14.5.10

O crime que Getúlio Barbosa cometeu

 Clovis Ramaiana, professor universitário

Não acredito que o vereador Getúlio Barbosa tenha mandado bater no professor Germano, acho que a fala ouvida pelo vereador Marialvo bem pode ter sido sobre outra questão, isentando assim o primeiro de ter sido mandante de tal crime.

Mas, a isenção do atentado contra o sindicalista não o livra de outro crime, desta vez contra a democracia e a favor de uma cultura da violência em nossa cidade. Explico. Não pode um vereador, seja pelo motivo que for, partir da tribuna, lugar conquistado através da confiança do povo, para agredir quem quer que seja, muito menos um sindicalista no exercício de uma atividade pública, de uma greve. Ameaçar outro em uma ambiente no qual é garantida a opinião, a liberdade de expressão e de manifestação, me parece um ato criminoso, tão grande quanto mandar socar um homem desarmado e, até onde se sabe, pacífico. O gesto do vereador, na tribuna, desrespeita os votos dos eleitores que nele confiaram o mandato, deslegitima a representação conferida por uma parcela dos habitantes de Feira de Santana. É um crime, na acepção da palavra!

Mas, além da agressão ao mandato confiado pela população feirense, o vereador Getúlio Barbosa incorreu em outro erro gravíssimo, de contribuir para uma cultura de violência que, infelizmente, está se enraizando na cidade e deveria ter, na Câmara de Vereadores, uma forte oposição, o que infelizmente não vem acontecendo.

Cito exemplos: neste período legislativo, um vereador já aplicou uma surra no próprio tio, um assessor da casa agrediu um repórter setorista, dois edis (um deles o próprio Getúlio) sugeriram que deveriam dar um “corretivo” em um publicitário local (que, aliás, é um ancião) e qualquer fala mais forte termina com o clássico “vou te pegar lá fora”.

O mais grave é que nenhum desses episódios gerou punição, nenhum dos vereadores envolvidos lembrou-se que jovens ouvem, vêem estes exemplos e, muito provavelmente, pensam que o único caminho para resolver diferenças é o do tapa, da bala ou da faca.

Não, não acredito que Getúlio Barbosa tenha mandado bater no professor, mas cometeu um crime tão grave quanto. Forneceu a senha para que os autores do atentado considerassem “normal” socar o docente feirense, deu um exemplo para que todos achassem legítima a resolução de conflitos com o uso da força física, como se não existissem outros meios para resolver polêmicas.

Sim, Getúlio e outros edis são culpados, também, pela disseminação da cultura da violência.

Sim, o vereador Getúlio, ainda que não tenha mandado, é culpado pela agressão ao sindicalista Germano Barreto e por qualquer coisa que venha a acontecer com a integridade física do mesmo. 

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Ex-alunos de Direito da UEFS lançam livro

 

Neste sábado acontece o coquetel de lançamento do livro "ESTUDOS DE DIREITO CONTEMPORÂNEO: edição comemorativa dos 10 anos da 1ª Turma do Curso de Direito da UEFS".

A obra coletiva é organizada pelo ex- aluno da instituição e professor de Direito Penal e Processo Penal em Curitiba/PR, Danilo Andreato. O evento ocorrerá a partir das 9h, no auditório do Módulo 1 da UEFS, em Feira de Santana.

Mais informações no site www.daniloandreato.com.br

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13.5.10

Inscrição no vestibular só até domingo

 

Termina domingo (16) o período de inscrição para o vestibular 2010.2 da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). São oferecidas 685 vagas em 19 cursos.   A inscrição é realizada exclusivamente pela internet, através do portal www.uefs.br, seção Processo Seletivo.
 
Após o preenchimento dos dados pessoais, o candidato deve imprimir o comprovante e pagar a taxa de inscrição, no valor de R$ 80, até segunda-feira, 17 de maio, em qualquer agência do Banco do Brasil.
 
No vestibular de meio de ano a Uefs não oferece vagas para os cursos de Medicina, Engenharia de Computação e Farmácia. É imprescindível a leitura, na íntegra, do edital do vestibular, também disponibilizado na internet. As provas serão aplicadas no período de 18 a 20 de julho e o início do semestre letivo está previsto para a segunda quinzena de agosto.

