23.5.09

Candidatura de Geddel é parte do plano nacional de Quércia

O ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, tem trabalhado intensamente para unir o PMDB em torno do apoio à candidatura de José Serra (PSDB) para presidente. Parte do esforço consiste em separar o PMDB do PT. Na Bahia, ele provoca o racha cobrindo Geddel de elogios e classificando-o como "a grande liderança da Bahia". Portanto, sua candidatura ao governo do estado seria inevitável.

Veja o que diz Quércia, em entrevista na revista Isto É desta semana:
Na Bahia, tenho conversado com o Geddel [Vieira Lima, ministro da Integração Regional]. Ele não é uma liderança da Bahia, ele é a grande liderança da Bahia. Então, qual a alternativa do Geddel? É ser candidato a governador.
Ele vai concorrer com o PT. Ele não pode perder essa oportunidade. Existe a oportunidade de o Democratas apoiar o Geddel.

Rotina de Tarcízio inalterada

O esforço de propaganda do governo municipal para colocar Tarcízio Pimenta como vítima de uma cruel e perigosa ação com intenções políticas, na qual ele teria corrido risco de vida, e sua família, que estava em casa, teria sido ameaçada, culminou com pequeno texto no Boletim Informativo onde se informou que, a despeito de tudo, o prefeito teve um dia normal de trabalho na sexta-feira.

Foi mesmo. Tanto que o dia terminou com mais um enfrentamento com os estudantes. Portando cartazes de protesto relacionados com a confusão do dia anterior, um grupo compareceu a uma formatura de Direito na UEFS. Dessa vez não houve confronto. Mas por precaução, o prefeito deixou de discursar, como estava previsto.

22.5.09

Parque da Lagoa: agora vai?

Anunciado em dezembro de 2007, iniciado em fevereiro de 2008 e abandonado no final do mesmo ano, o parque da Lagoa do Geladinho parece que vai ser retomado em junho. O governo marcou para o dia 8 de junho a licitação. Imagina-se que as obras possam começar ainda no próximo mês.

A construção do parque parou no final do governo José Ronaldo. A paralisação passou meio despercebida, porque o governo terminou numa tremenda correria para inaugurar outras obras vistosas, como os viadutos da Cidade Nova e Maria Quitéria, o Parque do Saber e o ginásio de esportes na avenida Transnordestina.

E o novo governo gastou quase todo um semestre entre anular o contrato e marcar nova licitação. Dizem que a empresa vencedora (CRL Engenharia) não conseguiu terminar a obra porque teve dificuldades financeiras. A anulação do contrato foi publicada em 13 de abril. Neste meio tempo, houve até a morte de um garoto por afogamento, já que a obra abandonada passou a ser usada como ponto de brincadeiras dos meninos das imediações.

As fotos abaixo mostram dois pontos de vista diferentes da mesma obra. A primeira é do blog de Adilson Simas, que alerta para a armadilha representada pelo espelho d'água meio encoberto. A segunda de Sílvio Tito, da secretaria de Comunicação, tenta mostrar a obra mais bonitinha e bem encaminhada.



Quem foi então?

Dez entidades assinam uma nota de esclarecimento dirigida aos meios de comunicação, para dizer que não apoiam nem participaram da manifestação de ontem quando o prefeito Tarcízio Pimenta foi impedido de sair em seu carro, que ficou bloqueado na avenida Getúlio Vargas em frente à Praça de Alimentação.
O email foi enviado pelo estudante de Economia da UEFS, Jáder Dourado, que ajudou a organizar a invasão no terreno vizinho ao bairro Limoeiro e tem participado de outros movimentos de protesto na cidade.
Agora que já apareceu um grupo significativo para dizer que não tem nada a ver com o protesto, precisa aparecer quem assuma a autoria.
Leia a nota abaixo na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Gostaríamos de tornar público que as entidades abaixo assinadas não participaram do protesto realizado no final da tarde do dia 22 de maio de 2009.

