20.3.10

Depois de tomar 5, Feirense tem técnico "novo"

Poucos técnicos resistem a uma goleada de 5 a 1. Não seria diferente com Paulo Salles, ex-comandante do Feirense. Confirmando as especulações que vinham desde o início das oitavas de final, o treinador partiu para o Atlanta, que vai disputar a segunda divisão.

Para o lugar, o Feirense adotou a solução caseira promovendo o auxiliar Duzinho, que no ano passado também já dirigiu o time em uma parte do campeonato e agora foi confirmado pelo presidente Dílson Gamela como o treinador até o fim da participação da equipe no baianão.

O presidente mudou de ideia em relação a não contratar mais ninguém e trouxe os atacantes Fidelis (de São Paulo) e Caio (do Paraná). Duzinho pretende utilizá-los ao longo da partida, caso sejam regularizados a tempo na CBF.

A chegada de dois novos nomes ao elenco trará pouco alívio ao treinador, porque o time está cheio de desfalques por contusões e suspensões. O meia Anselmo e o atacante Paulinho foram vetados, mas outros têm chance de jogar caso sejam liberados pelo departamento médico.

Quem não entra em campo de jeito nenhum, porque estão suspensos, são os jogadores Sandro e Valdo, que tomaram o terceiro cartão amarelo e Fábio Santos, que foi expulso.

Duzinho diz que vai esperar até o dia do jogo para ter certeza se poderá contar com alguns membros do elenco, que dependem de liberação do departamento médico.

 ESCALAÇÃO PROVÁVEL

 Tigre, Silvio, Tom, Edmar e Gel

Capone, Germínio, Carlos (ou Tite) e Manoel (ou Flavio)

Crio e Jamaica

Técnico: Duzinho

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19.3.10

A pet shop explosiva na Getúlio Vargas

Uma grande quantidade de munição, cartuchos, chumbo e pólvora foi apreendida pela Polícia Civil de Feira de Santana, em um depósito na rua Campos Sales, bairro Ponto Central. A polícia considera irregular o depósito clandestino e a venda dos produtos.

A descoberta aconteceu pela manhã. No final da tarde o dono do material, Wallas Oliveira de Almeida, 47 anos, compareceu ao local e acabou preso em flagrante, pela venda da munição e também por desacato a autoridade. A polícia disse que ao chegar ele discutiu e jogou o carro contra os policiais que estavam na operação. Wallas alegou que o freio falhou. Saiu algemado direto para o Complexo Policial.

A venda da munição ocorria sob o disfarce de uma pet shop, na avenida Getúlio Vargas, a principal via da cidade, que começa no centro e percorre alguns bairros. Depósito e loja são ligados internamente.

Segundo o coordenador de Polícia Civil de Feira de Santana, Fábio Lordelo, a investigação obteve o registro de algumas transações comerciais anotadas em pedaços de papel e fax, chegando até ao valor de R$ 50 mil, o que demonstra o grande porte do empreendimento.

Apesar de todo o material explosivo armazenado, que encheu um caminhão, as condições do depósito eram precárias. Sacos com pólvora e chumbo e caixas de munição empilhadas de qualquer modo, misturadas a outro tipo de mercadoria e colocadas diretamente no chão, sob a proteção unicamente de uma cobertura com telhas de zinco. Muitas caixas de munição estavam expostas ao sol, na beira de uma escada que dá acesso ao segundo andar do prédio. Havia também tubos de pólvora em caixas identificadas externamente como lava-roupas.

A pena para comércio ilegal de arma de fogo ou munição varia de quatro a oito anos de prisão. Dois funcionários da loja prestaram depoimento e foram liberados. No início da noite, o advogado Francisco Holanda, que vai defender o proprietário, ainda esperava a polícia fazer o registro oficial da prisão, para apresentar a defesa. Mas antecipou que Wallas tem autorização do Exército para venda de munição e é representante da empresa CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos). A lojinha onde são expostos apenas os produtos do Pet Shop é a mesma autorizada pelo Exército a fazer o comércio da munição, de acordo com o defensor.