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Os 12 finalistas do Festival de Sanfoneiros

O Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) divulgou a relação dos instrumentistas classificados para a etapa final do 3ª Festival de Sanfoneiros, que acontece no dia 28 deste mês, a partir das 19h , no Centro de Cultura Amélio Amorim. 
Os sanfoneiros selecionados são Arcênio Araújo, Carlos Alves de Souza Neto, Cezário Francisco dos Reis, Elton Dheime Machado Mascarenhas, Enok Marques dos Santos, Francisco Eduardo Barbosa da Costa, Igor Cavalcante de Araújo, José Roberto de Souza Rosário, José Tadeu de Oliveira Filho, Luciano Reis de Jesus, Neilson Sérgio de Oliveira e Valério José do Carmo.
A comissão encarregada de fazer a seleção foi composta pelo jornalista Geraldo Lima, o músico J. Sobrinho e o repentista João Crispim Ramos, além do cantor e compositor, Carlos Pita, consultor do Cuca na área de música. 
Ao todo, foram 45 sanfoneiros inscritos, não só da Bahia, bem como de outros estados, a exemplo de Igor Araujo, de Serra Talhada (PE). De Feira de Santana estão concorrendo Antonio Ramos, Argemiro Rodrigues, Carlos Neto, Luiz Andrade, Raul Lima, Sandro Costa, Neusa Carneiro, Valdecir Souza e Valério Carmo.
 Mas o Cuca também recebeu inscrições de outras cidades baianas, como Santo Estevão, Santa Luz, Serra Preta, Conceição de Maria, Água Fria, Santa Bárbara, Salvador, Euclides da Cunha, Cipó, Riachão de Jacuipe, Uauá e Rafael Jambeiro, representada pelo sanfoneiro Elton Mascarenhas, de apenas 12 anos de idade.
 

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Waldir Pires palestra na Uefs

O ex-governador e ex-ministro da Previdência Social, Waldir Pires, profere palestra, segunda-feira (17), na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) sobre o tema Estado e Democracia. O evento promovido pelo Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCIS) e pelo curso de Direito acontecerá às 19h30, no Anfiteatro, módulo 2, campus universitário. 

O coordenador do evento, professor Julio Rocha, acredita que “a vinda do jurista e homem público para debater com a Universidade o tema do Estado e da Democracia é uma oportunidade única de refletir sobre a república, o republicanismo, o direito e a vida política nacional”. A palestra é aberta à comunidade.

 

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Acidente com caminhão tanque sujou Lençóis

Uma quantidade estimada em 3 mil litros de emulsão asfáltica vazou para dentro do rio Mucugezinho, depois de um acidente com um caminhão tanque na BR 242, na divisa dos municípios de Palmeiras e Lençóis, Chapada Diamantina. Atingido por uma retroescavedeira que trabalha em obra de recuperação da estrada, o caminhão mergulhou mais de 10 metros ribanceira abaixo e só parou dentro do leito do rio.

O caminhão transportava 26,5 toneladas do produto, que seria usado em obra de recuperação de rodovia estadual. O acidente ocorreu na tarde de sábado. O motorista teve costelas quebradas, mas aparentemente nenhum ferimento mais grave. Como o tanque vazou pouco e não se rompeu, a maior parte do produto foi recuperada na segunda-feira, quando a carga foi transferida para outro caminhão.

A estimativa do vazamento de pouco mais de 10% do total transportado foi feita pelos fiscais do IMA (Instituto do Meio Ambiente), órgão do governo estadual. Segundo o coordenador estadual da fiscalização, José Antônio Lacerda, o produto é composto por 70% de água e o restante de óleo. Mesmo assim pode causar problemas de saúde, como irritação na pele, no nariz e olhos. Como medida de precaução, o banho de rio foi proibido desde domingo.

O acidente foi apenas três quilômetros distante de um dos tradicionais pontos turísticos da Chapada, conhecido também como Mucugezinho. Há 18 anos Joelma Paes, mora na beira do rio, onde mantém o restaurante Pedra do Pato. Na manhã de domingo acordou sentindo um mal estar. “Passei o dia enjoada, como quando a gente está grávida”, compara.

