11.7.09

PMDB assume que está em campanha

A ida do ministro Geddel Vieira Lima a Canudos, nesta sexta-feira, 10 de julho, para vistoriar obras da sua pasta, o Ministério da Integração Nacional, transformou-se em uma festa política. A recepção no aeroporto local teve estouro de foguetes, faixas, gritos chamando-o “governador” e a presença de lideranças do seu partido, o PMDB, de seis municípios vizinhos – Jeremoabo, Macururé, Monte Santo, Euclides da Cunha, Uauá e Ribeira do Pombal - este último representado pelo prefeito, José Lorenço. O presidente estadual do partido, Lúcio Vieira Lima, que já estava na região, também participou.

O parágrafo acima, é a reprodução na íntegra de matéria postada no site do PMDB, que já não faz questão nenhuma de esconder que Geddel está em campanha.

Se quiser ou precisar do texto completo, leia aqui

Oi, campeã das reclamações

O Procon de Feira de Santana divulgou a lista das empresas “mais reclamadas” de junho. As telefônicas, se destacam pro mal e entre elas, a pior é a Oi.

No gráfico abaixo, as 11 empresas que ocupam os 10 primeiros lugares em número de queixas. Delas, seis têm alguma coisa a ver com telefones. Clique na imagem para ver maior.


10.7.09

Atropelo vai frear transporte clandestino?

Quando um grupo de estudantes cercou o carro do prefeito Tarcízio Pimenta e impediu que ele saísse, na avenida mais movimentada da cidade, em horário de rush, os protestos contra o aumento das passagens se esvaziaram. Levantou-se uma onda de condenação ao ato e os estudantes, mesmo tendo razão em se queixar do preço e da qualidade do serviço de ônibus, ficaram sem razão por terem extrapolado o limite que a sociedade considerou aceitável.

Na mesma caótica área do transporte, só que desta vez clandestino, o caso extremo da quinta-feira, quando um agente foi atropelado por um motorista que transporta ilegalmente passageiros, poderá ter pelo menos o efeito benéfico de posicionar novamente a sociedade contra este descalabro e reforçar a disposição do governo em combatê-lo.

Transporte clandestino pode até começar com gente honesta e desempregada que descobre um meio de ganhar a vida. Mas sempre acaba na mão de máfias, porque, sendo ilegal, requer pagamento de propinas, disputa descontrolada por passageiros, por pontos e horários melhores, brigas internas e outras facetas que se escondem por trás de tudo que é ilegal.

Como não tem lei, prevalece a lei do mais forte e aos poucos tudo passa a ser decidido na força bruta. Se não for cortado, chega a hora em que o próprio poder público fica refém. É louvável que o governo atual queira encarar de frente o problema.

Sempre falei que se o transporte coletivo oficial em ônibus prestasse, não existiria nada disso. Nem moto transportando gente, nem as vans lotadas e legalizadas. Muito menos teria espaço para moto e carro clandestino. É fato que o ônibus não presta. Entretanto a única solução é fazê-lo prestar.

Melhor prevenir mesmo

A proibição de celulares e qualquer coisa que bata fotos nas cabines de votação foi adotada na eleição de 2008 no Rio de Janeiro, por conta do perigo representado por milícias e traficantes que tentavam obrigar as pessoas a votar em seus candidatos.

Agora emenda apresentada pelo deputado federal Sérgio Carneiro veda o uso de aparelho celular, máquinas fotográficas e filmadoras dentro das cabines de votação em todo o país.

A emenda foi acatada pelo deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), relator do Projeto de Lei 5.498/2009, que altera a lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096, de 1996) e a Lei 9.504, de 1997 (Lei Eleitoral), e estabelece normas para as eleições.

Ao apresentar a emenda, o parlamentar baiano considerou que o uso desses equipamentos pode caracterizar prova de "venda do voto", o que pode ocorrer mediante combinação prévia com o eleitor ou sob coação do candidato ou grupo político junto aos eleitores.

De cabresto eletrônico já bastam as retransmissoras da rede Globo nas mãos dos coronéis Brasil afora.

9.7.09

O trânsito, novamente

Porque escrevi queixando-me em forma de ficção sobre como são adotadas medidas em nosso trânsito, não quero que pensem, nem de longe, que estou defendendo a bandalha.

Longe disso, considero que nossos motoristas muitas vezes abusam e desrespeitam regras e pessoas. Pedestre em Feira de Santana sofre, porque seu direito é ignorado pelo motorista. Se não temos mais atropelamentos, é pelo medo, que faz os passantes se precaverem na hora de atravessar uma rua. Os motoristas são tão mal educados que às vezes é perigoso tentar parar numa faixa de pedestres e ser abalroado por trás. Buzinadas é quase certo que você vai levar.

