3.9.10

O caso Verônica vai derrubar @dilmabr?

O sonho do PSDB é fazer da violação do sigilo de tucanos e especialmente da filha de José Serra algo que possa provocar mudanças na tendência do eleitor de dar a Dilma Roussef a vitória no primeiro turno.

Mas é difícil traduzir o assunto em linguagem popular. Sigilo fiscal, declaração de Imposto de Renda, são temas que não querem dizer nada para, digamos, 80% do eleitorado. Tanto é assim que os programas de ontem do PSDB fizeram um esforço para explicar o caso em palavras mais simples. “É como se roubassem a senha do seu banco ou vasculhassem suas gavetas”, disse mais ou menos o apresentador do programa.

Ainda que compreendida a gravidade do caso, suponho que será pouco para mudar a vontade do eleitor. É um episódio (ou alguns) isolado, contra uma experiência de vida.

A maioria dos eleitores são pobres, como são pobres a maioria dos brasileiros. Pobre sou eu. São paupérrimos. É gente que sempre recebeu Atenção Zero dos governantes e agora recebe ajuda todo mês, para sobreviver. “Quem dá é Lula”, raciocinam. E Lula é Dilma, já compreenderam.

“É uma esmola!”, bradam os adversários do PT. “Estão comprando o eleitor”, protestam. Sim, que grande moral têm para acusar! Toda a vida isso que se chama injustamente de direita no Brasil – injustamente porque não tem ideário nem filosofia alguma – se elegeu assim. Só que era por um favor momentâneo do dia da eleição. Lula pôs o pequeno benefício na rotina dos infelizes. Eles estão justificadamente gratos e menos infelizes.

É muita gente que não comia e hoje come.

Se estão se contentando com pouco, a culpa é menos de Lula do que dos seus antecessores, que confinaram o povo por séculos em currais cheios de miséria e ignorância.

A eleição não gira em torno de valores morais. Isso é muito sofisticado para quem passou fome e só quer evitar o risco de passar de novo. A direita precisa entender que carece de reciclagem para voltar a ganhar eleições. Ou terão que aderir ao governo, seguindo o caminho trilhado por Collor, Sarney e Jader Barbalho.

Posted via email from Glauco Wanderley

O PT agora critica quem critica



Quem está na oposição critica. É obrigação. É a razão de ser da oposição. Além do mais, não faz sentido “apresentar soluções”, se não houver problemas. Para apontar o problema, é preciso criticar. É a coisa mais óbvia do mundo. É o que o PT sempre fez, corretamente, quando era oposição.


Mas agora não quer mais que ninguém faça. O PT baiano apresentou no horário eleitoral de ontem à noite o “Movimento por uma campanha limpa”, segundo o qual, quem critica o governo Wagner está fazendo baixaria e falando mal da Bahia.


Tudo reforçado por depoimentos de populares (?) que em outros tempos o partido chamaria de analfabetos políticos. Este público qualificou os críticos como invejosos, incapazes e sem ideias.


A péssima ideia do marketing petista apela também para o sentimento bairrista, alegando que ao criticar, estão falando mal da própria terra e não de quem a governa. “Candidato que fala mal da Bahia? Ih, tô fora”, prega a peça alienante.


A estratégia há de deixar satisfeitos os oposicionistas, que saberão que estão incomodando. Será que internamente descobriram alguma mudança no resultado das pesquisas, para fazer o líder apelar para argumento tão reles?


Com o “Movimento por uma campanha limpa”, o PT joga no lixo mais um pedaço de suas origens e de sua história.


2.9.10

Novos sítios arqueológicos descobertos na Bahia

Os últimos  cinco anos foram ricos em descobertas arqueológicas na Bahia, que agora vive uma fase de aprender a explorar estes recursos, de maneira que a população saiba valorizar e preservar o patrimônio.

Descoberta em 2005 e aberta ao público há apenas três anos, a Serra das Paridas, em Lençóis, Chapada Diamantina, é um exemplo de como o patrimônio pré-histórico pode ser uma fonte de pesquisa e conhecimento sobre as origens do homem pré-colombiano, e ao mesmo tempo atração turística.

A fazenda onde se localiza o sítio arqueológico é propriedade particular. Segundo Renato Hayne, da agência de turismo que explora o local, no ano passado, terceiro ano da abertura, quatro mil visitantes estiveram na Serra.