Somos a favor da redução da tarifa de ônibus, da reformulação do conselho de transportes e da planilha, bem como da meia passagem em dinheiro e com a identificação estudantil, sem o controle do SINCOL.

Entretanto, discordamos da tática utilizada ontem. Acreditamos que atitudes isoladas não fortalecerão o processo de luta contra a tarifa abusiva, mas servirão apenas para aqueles que querem tirar o foco dos problemas do transporte coletivo.

Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas (AMES)
Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas (ABES)
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES)
Grêmio Livre Estudantil Iara Iavelberg (Gastão Guimarães)
Grêmio Livre Estudantil do Colégio Georgina Erisman
Grêmio Livre Estudantil do Colégio Polivalente
Comissão Pró-Grêmio Livre Estudantil Manuel Lisboa (Ernesto Carneiro)
Comissão Pró-Grêmio Livre Estudantil Zumbi dos Palmares (Assis)
Comissão Pró-Grêmio Livre Estudantil do Colégio Luis Eduardo Magalhães
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)

21.5.09

Para o governo, cerco a Tarcízio foi político-partidário

A prefeitura divulgou nota oficial sobre a ação de estudantes que cercaram o carro do prefeito e impediram que ele saísse até que a PM acabou com o protesto.

O governo afirmou em texto publicado no site da prefeitura que a ação foi político-partidária e que os participantes não foram os estudantes e sim "agressores profissionais".

Conforme
nota oficial o gesto dos manifestantes "envergonha o município".

Leia a nota na íntegra abaixo:

Nota Oficial sobre a agressão sofrida pelo prefeito Tarcízio Pimenta



A política-partidária e sua conseqüente e salutar disputa ideológica nunca tiveram registros de violência em Feira de Santana, a não ser quando o Brasil viveu o período da ditadura militar. O Município sempre teve grandes lideranças políticas e acirrados embates, porém o povo pacífico desta terra sempre respeitou as regras do jogo democrático e a civilidade sempre está presente nas relações entre aqueles que vivem a vida pública.

A história da Feira de Santana, portanto, não há de tolerar jamais uma agressão como a que foi vítima, nesta quinta-feira, o prefeito Tarcízio Pimenta, principalmente porque foi protagonizada por um minúsculo grupo que tenta se passar por representante da categoria estudantil, mas cujo preparo está bem distante daqueles que têm a capacidade de usar a força dos argumentos, o poder da persuasão para encaminhar e defender suas aspirações.

O comportamento do grupo não pode ser considerado nem um pouco como um gesto de cidadania, como uma defesa de interesses comunitários, mas sim como uma atitude que envergonha o município, agride os mais básicos princípios das relações humanas e destoa completamente do que poderia ser uma autêntica manifestação de estudantes, centrada num comportamento exemplar de uma categoria que prima pelo preparo intelectual e não por iniciativas violentas.

Há ainda um grande agravante: informações colhidas pelo governo municipal revelam que, na realidade, a intenção do grupo era invadir a prefeitura e fazer o prefeito refém dentro do prédio. Mas como algumas medidas preventivas foram adotadas e o plano frustrado, eles, desesperadamente, partiram para a lamentável atitude de atacar o prefeito Tarcízio Pimenta na rua.

A Feira de Santana não aceita mais esse tipo de atitude.

A sociedade já não agüenta mais qualquer tipo de violência.
Governo Municipal de Feira de Santana

Sentindo na pele

Possivelmente poucas vezes o prefeito ou seus assessores já precisaram recorrer à PM em uma emergência. Precisaram ontem, quando Tarcízio Pimenta, César Orrico, Azevedo Júnior e o motorista se viram cercados dentro do carro por estudantes exaltados e tiveram uma ideia de como o cidadão comum sofre quando pede ajuda da polícia.

Azevedo Júnior se queixou de que ligou para o 190 e a PM demorou demais a chegar.