Veja na galeria fotos de Reginaldo Pereira da fachada e depósito da petshop mundo cão 

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18.3.10

Micareta: um erro de marca menor



Vamos fazer um teste?

Olhe o desenho abaixo e diga o que significa.


É, você deve ter acertado. Festival de verão. Tem só 10 anos e já tem uma marca conhecida. Nem precisa vir escrito FESTIVAL DE VERAO.

A Micareta de Feira lança uma “marca” todo ano. Por isso ela não tem uma marca, mesmo tendo mais de 70 anos de história.

Terça-feira foi lançada mais uma. Digamos que seja ótima, que seja a melhor de todos os tempos. Vai durar um mês e será esquecida para sempre. Digamos que em 2011 os publicitários sejam mais geniais do que já são e façam de novo a melhor marca de todos os tempos. Vai durar um mês e será esquecida para sempre.

Alguém aí por acaso se lembra da marca da micareta do ano de 2009? E de 2008?

Pois é. Marca é o que diz o nome. Uma marca que não é reconhecida não tem valor. Ela é essencial para tornar um produto conhecido de seu público. Mesmo o maior anunciante do mundo, a

, não pode abrir mão dela. Ao contrário, anúncio e marca se complementam. Quando você está no deserto do Saara em busca da última
, é a placa com a marca que vai lhe indicar o caminho. Nas areias escaldantes você não pode nem precisa ver o comercial.

O Festival de Verão, como a Micareta, dura só alguns dias. A campanha publicitária - embora bem mais longa que a da Micareta - não dura o ano todo. Mas a marca circula sem parar. – Olha ela ali no adesivo do carro ao lado!

A Micareta de Feira não é a mais conhecida do mundo, mas bem poderia ser, com tantos anos de estrada. Porém falta-lhe uma marca. E também um slogan. Há alguns anos houve um bom. Tão bom que marcou: “A primeira é a melhor”. Informação sobre o pioneirismo e o elogio do produto, que toda propaganda faz. Fez. Por um mês.

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Paciente passa três horas em busca de atendimento e morre

Um paciente com hanseníase sentindo fortes dores causadas por complicações da doença morreu em uma policlínica municipal de Feira de Santana, sem conseguir internação nos dois hospitais públicos da cidade. Foram três horas em busca de socorro.

O lavrador Luís de Jesus tinha 63 anos e morava no distrito de Bonfim de Feira. O primo Florisvaldo Andrade foi quem acompanhou o paciente em busca de socorro. O primeiro atendimento foi na Policlínica do bairro Rua Nova. Eram por volta de 7 e meia da noite.

Segundo comunicado do governo municipal, as feridas foram tratadas e tomadas providências para reduzir as dores. Mas como havia necessidade de internação, a policlínica encaminhou Luís para o hospital Clériston Andrade.

O hospital estadual, porém, não tinha vagas. Segundo explica a coordenadora da emergência, Wilma Ribeiro, o caso requeria isolamento, já que se tratava de doença contagiosa. O hospital tem um leito de isolamento na emergência e outros 10 em outros setores, todos ocupados.

A direção do Clériston informou, por meio da assessoria de imprensa, que vai encaminhar um relatório para a secretaria municipal de Saúde e para o Ministério Público. A direção do hospital alega que o paciente não poderia ser transferido sem que a Policlínica checasse a existência de vaga no Clériston.

Como o hospital estava lotado, o médico de plantão recomendou que fosse buscada outra unidade. O primo disse que foram à emergência do hospital Dom Pedro de Alcântara, administrado pela Santa Casa de Misericórdia, onde também não foram atendidos.

O vice-provedor da Santa Casa, o médico Luiz Carlos Seixas, contesta a versão apresentada pela família, porque oficialmente não consta o registro da passagem de Luís de Jesus pelo hospital. Entretanto ele afirma que vai abrir uma sindicância para apuração e espera o comparecimento de algum membro da família para prestar informações. Seixas admite que nenhum paciente pode ser dispensado pela portaria ou recepção e que somente o médico é responsável pela decisão sobre o que deve ser feito. “Não temos vaga para isolamento, mas em caso de emergência a pessoa pode ser atendida no Pronto Socorro enquanto espera o surgimento de uma vaga mesmo em outra unidade”, explica.