No entanto, a condução do ordenamento do trânsito é evidentemente precária e a cidade toda se queixa. Basta ver quando fecham uma rua ou parte dela, para execução de obras da prefeitura ou realização de um evento. Tudo é feito de forma extremamente improvisada, sem aviso. Quando o carro está de cara para o bloqueio, é que fica sabendo que não pode passar. Resultado: mais engarrafamento e risco de acidente.

A Getúlio Vargas, antes mesmo do asfaltamento, está dificílima de atravessar a pé. Claro que vai requerer a colocação de fiscalização eletrônica, como já está previsto (pelo menos neste caso vamos escapar dos quebra-molas). Eventualmente – ou futuramente – serão necessárias até sinaleiras para pedestres atravessarem em segurança. De minha parte, se toda a avenida tivesse a velocidade limitada a 60 km não seria nada absurdo.

Mas que o ordenamento do trânsito é um problema a resolver, é. Falta profissionalismo? Falta. E a fixação dos radares com limites de 50 km na descida dos viadutos e 60 km na Cidade Nova são um exemplo gritante disso. A prefeitura anunciou que onde era 50 vai passar a ser 60, mas não falou em mudança em relação ao trecho do chamado “Ronaldão”. O que ouço é que o estrambólico radar já provoca subutilização da passagem que liga as avenidas José Falcão e Transnordestina. No sentido UEFS, tem gente desviando pela pista que margeia o Centenário para alcançar a rótula, para não correr risco de ser flagrado pelo radar.

Feira teve um acelerado crescimento econômico nesta década e as facilidades do crédito multiplicaram em pouco tempo o número de carros e motos. O problema, portanto, é novo. Entende-se que é necessário um período de adaptação e aprendizado. Mas já está na hora de encará-lo com a seriedade e a qualificação que requer.



Foto Bernardo Bezerra - SECOM

Os comentários nos blogs

Dimas Oliveira se justifica em nota em seu blog por moderar comentários. A essa altura, nem deveria precisar. Todos que mantêm blogs ou sites que permitam comentários, sabem da quantidade de abusos que nos chegam escondidos na comodidade – ou covardia – do anonimato.

As pessoas tentam usar as páginas de comentários para semear intrigas, xingar seus desafetos ou pura e simplesmente fazer molecagem. Blogs são essencialmente pessoais, personalistas mesmo, cheios de opinião misturada à informação. Ninguém tem que gostar nem concordar com o que se diz. Mas tem uma solução bastante simples e muito mais digna do que ficar fazendo futrica. Fazer um blog também. É de graça em inúmeros provedores deste serviço na internet. Recomendo o Blogger, do Google. Interessados, inscrevam-se aqui: https://www.blogger.com/start

8.7.09

Wagner sobe o tom e responde indiretamente a Geddel

O governador não citou nomes, mas dá para ver que já reage às ultimas declarações de Geddel.

Disse na solenidade de entrega de ambulâncias hoje (medida aliás criticada por Geddel como equivocada): "Os adversários de sempre e os apressados de agora estão muito enganados. Já disse para não misturar [confundir] minha educação, que aprendi com meu pai, e a humildade, com covardia."

Leia mais aqui

Empresários pedem por Ildes

ABAV (Armando Sampaio), Associação Comercial (Cloves Cedraz), CDL (Alfredo Falcão), CIFS (André Regis Andrade) e Fórum Empresarial (Manoel Cordeiro), assinam nota de apoio a Ildes Ferreira, endereçada ao governador Jaques Wagner.

É que toda vez que algum partido pensa em aderir ao governo Wagner, fala logo que quer a secretaria de Ciência e Tecnologia (que antes não despertava cobiça de ninguém), como pagamento pelo apoio. O PDT primeiro, o PSC depois e Ildes vive “perdendo o cargo” pelos jornais.

Depois de muitas ameaças não concretizadas, as lideranças empresariais feirenses resolveram se manifestar, declarando o seguinte:

“As entidades representantes das classes produtoras de Feira de Santana manifestam apreensão diante das freqüentes noticias na imprensa, abordando a eventual substituição do Prof. Ildes Ferreira - representante do nosso município no Governo do Estado - da titularidade na SECTI - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Profissional altamente competente, comprometido com o desenvolvimento do Estado na área de abrangência da SECTI, nossa expectativa e reivindicação é de que o mesmo continue a serviço da Bahia, na condição de titular da Pasta.”

Pelo que se viu até agora nessa novela, parece que Ildes não cai mais. Só sai quando o PMDB sair, coisa que para mim são favas contadas. Só ninguém sabe quando será.