E olha que nos quadros da prefeitura há um oficial da PM licenciado, Flailton Frankles, secretário de Transportes e Trânsito. Azevedo atribuiu à influência e amizades do secretário na corporação a chegada da assistência que precisavam para sair do sufoco.

Estudantes bons de briga

Já faz mais de um mês que a passagem de ônibus subiu. Mas um grupo de estudantes continua mobilizado contra o aumento. Seus protestos já obrigaram o Sincol a colocar anúncio em programas de rádio, alegando que o aumento é para melhorar a qualidade do serviço.

São poucos os estudantes que protestam, porém incomodam. E nunca incomodaram tanto quanto no final da tarde e início da noite de ontem, quando fizeram o prefeito Tarcízio Pimenta refém em seu próprio carro por cerca de uma hora, em plena avenida Getúlio Vargas em frente à Praça de Alimentação.

A polícia tentou por muito tempo amigavelmente fazer com que saíssem na base da conversa, mas eles não cederam. Para não ficarem totalmente sem razão os estudantes tiveram o bom senso de deixar uma pista livre para a passagem dos carros que não tinham nada com a história.

O movimento tenta anular o aumento da passagem. Exigiam a marcação de uma audiência com o prefeito. O assessor de Tarcízio, Azevedo Júnior, que estava com ele preso no carro também, participou da negociação, antes de entrarem no veículo para tentar ir embora. Diz Azevedo que era impossível marcar ali, sem agenda na mão, dia e hora do encontro. Deu-se então o impasse que só a ação da polícia foi capaz de encerrar.

Segundo Azevedo Júnior, houve danos ao veículo e por isso o prefeito rumou direto para a delegacia, onde foi prestar queixa, já com a assistência do procurador municipal Carlos Lucena. Queixa contra quem? Bom, os únicos nomes que o governo possui são os das entidades presentes ao protesto e seus representantes. Nomes que foram anotados quando manifestantes e governo ainda conversavam. A assessoria do prefeito pegou os números para ligar posteriormente marcando a audiência.

Agora poderão ser processados. O militar Silva Neto, que primeiro tentou negociar e depois comandou a tropa que liberou o carro disse que fará um relatório do caso, pois entende que houve infrações à lei.

Os ânimos se acirraram. Entretanto, se continuarem acirrados, será pior para os dois lados.

Veja abaixo flagrantes do tumulto, feitos pelo fotógrafo Reginaldo Pereira.

Faixa exibe a lista de exigências

Os estudantes encheram o carro de adesivos

A polícia retira os estudantes e carro vai embora

Os tranca rua

Quer o vereador Roberto Tourinho proibir, por meio de lei já aprovada na Câmara, que obras em vias públicas sejam executadas em horário que prejudique o tráfego. Projeto inexeqüível, por sinal.

No entanto, os abusos com a paciência do público se dão em muitas outras ocasiões, patrocinados pelo governo e por opositores. Esta semana mesma foi pródiga em exemplos.

O prefeito João Henrique vem de Salvador receber as doações da campanha Abrace Salvador? Fecha-se a principal avenida da cidade, Getúlio Vargas, entre a Senhor dos Passos e a J.J. Seabra, em frente ao estacionamento da prefeitura.

Os professores querem dizer que desejam aumento maior do que os 5,6% propostos pelo governo e aprovados pela Câmara? Fecham o mesmo trecho de rua. E tome engarrafamento. Até na campanha política fecham a Getúlio Vargas para inaugurar comitê. É o costumeiro descaso com quem não faz parte da panelinha de quem organiza o evento, que mesmo só interessando a uns poucos, prejudica todos.

Ainda que com a ressalva de que educação, por exemplo, é assunto que diz respeito a toda a sociedade, esse tipo de protesto só causa antipatia, ao invés de angariar apoio para os professores.

20.5.09

Descamisados continuam dando as cartas na UEFS

O auto-denominado "Comando de Ocupação" dos estudantes que invadiram o prédio da administração da UEFS decidiu fazer algumas concessões, depois que conseguiram afinal se encontrar com o secretário de Educação, Adeum Sauer, em Salvador, com ajuda do reitor José Carlos.