O cheiro de óleo também impregnava o ambiente, o que afastou os clientes, que nem precisaram ser avisados para não tomar banho, já que a poluição era evidente. “Teve gente que tirou foto em um ponto mais abaixo e me mostrou. A água estava coberta por espuma”, lembra.

Segundo a fiscalização do IMA, a Brasquímica, responsável pelo transporte da carga, contratou uma empresa para fazer a despoluição, que instalou barreiras de contenção do óleo e estava retirando manualmente os resíduos endurecidos que se acumularam junto às pedras. Na tarde de ontem, quase não era possível ver nenhuma marca do acidente.

A entrada para Lençóis fica a oito quilômetros de distância do local do acidente. Mas a cidade recebe água de outro rio, o Serrano. A localidade mais próxima abastecida com a água do Mucugezinho é Tanquinho, distrito de Lençóis, a 20 quilômetros do ponto em que o produto foi derramado.

Precavido, o aposentado João Bispo, 80 anos, tratou de fechar a entrada de água da casa e usar apenas a que tinha guardada no próprio tanque. “Uns disseram que era veneno, outros falaram de asfalto, eu não sabia, fechei o registro”, conta.

A própria Embasa adotou a mesma providência, de acordo com o tratorista Gilvan dos Santos. “Eles fecharam a entrada e usaram só a que tinha no reservatório. A água acabou segunda-feira. Aí não veio mais”, complementa Gilvan.

Lacerda, do IMA, diz que também foi montada uma contenção perto de Tanquinho, mas avalia que o produto se diluiu antes de chegar até lá. A análise da água coletada pelos fiscais só deve sair em 10 dias, mas o uso já poderá ser liberado a partir de hoje, se houver avaliação de que não há mais risco à saúde. A empresa que fazia o transporte da carga será autuada, mas no entender de Lacerda adotou as providências necessárias e deve ficar livre de multa, recebendo apenas uma advertência.

 Foto: Reginaldo Pereira

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@getuliobarbosa insinua que ataque a Germano pode ter sido de inimigo sindical

Em sua defesa, o vereador Getúlio Barbosa disse também no programa Acorda Cidade que “não teve nada a ver com o que aconteceu lá fora”.  Sugeriu outro possível culpado. “Ele deve ter muito cuidado com o pessoal que faz oposição a ele e anda infiltrado no meio querendo derrubar ele. Ele tem as oposições dele, que aproveita esse momento e diz ‘o vereador me mandou’ . Ele não pode fazer essa ilação”.

O acusado confirmou telefonema para assessor, mas assegura que o sentido foi oposto ao que Marialvo ouviu. “Liguei para meus assessores para ninguém se meter se eu fosse para fora discutir com Germano. Se eu tivesse que fazer alguma coisa seria eu mesmo”, argumentou.

Ao mesmo tempo que recusou a culpa pelo ataque, Getúlio voltou à carga contra a APLB e seus dirigentes. “A APLB é uma caixa preta”, definiu, pedindo que o Ministério Público mandasse abrir as contas da entidade.

Sobre Marlede Oliveira, disse: “A professora Marlede fala muita besteira. É uma das características dela, falar besteirol. É conhecida no meio dos professores como pessoa que só fala besteira”.

Quanto a Germano, o vereador não se deu por satisfeito e disse ainda esperar encontrá-lo cara a cara para pedir satisfações. Segundo Getúlio, o sindicalista em reuniões que promove com os filiados da APAEB em escolas, menciona que o vereador tem mulher professora e é contra os professores, concluindo “Será que ele não gosta da mulher?”

Germano negou ter feito qualquer referência à família de Getúlio nas reuniões da categoria.

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Germano acusa @getuliobarbosa de ser mandante de agressão

“O vereador mandou lhe matar, o vereador mandou lhe matar, seu filho da puta”. Assim falava o agressor do presidente da APLB, Germano Barreto, enquanto dava socos e pontapés, depois de ter derrubado o professor com o primeiro soco no rosto. A agressão aconteceu quando ele saiu do prédio da Câmara de Feira de Santana para o anexo, na sessão de quarta-feira. O vereador mandante do crime, segundo Germano, é Getúlio Barbosa (PP), que momentos antes tinha ameaçado partir para cima do sindicalista, mas foi contido por colegas no plenário.