Os estudos estão no começo. Considera-se que há 18 diferentes sítios na propriedade, mas apenas três estão abertos ao público. A Serra das Paridas possui uma coleção extensa de pinturas rupestres, cuja autenticidade foi atestada pelo professor Carlos Etchevarne, argentino radicado na Bahia há 20 anos e que dirige o departamento de Antropologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Quando ocorreu a descoberta das pinturas em grandes rochas de arenito (a uma distância de 35 quilômetros do centro de Lençóis), ele foi chamado pelo dono da propriedade para verificar se o achado tinha mesmo valor científico. Não há dúvida quanto a isso. Mas os avanços são lentos, em uma área em que as suposições são muitas e as certezas poucas.

Os métodos de datação existentes não permitem descobrir a idade das pinturas. Há uma tentativa em curso, através de uma técnica ainda em fase de testes, batizada de paleomagnetismo. Sabe-se que os metais presentes na tinta são atraídos pelo campo magnético do planeta. O campo magnético oscila, por razões desconhecidas e de maneira aleatória. Como já existe um mapeamento histórico desta oscilação do magnetismo da terra, acredita-se que seja possível determinar a época em que ocorreu a pintura, de acordo com a direção em que os metais da tinta se fixaram ao secar.

O método vem sendo testado com sucesso na datação de cerâmicas indígenas com idade aproximada de 500 anos. Em relação à arte rupestre estão sendo colhidas amostras em sítios na Bahia, para tentar determinar a validade de se aplicar o mesmo mecanismo de medição. Além de mais antiga, a arte rupestre é mais complexa, porque é comum que desenhos de novos indivíduos ou grupos ocupantes da região sejam sobrepostos aos mais antigos, formando camadas de desenhos. Nas pedras do sítio de Lençóis é bem visível esta sobreposição de desenhos com idades distintas.

A maior parte do que está pintado são formas geométricas. Porém repete-se com freqüência a figura de mulheres de cintura larga e pernas abertas sugerindo o momento do parto. Daí o nome de Serra das Paridas, termo comum no interior para designar a mulher que teve filho recentemente.

Parte das pinturas pode ser vista de longe, antes da subida da trilha preparada pelos administradores da serra para orientar os visitantes. “Sem dúvida é um sistema de comunicação. A intenção era indicar algo”, interpreta Etchevarne sobre os desenhos mais visíveis. E adverte que não se pode ir mais longe na interpretação, nem mesmo especulando sobre o que se desejava indicar. Outras pinturas estão escondidas e vão sendo descobertas aos poucos.

COMO PRESERVAR

Uma das preocupações em sítios arqueológicos é não precipitar escavações. “Quando se faz uma escavação se altera o cenário original”, ensina o antropólogo da UFBA. Ele ressalta que o fato de não haver meios de datar os achados, torna ainda mais clara a necessidade da preservação, para garantir a fonte de dados quando tais recursos forem desenvolvidos. “Há 50 anos não havia o Carbono 14 e hoje é um método mundialmente aceito para datações”, exemplifica Etchevarne, lamentando que não sirva para determinar a idade das pinturas nas rochas.

Por outro lado, o conhecimento escasso sobre origem e significado traz riscos para a preservação. O assunto foi levantado durante as discussões do V Seminário de Arte Rupestre da UFBA, patrocinado pelo Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) que aconteceu de 23 a 25 de agosto em Lençóis, juntamente com a III Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre.

Nos debates os pesquisadores mencionaram que muitas vezes os desenhos são vistos como criação de povos primitivos e nada mais, como se fosse algo de pouco valor. Com a execução no país de obras de infra-estrutura como hidrelétricas e estradas, há sítios que ficarão ameaçados, caso sua importância não seja reconhecida.

Um dos momentos de maior repercussão no evento, foi o relato sobre o trabalho em Nova Olinda, município da Chapada do Araripe, no Ceará. A pequena cidade, com apenas 5 mil habitantes na sede, recebe 33 mil visitantes por ano, em função dos achados arqueológicos  relacionados ao “homem do Cariri”. Segundo a arqueóloga cearense Rosiane Limaverde, o envolvimento da comunidade na gestão do patrimônio é total. Crianças e adolescentes participantes do projeto gerenciam o museu, são guias e ajudam nos trabalhos de campo.

Comprometimento semelhante os estudiosos esperam ver estendido a todas as regiões que possuem este tipo de patrimônio. No final do Seminário, foi lançado o Manifesto de Lençóis, propondo uma Campanha Nacional de Preservação de Sítios de Arte Rupestre.