Apesar da boa vontade, o reitor continua trabalhando fora de sua sala. Assim como muitos dos funcionários, que hoje ensaiaram até uma entrada na marra em seus locais de trabalho, mas acabaram dissuadidos. Cada um está espalhado por outros setores do campus, se ajeitando como der.

Antes de amanhã a situação não muda. É quando vai ocorrer a assembléia dos invasores, que divulgaram a nota pública abaixo, que está no site da UEFS e que reproduzo na íntegra. É impossível não ressaltar o tom da Nota, onde o "Comando" se coloca como dono do pedaço, no qual generosamente permite a utlização por alguns setores, mas por tempo limitado. Aliás, uma ênfase na autoridade muito maior do que aquela dada na nota oficial distribuída na véspera pela UEFS, assinada pelo reitor e pelo vice.

Um esclarecimento sobre o título: A palavra descamisados é porque os invasores estão tão à vontade, se sentindo em casa, que desfilam sem camisa pelo acampamento universitário.

Nota Pública do Comando de Ocupação - 20/5/2009
Feira de Santana, 20 de maio de 2009

Viemos informar que no dia 19 de maio de 2009 foram reabertas as negociações com o comando de ocupação tanto com a administração da UEFS quanto com o governo do estado, na figura do secretário de educação. Internamente, as negociações se encontram nas seguintes condições: foram entregues e apresentadas as propostas de minutas das bolsas auxilio especial, arte e cultura, extensão, monitoria e estágio acadêmico para a reitoria. A nossa atual reivindicação para esse ponto (proposta de minutas) é a realização de um CONSEPE extra-ordinário, na próxima semana, com pauta principal “apreciação das propostas de minutas” para que haja tanto a discussão na comunidade universitária sobre a nossa proposta quanto a devida apreciação. Externamente, as negociações se encontram nas seguintes condições: o secretário de educação aceitou a primeira proposição – marcou uma reunião de negociação para o dia 10 de junho, 9h, no prédio da reitoria, e estamos no aguardo das propostas do estado para as outras pautas para antes do dia 10 de junho. As pautas são: ampliação do valor e quantidade de bolsas, revogação da lei 7.176/97 e dia fixo e garantia do pagamento das bolsas.

É válido também informar que os seguintes setores estão em funcionamento na reitoria (a partir de uma solicitação da administração central e que o comando de ocupação compreendeu que no avanço das negociações são admissíveis):
funcionamento do setor de recursos humanos e setor de pessoal até está quarta 20/05), em função dos prazos para a entrega de documentação do enquadramento dos servidores, sendo que isto viabiliza a progressão e promoção na carreira. É importante ressaltar que esta também foi uma solicitação do SINTEST, sindicato este que está se solidarizando com a ocupação e manifestação dos bolsistas;
funcionamento por dois dias e doze horas (a contar das 15h do dia 19 de maio) dos setores responsáveis por viabilizar as formaturas da semana em curso;
funcionamento da Divisão de Assuntos Acadêmicos (apenas o setor que efetua a matrícula de sétima chamada) sendo que esta tarefa será executada fora do espaço físico da reitoria, ou seja, o setor será liberado apenas para o recolhimento do material necessário. A liberação ocorrerá na sexta-feira (22/05).

Comando de Ocupação
Coletivo de Bolsistas da UEFS
coletivobolsistauefs@gmail.com
http://coletivodebolsistasuefs.blogspot.com/

Quem é quem é?

É advogado.

Seu primeiro mandato foi como vereador.

Tem Neto no nome.

E acha que dar porrada é um método eficaz de resolver os problemas.

Não, não é o deputado do PT, José Neto. Este é exaltadíssimo às vezes. Porém jamais falou em bater em ninguém.