O nariz do professor foi fraturado e ele passou por cirurgia em clínica particular, onde ficou internado durante o dia e foi liberado à noite. Germano fez o relato do acontecimento na manhã de hoje no programa Acorda Cidade.

Ele disse que não sabe quem foi o agressor, mas contou que uma senhora que o socorreu se prontificou a ser testemunha no processo. Germano considera que a desconhecida foi sua salvação. “Ela começou a gritar ‘Deixe o homem pelo amor de Deus. Você vai matar o homem, você vai matar o homem!’ Ele aí saiu”.

Embora não conheça o agressor, Germano o associa ao vereador, com quem vinha tendo atritos há algumas semanas. “Todos dizem que foi pessoa ligada ao vereador Getúlio Barbosa. Eu acredito que foi. Ele não veio. Ele mandou uma pessoa fazer por detrás”, acusou. O agressor chamou pelo nome e quando Germano se virou para atender levou o primeiro soco.

Germano garante que não teve ontem qualquer discussão com Getúlio Barbosa, que começou a hostilizá-lo ainda quando o sindicalista estava entre os professores nas galerias. “Ele já veio fazendo gestos, apontando lá pra fora, como se dissesse que queria me pegar. Outros vereadores não deixaram que ele ultrapassasse a porta” [que separa o plenário das galerias]. Os professores, que estão em greve, queriam ocupar a tribuna para falar sobre o movimento, no qual pedem aumento de 15,93% (o município oferece 4,31%). Germano foi atacado quando saiu para redigir o ofício com a solicitação, no gabinete do vereador Marialvo Barreto (PT).

TELEFONEMA

Germano deu queixa na polícia na tarde de hoje, quando seu advogado disse que o agressor estava identificado e seria motorista de Getúlio Barbosa. O nome não foi revelado.

O vereador Marialvo testemunhou a favor de Germano, também apontando Getúlio como suspeito. Isso porque ouviu o colega dizer no telefone “pode meter a mão”. Entendeu que se referia a Germano e correu para avisar. Mas era tarde, porque o sindicalista já tinha deixado a galeria e sofrido a agressão do lado de fora.

O presidente da Câmara, Carlito do Peixe, como já virou tradição, não se manifestou sobre a conduta em plenário e procurou desvincular o Legislativo da agressão, dizendo em nota oficial que “ocorreu do lado de fora”.

A prefeitura, igualmente, não tomou conhecimento do caso. O prefeito não emitiu nenhuma nota de repúdio à violência nem solidariedade aos professores. Mas o episódio acabou tumultuando o processo de negociação. Um dos secretários envolvidos nas negociações me disse que a confusão dará pelo menos mais uma semana de fôlego à greve iniciada segunda-feira.

No plenário da Câmara, enquanto Getúlio Barbosa gritava atrás do vidro e ameaçava Germano de dedo em riste, os professores gritavam: “Estamos na rua, prefeito a culpa é sua!”.

A cena, ocorrida momentos antes do ataque a Germano, foi flagrada pela câmera do repórter Ordachson Gonçalves, da Tribuna Feirense. Resumi a parte mais significativa neste vídeo de 55 segundos abaixo:

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12.5.10

Impasse na reforma da Senhor dos Passos

FOTOS: REGINALDO PEREIRA


Interditada em março depois da queda do segundo pináculo do alto do templo, a igreja Senhor dos Passos, no centro de Feira de Santana, não tem data para reabrir. Um projeto visando obter verbas para a restauração está sendo elaborado, mas nem a vistoria iniciada no momento da interdição foi concluída. Há divergências entre a posição da igreja e de técnicos do governo municipal.

Na fase inicial da apuração, o engenheiro civil Pedro Elias Pinheiro, da prefeitura, detectou problemas graves tanto no revestimento externo quanto na própria estrutura. Falta ainda um parecer sobre o telhado, que os técnicos não conseguiram analisar completamente, por falta de equipamento adequado de segurança. Entretanto foi possível identificar que há infiltrações.

Esta opinião do engenheiro é contestada pelo padre Miguel Francisco de Souza, pároco da Senhor dos Passos. Ele conta que desde a primeira queda de um pináculo, ainda em 2009, mandou fazer dois laudos sobre a situação da igreja. Nenhum apontou problemas na estrutura. Os danos se limitam aos pináculos e à torre, que podem desabar caso não sejam cuidados. Embora o segundo laudo tenha reconhecido o risco para a vida dos freqüentadores e recomendado a interdição, o padre afirma que a estrutura não está ameaçada de desabar e insiste que o problema é restrito a torre e pináculos.