PS1: Eu me permiti corrigir o texto, que trazia uma crase em “a serviço”. Já o trema foi assassinado na reforma ortográfica recém implantada, mas eu gostava muito dele e tal qual as classes produtoras, resisto a abandoná-lo.

PS2: Por que eles se autodenominam “classes produtoras”? Eu tenho pra mim que quem produz mesmo são as classes implicitamente classificadas como não-produtoras, ou seja, os empregados.

Geddel não quer dúvidas sobre candidatura

Como tinha falado que ainda não podia declarar sua candidatura porque o PMDB ainda tem encontros regionais a realizar antes de anunciar a decisão final, o candidato a governador Geddel Vieira Lima foi questionado pelo radialista e professor Elsimar Pondé se ainda havia possibilidade de compor com Wagner.

Pra quê!?

- Será que estou falando grego? – estourou o irritadiço peemedebista. – Me permita a franqueza, eu acabei de dizer que estou trabalhando para ser candidato a governador. É esta a possibilidade que existe. É esta que estamos trabalhando. O trabalho que o partido está fazendo, que o partido está sinalizando, é pela candidatura a governador da Bahia – tratou logo de deixar bem explícito.

Na verdade Geddel já tinha deixado isso bem claro na segunda, quando autorizou Dilson Barbosa a entrevistá-lo chamando-o de “candidato”.

O ministro está em peregrinação pelas rádios baianas, já entrando na fase de divulgação mais aberta da campanha, o que inclui expor algumas ideias de governo e acentuar as críticas à administração de Jaques Wagner.

Já falou esta semana também em Santo Antônio de Jesus. Leia aqui

7.7.09

Clóvis Nunes, secretário da Paz

Ele já circula com desenvoltura por diversos setores da administração municipal. E esteve à frente da conferência que tratou da política de segurança pública. Estes já poderiam ser indicativos de que Clóvis Nunes, conhecido por organizar anualmente a Caminhada da Paz tinha chance de ser o titular da secretaria de Prevenção à Violência, promessa de campanha de Tarcízio Pimenta, ainda não implementada.

Mas a maior pista foi dada pelo prefeito em entrevista ontem a Dilton Coutinho no Acorda Cidade, quando Tarcízio se utilizou do vocabulário típico do indicado.

Primeiro o prefeito negou que o secretário será o delegado Madson Sampaio: – Não, não, não, não. Não será delegado de polícia. Será uma pessoa já com envolvimento na sociedade e que tenha experiência muito boa nessa área de prevenção e cultura de paz.

Hoje, falando na rádio Subaé, Tarcízio não quis admitir a escolha. Afirma que só pretende anunciar em agosto. Framário Mendes perguntou diretamente: – Esse nome pode ser o Clóvis Nunes?

– É um nome também que pode estar sendo avaliado. É uma pessoa capacitada, um homem de bem, trabalhador, experiente e é um dos nomes que pode estar constando nas análises. É uma pessoa muito capacitada.

Geddel detona governo Wagner

Muito mais do que repetir sua disposição de ser candidato ao governo e até autorizar o entrevistador a chamá-lo de candidato, o ministro Geddel Vieira Lima fez pesadas críticas à administração de Jaques Wagner, em entrevista no rádio em Feira de Santana. Por tabela, ensaiou uma lista de prioridades no que seria uma eventual administração sua.

Foi nesta segunda (06) no programa Bom Dia Feira, conduzido pelo radialista Dilson Barbosa. O detalhe é que a assessoria de Geddel é quem está procurando as rádios para se oferecer.

Você pode ouvir um trecho editado de quatro minutos, com o principal da entrevista, clicando no player de áudio abaixo.

Destaco a seguir algumas frases do discurso de Geddel, que não dá mais para chamar de aliado. É discurso de oposicionista.

“Em Barreiras tem assalto à luz do dia.”

“A deputada me chamou para participar de uma vaquinha para comprar viatura para o município de Itapetinga.”

“Um estado que tem um orçamento de mais de R$ 22 bilhões, por mais dificuldade que possa enfrentar, prioridades bem organizadas as soluções aparecem.”

“Como pode em outros estados e não pode aqui? Acho que pode. É só vontade de fazer.”

“Saúde não pode ser apenas distribuição de pequenas ambulâncias entre os municípios.”

“Tem dinheiro. Bem aplicado, bem fiscalizado, bem trabalhado o orçamento do estado é significativo, desde que seja prioridade.”

“A administração financeira do estado não está sendo conduzida com a competência que eu gostaria.”

“Como é que R$ 2 bilhões em caixa virou um rombo de mais de R$ 1,5 bilhão?”

“Evidentemente eu faria diferente.”

“Do jeito que está é que não pode continuar.”