É o vereador David Neto, que ontem (19) na Câmara deu nova demonstração de fanfarronice e desrespeito pelo próprio mandato, pelo Legislativo e por toda a sociedade feirense, ao sugerir contratar alguém para dar uma surra (um corretivo, como ele preferiu chamar) em Zé Coió, por conta de um entrevero político do jornalista com o vereador Getúlio Barbosa (Coió criticou em seu jornal a postura de Getúlio, que respondeu com um anúncio nos jornais Tribuna Feirense e Folha do Estado).

Enquanto Getúlio discursava sobre o fato e falava que entraria na justiça, David Neto pediu aparte para indicar a surra como remédio, argumentando que ação judicial não adiantaria, porque o jornalista não tinha com o que pagar. Surra foi o remédio que David Neto aplicou no tio e que, com outras palavras, o corregedor, vereador Roque Pereira, disse que ele é livre para aplicar em qualquer um, desde que fora do recinto da Câmara.

Coió diz que David Neto está pensando que vive na Idade da Pedra e ficou de dar uma queixa na polícia contra o vereador valente.

PS: o lamentável episódio acabou tendo um lado engraçado, quando Rafael Velame teve a ideia de publicar que o vereador vai acabar se apossando do slogan do deputado petista. Confira.

19.5.09

Pavimentação custará R$ 1,5 milhão

Exatos R$ 1.595.954,72 é o custo apresentado pela empresa vencedora da licitação, para pavimentar as avenidas Maria Quitéria e Getúlio Vargas (esta somente na parte que falta, claro, entre os viadutos da João Durval e do Contorno).

Foram licitações separadas, porém ambas vencidas pela mesma Paisartt Construtora Ltda. Na Getúlio o serviço custará R$ 533.162,08 e na Maria Quitéria R$ 1.062.792,64.

O serviço será feito com CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), também conhecido
como asfalto a quente. Seja qual for o material ou a empresa, uma coisa tem que ser exigida: que o serviço seja tão bem feito quanto o do trecho asfaltado da Getúlio. Feito em 1994, no meio governo* de João Durval, dura até hoje, ao contrário de tantas outras pavimentações que estão por aí pela cidade se esfarelando.

* Meio governo porque ele renunciou à prefeitura para embarcar numa mal sucedida campanha para governador do estado em 1994.

Por falar em João Durval, quando é que a avenida de mesmo nome terá direito a uma pavimentação decente? Economicamente, sua importância não para de crescer, com novos estabelecimentos sendo construídos e inaugurados a todo momento. Mas o asfaltamento é vergonhoso.

O melhor destino para o novo hospital do estado

Começa a tomar corpo a discussão sobre a conveniência de implantar um grande Hospital da Criança em Feira de Santana quando a demanda é grande mesmo em outras áreas, que não a pediatria.

O assunto foi levantado meses atrás, na intrépida Tribuna Feirense, pelo médico César Oliveira, que também dá plantão na Bodega do Leegoza. Diz ele hoje: precisamos de um Hospital Geral, adequado aos padrões da modernidade e não remendado, incompleto e atrasado como o HGCA. O HGCA se tornaria emergência e Pediatria.

O novo comentário do médico e conselheiro veio a propósito de uma intervenção do líder governista Justiniano França, que levantou a mesma proposta na Câmara, quando também recebeu apoio de outros vereadores e sugestões honestas no sentido de fazer o melhor pela combalida assistência à saúde em Feira e região. Entre elas, por exemplo, a de Ângelo Almeida, de transformar o Hospital Municipal da Criança em Hospital do Idoso, já que a tendência é a estrutura se tornar redundante.

O Hospital da Criança do estado virou um cavalo de batalha durante a eleição de 2006 e por isso deve ser difícil para o governador Jaques Wagner admitir uma mudança de plano. Porém ninguém poderá se opor a esta mudança, se discutida com a sociedade, de forma séria e com argumentos profissionais e que envolva inclusive outras estruturas de outras instâncias, como o município.