FOTOS: REGINALDO PEREIRA

Posted via email from Glauco Wanderley

Acidente causou cinco mortes em Rio Real


A kombi bateu de frente na lateral do Vectra (fotos Reginaldo Pereira)

Cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas em um acidente envolvendo quatro veículos na BR 101 no início da manhã de terça-feira, na divisa entre a Bahia e Sergipe, no município de Rio Real, 209 quilômetros ao Norte de Salvador.
Três dos mortos estavam em uma kombi da prefeitura de Rio Real (placa JOG 2438), que levava passageiros para atendimento médico em Aracaju. Morreram o motorista Joaldo de Jesus Simões, 43 anos e as pacientes Margarida Soares da Silva, 42 e Elissandra Soares da Silva, 23.

As outras vítimas estavam em um Vectra (placa DWR 2247, Itaquaquecetuba, São Paulo). Eram Simone Santos Silva, 24 anos e Manoel Messias Reis Marcelino, 31, naturais de Itaporanga d’Ajuda, Sergipe.

O acidente, ocorrido entre 4:30 e 5:00 da manhã, está sendo investigado pela delegacia de Rio Real. A princípio o delegado Geuvan Júnior acredita que o acidente foi provocado por uma tentativa de ultrapassagem feita pelo Vectra, que tinha acabado de passar a divisa com Sergipe e entrado na Bahia. Ele tentava ultrapassar na curva um caminhão baú, que teria tocado no Vectra e desestabilizado o carro, que rodou na pista e foi atingido na lateral pela kombi que vinha em sentido contrário.

Um outro carro particular que vinha atrás não conseguiu frear e bateu no fundo da kombi, mas os passageiros não ficaram feridos. O caminhão baú seguiu viagem e não foi localizado pela polícia.

Os feridos foram atendidos por unidades do SAMU de duas cidades sergipanas: Estância e Aracaju. Os bombeiros de Estância também compareceram para prestar socorro. O Vectra despencou em uma ribanceira e foi parar na beira de um riacho, retido por árvores da margem. A violência da batida foi tanta que além dos pedaços dos veículos que ficaram espalhados pela pista, roupas que caíram de malas que estavam no carro ficaram penduradas nas árvores.

Outros dois ocupantes do Vectra foram levados em estado grave para o hospital João Alves, em Aracaju: Maria Gomes de Lima e José Carlos Reis Marcelino.

A kombi, que tem na lateral a lotação estipulada em 12 lugares, vinha com um mais, contando o motorista. Entre os passageiros, Valdelice Santana Santos, 45 anos, era considerada em estado mais grave. Os outros feridos internados no hospital sergipano foram Jaciara Alves dos Santos, 27, José Raimundo Rocha dos Santos, 22, Carmelita Neces da Rocha, 52, Raimunda Santos de Jesus, 43, Débora Valença Santos, 9 , Josefa da Silva Valença, 39 e Maria Rosimeire dos Santos, 31, Erenita Neves da Rocha e Carmen Silva Santos.

O transporte de passageiros para atendimento médico em Aracaju ou Salvador era uma rotina diária do motorista Joaldo, que tinha anos de experiência, de acordo com o investigador Rubervaldo Carvalho, da polícia civil, que trabalhava ontem na identificação das vítimas, lamentando a tragédia.

Os corpos dos cinco que faleceram no local foram recolhidos pelo Departamento de Polícia Técnica de Alagoinhas. Os moradores de Rio Real devem ser enterrados nesta quarta-feira e os sergipanos seguirão para a cidade natal.

29.8.10

Adivinha quem disse isso

“A violência vem crescendo há muito tempo. As desigualdades sociais acumuladas e a maneira errada de encarar a segurança deixou* problemas tão graves que é necessário mais do que ações isoladas. Isso exige um plano de segurança que já está em execução na Bahia”.
Pelo discurso, dá pra imaginar que foi algum político do PT ou similares. 
Se você pensou assim, errou. 
Descubra no vídeo abaixo:
 
* Nas legendas do programa, a produção corrigiu o erro de concordância da fala do candidato. Mas eu me ative às palavras exatas do homem, para ser mais fiel à dura realidade



Para quem não sabe, eis um resumo da vida política pregressa de Jairo Carneiro:
Deputado Federal (Constituinte), 1987-1991, pelo PFL
Deputado Federal, 1991-1995, pelo PFL
Deputado Federal, 1995-1999, pelo PFL
Deputado Federal, 1999-2003, pelo PFL
Deputado Federal, 2003-2007, pelo PFL
Deputado Federal, 2009, pelo PP, na suplência de João Leão e agora apoiando Wagner

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