6.7.09

Medida preventiva contra gripe suína

A Organização Mundial de Saúde jogou a tolha em relação ao controle da propagação da gripe suína. Mas eu que reclamei da falta de ação da secretaria de Saúde quero registrar - com atraso - a informação divulgada pela prefeitura quarta-feira, dia 01.

Dizia o boletim informativo da Secretaria de Comunicação que "a Secretaria de Saúde vai começar nesta semana uma série de visitas às agências de turismo locais para solicitar informações sobre viagens de feirenses a países que registram casos da influenza A, também conhecida como gripe suína.

Os técnicos querem saber a data de retorno de turistas ou empresários que forem aos Estados
Unidos, México, Argentina ou Chile, entre outros países que apresentam altos índices de
contaminação pela doença. De acordo com enfermeira Erenildes Marques de Cerqueira, da Vigilância Epidemiológica de Feira de Santana, o objetivo é acompanhar os casos suspeitos da gripe, para descartar ou confirmar uma possível contaminação.

“Aquelas pessoas que apresentarem quadro clínico característicos da doença, como febre e tosse, passarão a ser monitoradas”, afirmou a enfermeira.

O PT ficou a cara do Sarney


Teatro do absurdo

(Sala do Controle de Trânsito. Chefe e Capadócio conversam com ar de preocupados)

– As pessoas não param de reclamar do trânsito. Nada do que a gente inventa agrada – observa o capacho.

– Claro. Nós queremos botar ordem. Fazer cumprir a lei. Eles querem bagunça – rebate o chefe. – O que mais a gente pode fazer para consertar isso? Você já viu como sobem e descem voando os nossos viadutos? Nem ao menos apreciam a paisagem.

– Não é tanto assim. As multas até que diminuíram, as pessoas estão respeitando...

– Não diga bobagem – interrompe o Chefe. – E a gente vai viver do quê? São muitas panças pra alimentar nessa autarquia. – Eu tenho uma ideia. Vai lá no viaduto J.J.J.J. Observa qual a velocidade pra subir e descer. Faça o teste você mesmo.

(o Chefe fica só, falando com seus botões)

– Agora eu mato dois coelhos com uma cajadada só. Disciplina pra uns, multa pra outros. Essa não falha.

(Sobe o BG daquela música com som de caixa registradora, Money, do Pink Floyd. Enquanto o Chefe sonha o Capadócio volta).

– Fui lá. A rampa é alta. Pra subir a gente chega logo em 60 Km e aí desce no embalo e já viu. Eu não olhei direito no velocímetro pra não bater o carro.

– Já basta. Volta lá e coloca uma placa de 50 km e um radar. Rápido. Fica olhando e amanhã me conta o que viu.

(dia seguinte, mesmo cenário e personagens)

– Cadê o relatório?

– Foi um horror, chefe. Com medo do radar e dos 50 km o povo começou a subir devagar, devagar. Quem vem atrás é burro e buzina em pleno viaduto. Eu mesmo fui tentar e é ruim demais! Tem que descer pisando no freio. Olha meu carro lá fora, amassado, que entraram no fundo. Teve uma senhora que foi subir devagar demais, o carro começou foi a querer descer. Ela puxou o freio de mão e o carro ficou empacado no meio do viaduto, não subia nem descia. Daí ela também ficou travada. Fez uma fila atrás e o carro só saiu depois que ela trocou de lugar com a amiga que estava de carona, porque a dona não tinha coragem de soltar o freio de mão na ladeira...

O Capadócio dramatizava tanto que não via o brilho de felicidade nos olhos do Chefe. Só acordou quando ouviu:

– Maravilha, melhor do que eu pensava. Perfeito. Tá vendo? Acabaram os excessos. Vamos fazer isso nos outros viadutos iguais àquele.

Tentando agradar a qualquer custo, o Capadócio se converteu logo ao novo sistema e apresentou duas idéias.

– O senhor tá lembrado que o tráfego de carroças foi proibido lá? Então? Se a gente liberar as carroças pra subir aquelas rampas, vai ficar perfeito. Ah, e lá no Nova Cidade, que tem aquela pista bem larga, que não tem cruzamento de carro, nem passa ninguém a pé, que tal se a gente colocar também um radar, logo depois do pedaço que o pessoal acelera pra subir? 50 km! Nossa! Todo mundo só passa ali a 100 km. Vai ser um sucesso!

O Chefe pensou, pensou e respondeu: – Olha, eu tô entendendo as tuas intenções. Mas como eu sou uma pessoa boa e sensata, vamos esquecer esse negócio de liberar a passagem de carroça lá por cima. E na Nova Cidade, a gente pode botar o radar, tudo bem. Mas pra provar que eu sou bonzinho, vai ser 60 km. Pode ir.

Espalhe

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