Ridículo mesmo será insistir no Hospital da Criança e depois vê-lo vazio, enquanto a população padece no superlotado Clériston Andrade.

Estudantes descumprem acordo. Reitoria reage com carta

Os estudantes que acamparam na reitoria da UEFS, que reivindicam o pagamento da bolsa que está atrasada e alguns outros itens, de incumbência do governo do estado, descumpriram o acordo feito com a reitoria, de deixar funcionando alguns serviços essenciais.

Ao final de uma longa carta em que listam cada item da pauta de reivindicações e se posicionam sobre eles, o reitor e o vice, que assinam o documento, informam. "Na manhã deste dia 18 de maio, segunda-feira, fomos surpreendidos com a decisão dos estudantes que permanecem no prédio da administração central, de impedirem totalmente o acesso de professores e funcionários ao local, significando inclusive o não funcionamento dos setores previamente acordados com as lideranças do movimento, o que tem impacto inclusive no seguimento do processamento do pagamento das bolsas do mês de abril."

E o que a direção da universidade vai fazer? Da carta divulgada pela universidade não se deduz nada. Apenas uma menção um tanto vaga de que a reitoria não abre mão da própria autoridade. E como irão exercê-la? Querem a desocupação da reitoria? Não dá para saber.

Abaixo, a íntegra do comunicado oficial:

No último dia 14 de maio, quinta-feira, um grupo de estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana, que se autodenomina “Coletivo d@s Bolsistas da UEFS”, realizou manifestação na entrada da Universidade e, em seguida, se dirigiu até o prédio da administração central, onde foi declarada a decisão de “ocupação” do referido prédio como forma de enfrentar questões relacionadas direta ou indiretamente com as bolsas oferecidas pela Instituição.

Imediatamente, a Reitoria da UEFS se mostrou disposta a dialogar, dirigindo-se diretamente aos estudantes que estavam reunidos no prédio, apresentando documentos que comprovam a indicação de prioridade dos pagamentos aos bolsistas nos encaminhamentos feitos à Secretaria da Fazenda; prestando as informações sobre os procedimentos para o pagamento integral das bolsas do mês de março e de parte das bolsas do mês de abril, cujos recursos foram repassados pela citada Secretaria e já estavam nos processamentos de ordem bancária, e garantindo a não admissão de qualquer ato de retaliação, repressão ou perseguição aos bolsistas por conta do movimento.

Além disso, declarando a determinação de buscar os canais de negociação para pontos que não fossem passíveis de decisão interna à UEFS, a Reitoria imediatamente passou a contactar com setores políticos e administrativos do Governo do Estado para garantir condições de negociação.

A Reitoria se dirigiu também aos funcionários que trabalham no prédio da administração e manifestou o seu entendimento de evitar quaisquer atitudes que não contribuíssem para o clima de tranqüilidade e busca civilizada de diálogo, dispensando-os das atividades rotineiras enquanto perdurar a “ocupação”, exceto nos casos em que se definiu, juntamente com os estudantes, como imperativo ao funcionamento de setores considerados fundamentais para ações emergenciais.

No dia 15 de maio, sexta-feira, os estudantes apresentaram à Reitoria a “pauta unificada de luta e reivindicação”, composta de seis itens, conforme pode ser constatado no Portal da UEFS (www.uefs.br) e sobre os quais apresentamos os seguintes esclarecimentos:

"1) Vinda do Secretário de Educação do Estado da Bahia ao campus da UEFS (...) no sentido de resolução das pautas dos bolsistas”.

Após contatos que se estenderam durante o final de semana e que contaram com a intermediação do deputado estadual José Neto, o secretário Adeum Hilário Sauer apresentou proposta de receber os estudantes no Instituto Anísio Teixeira (IAT), no dia 19 de maio, terça-feira, em audiência das 14:30 às 15:30 horas.

“2) A necessidade do aumento do número e valor das bolsas (...).”

