precárias, de maneira que fica difícil atualizar o blog.

Digo “volta do que não foi” porque eu no forró fico mais deslocado do que o príncipe Charles no samba, então para mim é como se não tivesse mesmo ido. De qualquer modo, há o que apreciar, ainda mais na bela Chapada Diamantina, de onde aliás eu quase voltava dentro de um caixão, depois de me afogar.

Para desgosto de uns, permaneci e tentarei doravante colocar o blog em dia.

Espalhe

Bookmark and Share