O doente e seu acompanhante voltaram então para a Policlínica municipal, mas o homem morreu logo depois de dar entrada. A essa altura já eram 10 e meia da noite. De acordo com Gilberte Lucas, diretora da secretaria municipal de Saúde, “ele voltou com desconforto respiratório, levando a uma parada cardíaca. O médico tentou uma reanimação mas infelizmente ele foi a óbito”.

O quadro descrito pela equipe da policlínica é de feridas por todo o corpo e lesões ulceradas devido à hanseníase. Luís tinha iniciado tratamento no centro municipal que cuida de doentes de hanseníase e deveria estar tomando remédios, mas o primo admite que Luís não vinha usando. “Tem outras duas pessoas na família com a doença”, informa Florisvaldo. A secretaria municipal de Educação disse que vai mandar uma equipe na casa da vítima, para verificar a situação.

 

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Bloco Tracajá 2010 será lançado nesta quinta-feira

O lançamento oficial e a coroação do Rei (Silvério Silva) e da Rainha (Maryzélia) do Bloco Tracajá (que sai no domingo de Micareta), serão realizados no Bar Resenharia, nesta quinta feira (18), a partir das 18 horas.

Segundo Cleber Matos, um dos organizadores do bloco, as camisas do Tracajá poderão ser adquiridas no Bar do Vital, Ponto do Zequinha, restaurante Casa do Sertão e no Bar Resenharia, a partir do dia 11 de abril.

As camisas não serão vendidas, mas sim, trocadas por um quilo de alimento não perecível e um pacote de fraldas descartáveis, que serão doados ao lar do Irmão Velho, logo depois da Micareta.

O Tracajá, que estreou na Micareta de 2003 com grande sucesso, terá como destaque, mais uma vez, as participações de artistas como Carlos Pita, Dito Leopardo, Djalma e Dilma Ferreira, Cescé, Zé Araújo, dos grupos Bolacha Fofa com Tubaína e Laranja Azeda, entre outras atrações.

Este ano, o bloco terá como tema as Eleições 2010 e novamente o trem "Coliseum", que anima as festas infantis, servirá como carro de apoio aos foliões mais cansados, além de conduzir os destaques do Bloco, a exemplo do folclórico Lampião de Feira, que insiste em afirmar que é o pai da apresentadora Angélica da Rede Globo de Televisão.

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Recôncavo já teve terremotos de 4 pontos na escala Richter

O coordenador do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Joaquim Ferreira, explica que a ocorrência de terremotos é imprevisível e que não se pode ter certeza se vão parar ou voltar a ocorrer nos próximos dias em Mutuípe e Jiquiriçá, cidades que registraram tremores terça-feira.

Nenhuma região é totalmente isenta de sofrer os abalos sísmicos, mesmo estando no meio de placas tectônicas, como o Brasil. A tendência é que sejam fracos, mas no Recôncavo baiano já foram registrados, no início do século XX, tremores que atingiram 4 pontos na escala Richter, que mede a intensidade dos terremotos. Provocaram rachaduras em edificações, mas ao que se sabe, nunca houve mortes. “Na China o grande terremoto recente foi no meio de uma placa”, lembra o professor. Segundo ele, são comuns terremotos em uma região no Mississipi, Estados Unidos, que também fica no meio de placa tectônica.

A configuração das camadas mais profundas do subsolo pode permitir uma maior incidência em determinadas regiões. Em todo o caso, a razão é sempre a movimentação nas placas, mas os tremores registrados na Bahia, segundo o professor, não são reflexo dos grandes terremotos ocorridos este ano no Chile e no Haiti.

Eles chegaram ao conhecimento do Laboratório, mas devido à baixa intensidade do tremor e à distância de 600 quilômetros da estação mais próxima, os equipamentos consultados até o meio da tarde de ontem ainda não indicavam qual a magnitude do abalo.