Miguel Francisco reclama que a demora na entrega do laudo da Defesa Civil do município está atrasando o encaminhamento do projeto de reforma, a cargo de um engenheiro do Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural, órgão da secretaria de Cultura do estado da Bahia). A expectativa da igreja é que sejam gastos seis meses na reforma.

O engenheiro Pinheiro diz que para ter uma noção exata do estado da construção e de tudo que precisa ser feito, é necessário retirar amostras do templo e levar para testes em laboratório. Ele entende que não se pode ter pressa numa questão deste tipo e que napo pode assinar um laudo sem adotar os procedimentos técnicos estabelecidos pelas normas da engenharia. Mas o padre Miguel alega que este tipo de análise já foi feita quando a igreja pediu laudos a terceiros.


RISCOS ESTRUTURAIS

Para o engenheiro, além dos problemas causados pela ação do tempo e da falta de manutenção, há riscos decorrentes da própria estrutura, que jamais foi adequada. Pinheiro observa que não há pilastras. As colunas aparentes são classificadas como “colunas falsas”, porque feitas com tijolo e sem concreto. “A nave (a parte interna onde se reúnem as pessoas) não tem qualquer sustentação”, alerta o engenheiro. Ele considera que a intervenção necessária para recuperar a igreja será uma obra de porte razoável, que não poderá ser feita rapidamente. “É praticamente uma reconstrução”, define.

O engenheiro constatou que o material do revestimento externo não tem boa aderência em relação à parte interna e por isso há o risco de descascarem e desabarem pedaços. “Foi fixado com uma argamassa de cal e saibro, que não forma um conjunto homogêneo com os tijolos antigos da estrutura”, explica. Mesmo que finos, com pouco mais de um centímetro de espessura, podem causar danos se caírem pedaços grandes.

De acordo com o secretário municipal de Prevenção à Violência, Mizael Freitas, ao qual está subordinada a Defesa Civil, responsável pela interdição, houve dificuldade de dedicar tempo à questão da igreja, em função dos estragos provocados pela chuva na cidade no começo do mês de abril, que ocuparam os profissionais da prefeitura. A cidade teve muitos alagamentos e alguns desabamentos e foi decretada situação de emergência.

O secretário assegura que a interdição da igreja não será suspensa enquanto não forem feitas as obras necessárias para garantir a segurança de quem vai ao templo ou mora e trabalha nas imediações. Mas afirma que o laudo da Defesa Civil deve ser liberado nos próximos dias.

Durante a interdição, os fieis da Senhor dos Passos se reúnem principalmente na Igreja dos Remédios, uma das mais antigas da cidade, porém já restaurada como parte do patrimônio histórico. Uma vez por semana as missas ocorrem na capela do hospital Dom Pedro de Alcântara, administrado pela Santa Casa de Misericórdia.

A dificuldade é que enquanto na Senhor dos Passos cabem 800 pessoas, a pequena Igreja dos Remédios comporta apenas a metade. “Não cabe todo mundo, a gente vai dando um jeito. Mas quanto mais rápido voltar pra igreja Senhor dos Passos melhor”, admite o contador Djalma Pereira, freqüentador da paróquia.

CONSTRUÇÃO DEMORADA

Quem vê a igreja Senhor dos Passos, grande, alta e em estilo neogótico, tende a pensar que se trata de uma construção secular. No entanto ela é relativamente nova. A pedra fundamental foi lançada em 1921. Pelos registros em mãos do padre Miguel a construção só começou mesmo em 1924, parando um ano depois. Em 1936 a igreja foi entregue à comunidade parcialmente pronta e começou a funcionar regularmente.

A obra só foi reiniciada em 1951 e dada como concluída em 1979, 58 anos depois do lançamento da pedra fundamental.