A Reitoria da UEFS apresentou proposta de aumento do número e valor das bolsas, já para o ano de 2008, e obteve parecer favorável de membros do Conselho ao qual caberia a deliberação, o CONSAD. O movimento estudantil da UEFS impediu a realização da reunião deste Conselho e a decisão sobre a questão passou a ser de competência do seu presidente, o Secretário Adeum Sauer, ao qual sempre foi apresentada a posição favorável da Reitoria da UEFS à aplicação de proposta de sua autoria, como não poderia ser diferente. Para o ano de 2009, novamente a Reitoria encaminhou proposta de aumento no número e valor das bolsas ao Secretário Adeum Sauer, juntamente com a solicitação de suplementação orçamentária devido à diferença entre o valor proposto e o valor aprovado para o orçamento da UEFS.

“3) A luta por ajustes relativos ao funcionamento das bolsas (mudanças no caráter das resoluções em vigor, redefinição de carga horária, etc.).”

Esta reivindicação já havia sido apresentada em outros momentos de diálogo com os bolsistas e a Reitoria já havia se posicionado pelo reconhecimento da competência dos Conselhos Superiores da UEFS para tratar da matéria e se comprometido a submeter à apreciação dos mesmos as propostas que fossem formuladas e apresentadas pelos representantes discentes nos conselhos ou pelas suas entidades representativas, o que até este momento não foi concretizado. “

4) Revogação da Lei 7176/97 (...)”.

É pública e notória a posição da Reitoria da UEFS a favor da revogação da Lei 7176/97, manifestada em todos os momentos em que isto se fez necessário e referendada pelo CONSU, que discutiu e apresentou à Secretaria de Educação proposta de Lei para a sua substituição.

“5) Estipulação e garantia de uma data fixa para o pagamento das bolsas”.

Todas as vezes em que esta questão foi posta por diferentes grupos de bolsistas, foi explicado que a Universidade não dispõe de mecanismos que assegurem data fixa para o pagamento, vez que o repasse financeiro é de competência da Secretaria da Fazenda do Estado. Documentação apresentada aos bolsistas comprova a prioridade que a Administração da UEFS dá ao pagamento das bolsas e também é assegurado a celeridade nos procedimentos de finalização dos processos após a disponibilização dos recursos financeiros.

“6) Combate a qualquer tipo de retaliação, repressão ou perseguição por parte de qualquer setor aos (às) bolsistas em greve (...)”.

Esta garantia já havia sido dada diretamente aos estudantes que se encontravam no prédio da administração central da UEFS.

Na manhã deste dia 18 de maio, segunda-feira, fomos surpreendidos com a decisão dos estudantes que permanecem no prédio da administração central de impedirem totalmente o acesso de professores e funcionários ao local, significando inclusive o não funcionamento dos setores previamente acordados com as lideranças do movimento, o que tem impacto inclusive no seguimento do processamento do pagamento das bolsas do mês de abril.

Diante do aqui apresentado, a Reitoria da UEFS reafirma:
- a disposição na construção de uma universidade mais democrática, sem abrir mão da autoridade que emana de decisão expressa da comunidade universitária;
- a convicção de que momentos como este agora vivenciados devem ser conduzidos com a tranqüilidade e a firmeza que possam resultar em aprendizados positivos para todos nele envolvidos;
- a compreensão de que representa o conjunto da comunidade acadêmica e não substitui as entidades representativas nas suas demandas específicas, nem são por elas substituídas na gestão da UEFS.

Feira de Santana, 18 de maio de 2009.

José Carlos Barreto de Santana Washington Almeida Moura
Reitor Vice-reitor

Doações e política

A motivação inicial pode ter sido 100% solidária, mas inevitavelmente a campanha Abrace Salvador, lançada pela prefeitura de Feira ganhou coloração política na tarde de ontem, quando as doações foram entregues. João Henrique trouxe os seus, incluindo alguns secretários municipais. Com ele veio Severiano Alves, deputado federal que o cerca para retornar ao PDT. De Feira estavam o ex-prefeito José Ronaldo, o ex-deputado Jairo Carneiro, o deputado Fernando de Fabinho, o esperançoso Carlos Geilson, o vice-prefeito e suposto candidato Paulo Aquino, tido como grande articulador das doações e outros mais que eu não terei notado.