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17.3.10

Feira foi a cidade que mais gerou empregos na Bahia em fevereiro

O Ministério do Trabalho divulgou hoje a estatística mensal de emprego, onde a Bahia ocupou posição de destaque no Nordeste. O estado teve saldo de 6.088 empregos gerados, o melhor resultado já obtido em um mês de fevereiro. Só na construção civil o saldo foi de 2.766 empregos de carteira assinada.

De acordo com divulgação feita pelo governo estadual, a geração de empregos na Bahia equivale a mais de 99% dos empregos gerados no Nordeste no período.

Na relação por municípios, divulgada pelo Ministério, destaque para Feira de Santana, que desta vez teve saldo superior à própria capital.


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16.3.10

Assaltado o Banco do Brasil em Nordestina


fotos: Reginaldo Pereira

A pequena cidade de Nordestina, no semi-árido baiano (com população estimada em pouco mais de 12 mil pessoas pelo IBGE em 2009), viveu 15 minutos de medo na manhã desta segunda-feira, com um tiroteio promovido por assaltantes que saquearam a agência do Banco do Brasil minutos antes da abertura.

O bando chegou em um utilitário Fiat Strada e já entrou na agência atirando. “Eles estavam de colete à prova de balas e máscaras, mas com uma calça parecida com a da Caatinga (um grupamento especial da PM na região)”, conta a comerciária Ana Paula, que trabalha em uma loja vizinha à agencia assaltada e correu para baixar as portas quando o tiroteio começou. O primeiro alvo do grupo, composto por um número estimado entre seis e oito homens, foi a fiação telefônica e o alarme.

Faltavam cinco minutos para a agência abrir as portas. Havia pessoas nos caixas automáticos e uma fila de clientes que aguardavam para serem atendidos quando as portas se abrissem, às 9 horas. Foram abertas a tiros pelos ladrões, que estilhaçaram duas delas e renderam os seguranças, que não tiveram chance de esboçar qualquer reação.

Os clientes que estavam na fila foram obrigados a deitar no chão. Uma parte do grupo ficou do lado de fora, onde deram muitos tiros. “Eu moro a cem metros daqui e ouvi o barulho dos tiros”, lembra a dona de casa Neide Carvalho. Os assaltantes usaram pistolas ponto 40 e fuzis. Paredes, placas de identificação de pontos comerciais e braços de luz da iluminação pública ao redor da agência foram atingidos, mas não houve feridos.

O escriturário Leandro Câmara contou que os ladrões obrigaram os funcionários a entregar o dinheiro que estava nos caixas e nos cofres. A gerência não informou quanto foi levado. Estavam no banco três funcionários e dois vigilantes. Apenas um funcionário foi deixado. Os outros quatro trabalhadores, entre eles Leandro, foram levados na carroceria do utilitário no começo da fuga, para servir de escudo em caso de perseguição policial. Mas foram deixados ilesos quando os bandidos chegaram à zona rural.

O Fiat Strada foi abandonado 30 quilômetros depois, em uma estrada de terra próxima do povoado de Alto Bonito, já na área do município vizinho de Cansanção. O carro foi atravessado na pista, para bloquear a passagem e totalmente incendiado.

Policiais civis e militares de todos os municípios vizinhos participaram das buscas, que contaram com cerca de 10 veículos e 50 policiais. Os policiais acreditam que depois de incendiar o carro os assaltantes fugiram a pé e estão escondidos na mata da região. Na tarde de ontem, a polícia estava revistando todos que passavam de carro ou moto e percorrendo as estradas vicinais para tentar localizar o esconderijo.

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15.3.10

Filho de Kadafi passeia oculto na Chapada

O filho do ditador líbio Muamar Kadafi, Saif Kadafi, chegou a Lençóis, na Chapada Diamantina sexta-feira e saiu sábado. Neste curto período, foi feito um esforço para que além de rápida, sua passagem fosse a mais discreta possível.

Uma meta difícil de alcançar, com a presença ostensiva de um grande grupo de pessoas que se espalhou em mais de um hotel da cidade, em função das exigências logísticas do personagem.