O interior foi restaurado já neste século, por meio de um projeto de apoio à cultura com renúncia fiscal do governo. Imponente por fora e bonito por dentro, com vitrais com personagens bíblicos, a igreja só não possui um acervo de imagens valioso. Apenas quatro, de acordo com o padre Miguel, possuem um valor histórico por serem mais antigas, embora ele não saiba precisar a idade: Nossa Senhora das Dores, São Benedito, Senhor morto e Senhor dos Passos. Estas duas últimas inclusive foram restauradas quando da reforma no interior do templo.

PONTO PARA AMBULANTES

Como fica na esquina de duas das principais avenidas do centro comercial da cidade e ao lado da prefeitura, a lateral da igreja é um ponto privilegiado para o comércio ambulante. São mais de 10 barracas de camelôs que chegavam a usar como cabide as grades que separam a rua do templo.

Após a interdição em 18 de março, todos os ambulantes foram removidos. Dois outros pontos foram testados pela prefeitura. Mas com a colocação de tapumes em volta da construção, afastados das grades, os vendedores foram autorizados a voltar.

“Aqui é o miolo da cidade e tem gente com mais de 30 anos no ponto. Quando mudamos para um local ruim tinha gente até voltando para casa a pé depois do trabalho, porque não ganhava dinheiro nem para pagar a condução”, afirma o camelô Roberto Moreira, vendedor de bijouterias.

Instalado ao lado dos tapumes, ele diz que não tem medo de qualquer acidente. “Só corria risco quando estava encostado na grade. Se cair alguma coisa agora não chega aqui não”, acredita.

Para Jacionildo de Jesus, que vende exclusivamente sombrinhas e guarda-chuvas, a localização é tão privilegiada que a interdição não abalou em nada o comércio. “Com a igreja fechada diminuiu o movimento de pessoas, mas as vendas continuam iguais. Aqui é bom demais”, atesta.


11.5.10

Adolescentes baianos serão vacinados contra meningite

Com o objetivo de vacinar todas as crianças com até dois anos, o Ministério da Saúde vai antecipar para o segundo semestre deste ano, em todo o país, a campanha de vacinação contra meningite inicialmente prevista para acontecer só em 2011.

Segundo o ministro José Gomes Temporão, a medida foi tomada em função do aumento da incidência da doença no país, a exemplo de São Paulo, que lidera as estatísticas, com 2,8 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

O anúncio ocorreu depois do encontro com o governador Jaques Wagner, nesta terça-feira (11), em Brasília, quando foi confirmada que a vacinação gratuita contra a meningite pela rede pública da saúde da Bahia será ampliada para crianças e adolescentes com idades entre 10 e 19 anos. Wagner e Temporão acertaram ainda a liberação de mais 330 mil doses compradas pelo Ministério para vacinar jovens de 20 a 24 anos.

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Greve na educação: sem acordo no primeiro dia

No primeiro dia da greve na rede municipal de Feira de Santana, não houve acordo entre a prefeitura e a direção da APLB, o sindicato dos professores. Depois de fazer uma manifestação na porta da prefeitura, os sindicalistas foram convidados para uma reunião com um assessor do prefeito Tarcízio Pimenta.

“Ele nos perguntou se tínhamos uma proposta alternativa à de 15,93% de reajuste, para levar ao prefeito. Nós dissemos que não”, resumiu o presidente da APLB, Germano Barreto. O governo oferece aumento de 4,31%, correspondente à reposição da inflação de 2009.

Segundo o sindicato, quase todas as escolas permaneceram fechadas. As exceções teriam ficado por conta de algumas nas quais estagiários deram aulas. São mais de 50 mil alunos sem aula.

O governo municipal emitiu nota reafirmando a decisão de cortar o ponto de quem não comparecer ao trabalho. O governo alega que tem este direito, independente do julgamento da legalidade da grave. “Se o ponto for cortado, a aula não será reposta”, rebate o sindicalista Germano. Os professores agendaram nova manifestação na frente da prefeitura nesta terça-feira.

A prefeitura anunciou nova reunião com os grevistas, desta vez com os secretários da Educação, Fazenda e Administração.

fotos: Reginaldo Pereira

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12 assassinatos no fim de semana em Feira. 22 em maio

Em apenas nove dias de maio, Feira de Santana chegou a 22 homicídios. A média superou duas mortes por dia após o sangrento fim de semana, quando foram registradas 12 mortes. Várias delas tiveram características de execução.