Os discursos foram moderados, mas Ronaldo não perdeu a oportunidade de alfinetar adversários, ao dizer que Salvador por seu tamanho e importância, não recebe a atenção que merece do governo do estado e federal. Tarcízio e João Henrique, os outros únicos que falaram além do frei e do pastor, evitaram questões políticas, mas antes, em entrevista, João criticou o modelo de desenvolvimento, que ao não dar atenção para o interior, estimula as pessoas a irem para a capital, onde vão viver nas encostas, preparando o cenário para as tragédias que ocorrem em tempo de chuva.

O apóstolo João

Talvez sob o impacto das tenebrosas conseqüências das chuvas que caem na capital, o prefeito João Henrique em dado momento lembrou um líder religioso, ao discursar no estacionamento da prefeitura, agradecendo a doação feita pelos feirenses para os soteropolitanos e criando nova nomenclatura para descrever grupos políticos. “Marchamos para uma época onde não haverá mais direita e esquerda, mas pessoas do bem e pessoas do mal”, afirmou em tom profético.

Ainda bem que não disse “pessoas de Deus e pessoas do demo”.

18.5.09

Dinheiro público e Fluminense privado

Finalmente o prefeito Tarcízio Pimenta deu uma resposta à altura ao chororô dos dirigentes do Fluminense, lembrando-lhes, durante entrevista a Dilton Coutinho, que a prefeitura não é a gestora do clube.

O governo poderia até não dar nada ao Fluminense. Se o faz é porque demonstra um entendimento (correto, creio) de que deve ajudar algo que tem importância para a cidade. Mas toda vez que os dirigentes se queixam no rádio e no jornal sobre a suposta falta de apoio da cidade, incluem o poder público entre os que deveriam ajudar. O acordo do Flu com a prefeitura é de R$ 240 mil, conforme revelamos aqui no blog em 30 de abril. Uma quantia nada desprezível, talvez até acima do que deveria, considerando outras necessidades e prioridades.

Só para lembrar, ou informar aos incautos, a EJE é uma empresa, que visa o lucro. Nada de mal nisto. Mas como qualquer empresa, pode dar lucro ou prejuízo. É um risco que o investidor corre, embora tenhamos no Brasil o péssimo costume do Estado bancar o setor privado. Não adianta também apelar aos sentimentos dos empresários da cidade para que socorram um clube controlado por uma empresa. Para a EJE o Fluminense é um negócio. Para os outros vai ser filantropia, amor a Feira de Santana? É ruim.

Tempo perdido

Adivinha quem disse a frase abaixo:

A situação na Educação e na Saúde é muito grave e exige
um grande esforço do governo para recuperar o tempo perdido.

Acredite, foi Paulo Souto, no final de seu comentário de hoje (18) no programa Carlos Geilson. Pena que quando foi governador (duas vezes) não tratou o problema com a gravidade e o esforço que de fato merece, e que também não se vê no governo atual de Jaques Wagner.

Será que Paulo Souto está arrependido do que fez? Ou melhor: Do que não fez?

A propósito, no comentário ele também mencionou a segurança, outro problema grave de seu governo e que os petistas conseguiram tornar ainda pior.

Uma ressalva:
Na área de Saúde, que estava arruinada quando o PT assumiu, a gente vê o secretário Jorge Solla se movimentar. Mas o resultado ainda não aparece. Não sei se por conta da gravidade da situação encontrada ou porque o que se faz hoje também não está correto.
Mas na área de Educação, o governo petista (que a cada dia atrai mais ex-carlistas e colegas de Paulo Souto) é um zero à esquerda e à direita também.

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