Em apenas um caso, de crime passional, o autor foi apontado por testemunhas. A vítima foi Jaqueline dos Santos Coutinho, 29 anos. Segundo o irmão José dos Santos, o ex-marido Jeferson Pinto Azevedo já entrou atirando, na casa onde ela estava abrigada com os seis filhos após se separar dele. Antes o casal morava na cidade vizinha, de Conceição do Jacuípe. A mulher tinha se mudado para Feira de Santana a convite de familiares, em busca de proteção, pois o homem não aceitava a separação.

Nos outros casos, corpos foram encontrados no local do crime, perfurados com tiros e um morto com uma pedra lançada sobre a cabeça. Quatro estavam sem identificação, mas até o final da tarde de ontem apenas um permanecia sem ser identificado.

Sabe-se que uma das vítimas tinha passagem pela polícia. Em outro caso, um homem foi morto na porta de casa por pessoas que chegaram em um carro, atirando.

POUCOS POLICIAIS

A quantidade de homicídios vai tornando gradativamente menos eficaz o trabalho de investigação da polícia. O ano de 2009 terminou com 366 homicídios. Foi o maior número já registrado na história da cidade. Mas a média de uma morte por dia está sendo superada em 2010, que já tem 156 assassinatos em 129 dias.

“O número de policiais civis é praticamente o mesmo de 20 anos atrás”, calcula o delegado Matheus Souza, titular da 1ª Delegacia. Ele diz que independente das dificuldades a equipe de investigação se desdobra para identificar os autores. “Neste momento todas as equipes de todas as delegacias estão nas ruas”, exemplificou.

A taxa de sucesso dos investigadores da Primeira Delegacia, segundo ele, estava em 60% dos crimes elucidados. “Agora com os crimes de hoje diminui um pouco”, reconhece.

PREVENÇÃO

Em 7 de abril, o governador Jaques Wagner esteve na cidade lançando o programa Ronda nos Bairros, uma espécie de policiamento comunitário. O programa inicialmente está limitado a 25% da área da cidade.

Diante da repercussão dos crimes do fim de semana, o coronel Helio Gondim, que há duas semanas assumiu o comando do policiamento regional da Polícia Militar, diz que vai intensificar o trabalho preventivo nos bairros com maiores índices de criminalidade. “Estaremos com um maior efetivo nos bairros fazendo um trabalho de abordagem, para tirar de circulação armas, drogas e eventualmente indivíduos envolvidos no mundo do crime”, anunciou.

Mas o comandante aposta também em outras estratégias, como a aproximação com a comunidade, por meio das lideranças de associações e um trabalho integrado com a polícia civil. Ele pede que as pessoas façam denúncias através do 190 e garante que o atendimento neste número, que sempre é alvo de muitas reclamações da comunidade, foi melhorado com o aumento no número de atendentes.

Outra estratégia é investir na prevenção. Pela primeira vez militares do município estão recebendo treinamento para oferecer nas escolas o chamado Programa de Educação contra Drogas para crianças entre 9 e 11 anos no sentido de evitar que elas experimentem drogas. De acordo com as autoridades da área no estado drogas motivam 80% dos homicídios.

Segundo o coronel Gondim, 200 mil estudantes baianos já receberam esta orientação. No entanto é a primeira vez que tal formação é oferecida aos soldados feirenses. “Trabalhando no campo da educação por certo teremos resultados muito positivos”, acredita.

INSEGURANÇA

Ainda no fim de semana, um dos episódios de maior repercussão na cidade foi uma tentativa de homicídio ocorrida dentro do shopping Boulevard. O homem que seria o alvo dos tiros disse que entrou em uma loja para tentar escapar da perseguição. Mesmo assim, o outro que o perseguia atirou (e fugiu em seguida). Ninguém ficou ferido, mas houve pânico no estabelecimento, lotado no sábado à noite para compras do Dia das Mães.

 

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VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA

Noilson Silva de Jesus, 23 anos, conhecido como Binha. Tinha passagens pela polícia. Foi morto com tiros na cabeça, na rua Rio Paraguaçu, bairro Capuchinhos.

Itamar de Jesus Araújo, 50 anos, assassinado com pauladas na cabeça, na própria rua em que morava, no bairro Pampalona.

Jaqueline dos Santos Coutinho, 29 anos, morta a tiros dentro de casa, no bairro Feira IX. A família acusa o ex-marido.

Albaneis Barbosa da Cruz, assassinado no bairro Baraúnas com vários tiros por todo o corpo, de autoria desconhecida.

Roque de Almeida Oliveira Filho, 22 anos, estava em um bar no bairro Rua Nova, quando foi assassinado com vários tiros no tórax, por um homem não identificado. 

Adriano Pereira de Melo, 18 anos, foi morto na porta de casa, no conjunto Sérgio Carneiro, por dois homens que chegaram em um carro atirando e fugiram em seguida.

O representante comercial, Carlos Eduardo Oliveira Santos, 29 anos, foi executado com tiros na cabeça dentro de uma barbearia no Ponto Central. 

Andre Conceição Nery, 22 anos, foi encontrado morto com uma grande pedra em cima da cabeça em uma residência abandonada no Centro da cidade.

Wesley Nascimento Cerqueira foi achado morto a tiros, dentro de uma casa em construção no bairro Tomba

O autônomo Marcone Luís Gomes dos Santos foi alvejado com tiros em várias partes do corpo, no bairro Ponto Central.

 Felipe Souza Conceição, 18 anos, cujo corpo foi achado com as mãos amarradas com fita adesiva, em terreno baldio no bairro Papagaio

 No mesmo bairro, não muito longe de Felipe, encontrou-se o corpo de um homem aparentando menos de 30 anos.

 

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Tracajá solidário

 

Durante a Micareta, o bloco Tracajá, que não vende abadá, recolheu donativos dos participantes e patrocinadores. O material foi entregue sábado no Lar do Irmão Velho. Além de receber a doação das fraldas geriátricas, os internos daquela casa de assistência aos idosos se divertiram dançando ao som da música do cantor Cescé e uma exposição de fotos de Reginaldo Pereira.

Veja algumas fotos do dia

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9.5.10

Recursos federais para educação subiram 137% de 2006 a 2009

Nos últimos quatro anos (2006 a 2009), o volume de recursos destinados pelo governo federal para a educação em Feira de Santana subiram 137%, de acordo com dados publicados na internet pelo Tesouro Nacional.

Até 2006 vigorava o Fundef. A partir do ano seguinte, entrou em vigor o Fundeb. Uma das diferenças do novo fundo é que prevê recursos também para Ensino Médio e creches.

Veja na tabela abaixo os valores anuais repassados a Feira desde 2006 (em milhões de Reais):

Fundef

2006

27.105.602,73

Fundeb

2007

38.455.784,72

Fundeb

2008

57.264.285,58

Fundeb

2009

64.070.880,70

 A consulta pode ser feita neste site: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/estados_municipios/municipios.asp. É o mesmo em que me baseei no texto anterior, para demonstrar que em 2010 o município já recebeu R$ 4 milhões a mais do que nos quatro primeiros meses do ano passado.

Apesar do expressivo aumento, não se viu no governo passado, de José Ronaldo, investimento significativo em educação. Ao contrário, o prefeito atual anuncia seguidas reformas em escolas, por tê-las encontrado em estado precário.

Também no governo Tarcízio Pimenta foram anunciadas importantes novidades, como a substituição do pré-histórico mimeógrafo por copiadoras e impressoras. Houve o anúncio também da troca de quadros negros por quadros brancos, onde se escreve com canetas coloridas e não com giz. Mais importante foi a introdução da lousa eletrônica, equipamento moderno e atraente para a criançada, que nem escolas particulares usam, em sua grande maioria. E até os controvertidos condensadores, que prometem transformar a umidade em água, bastando ligar na tomada, ou seja, depende só da Coelba, não mais da Embasa. Os dois últimos são equipamentos caros e inclusive questionados às vezes por professores.

O que não se sabe é até que ponto estes investimentos fazem jus ao expressivo aumento de receita específica para a área.

Não há informação detalhada sobre os gastos municipais, nem nesta nem em outra área qualquer. Em Educação, deveria existir um Conselho Municipal (assim como em Saúde) mas ninguém nunca ouviu falar na atuação destes conselheiros. Por lei o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb tem que ter representantes da sociedade civil e do governo e deve se reunir mensalmente para tomar decisões e fiscalizar.

 

Posted via email from Glauco Wanderley

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