Nem o prefeito da cidade ficou sabendo da presença do figurão, que oficialmente veio ao Brasil para participar da exposição O deserto não é silente, que mostra a cultura líbia e foi aberta dia 8 no museu Afro Brasil, em São Paulo.

Apesar do esforço para manter segredo e afastar curiosos, era impossível esconder, por exemplo, quatro jatinhos e um helicóptero estacionados no aeroporto de Lençóis, que tem apenas um vôo comercial por semana.

Os bombeiros foram instruídos a não permitir a entrada de ninguém na área reservada à Sinart e os pilotos alegaram que foram contratados para o serviço, mas que não sabiam quem era o cliente.

Um funcionário do aeroporto, de um hotel que os abrigou e o prefeito Marcos de Araújo (PR) informaram, porém, que os pilotos estavam a serviço da Odebrecht, que seria proprietária de algumas das aeronaves estacionadas no pátio.

A Odebrecht tem negócios de grande porte na Líbia. Foi escolhida em 2007 para construir dois terminais novos no aeroporto internacional e um anel rodoviário em Trípoli, capital do país. As duas obras juntas têm um valor total de 1 bilhão e 22 milhões de euros, segundo informa o site da empresa.

O prefeito de Lençóis disse ter tomado conhecimento de que Saif esteve em alguns pontos turísticos da região, como a lagoa da Pratinha, que fica em outro município da Chapada. Soube também que havia agentes da Polícia Federal no esquema de segurança, além de um grupo de mulheres na caravana. Mas a desinformação foi tamanha que disseram ao prefeito se tratar do presidente do Líbano, país de nome semelhante mas que é uma democracia. Na Líbia, país do Norte da África, Kadafi está no poder desde 1969, quando era capitão do Exército – hoje é coronel – e tomou o poder por meio de um golpe de estado que pôs fim à monarquia.

O filho Saif é um dos candidatos a sucessor do pai. Segundo as especulações da imprensa internacional seu irmão Mutassim, que já tentou um golpe contra Kadafi mas foi perdoado, é o outro candidato. Vivendo em tal ambiente de desconfiança, não é de se estranhar o comportamento arredio de Saif, que quando esteve em São Paulo não se deixou fotografar e na Chapada circulou o tempo todo incógnito dentro de uma das diversas vans com vidros escuros que serviram aos visitantes.

A frota à disposição de Kadafi (foto Reginaldo Pereira)

* Saif deixou-se fotografar na abertura da Exposição. As fotos foram proibidas em uma festa a que compareceu, conforme se lê nos dois links abaixo:

http://colunistas.ig.com.br/vivimascaro/2010/03/09/“o-deserto-nao-e-silente”-exposicao-com-obras-da-libia-e-inaugurada-por-saif-kadafi/

http://colunistas.ig.com.br/vivimascaro/2010/03/08/saif-kadafi-se-arrisca-no-samba-em-jantar-na-casa-de-ana-paula-junqueira/


Banda Ímã leva jazz para Lençóis

Foto: Reginaldo Pereira

“Para muita gente a sorte é ganhar na loteria. Para mim foi passar em Lençóis hoje sem saber que ia ter show e encontrar eles aqui”. A definição de sorte do administrador Daniel Feijó expressa a satisfação pelo encontro inesperado com a banda Ímã, que tocou na noite de sábado, na segunda e última apresentação do Espicha Verão na principal cidade turística da Chapada Diamantina. Daniel já conhecia os músicos, que se apresentam nas sessões jazzísticas de sábado no MAM, em Salvador.

Neste segundo fim de semana, a iniciativa da Bahiatursa serviu também de estímulo para manifestações artísticas locais. Além de uma rápida apresentação de garotas com um número de street dance, tocou a dupla Laércio Moura e Marcel Jacques, cantando algumas músicas e principalmente oferecendo o aperitivo instrumental da noite, com violão, flauta e clássicos da música brasileira, como Tico-tico no fubá, Carinhoso e Brasileirinho.

No chão em frente ao palco montado no final da avenida Antônio Carlos Magalhães, um carpete ficou estendido para acomodar o público. Com a informalidade típica de Lençóis, houve até quem deitasse no chão para apreciar a performance musical do modo mais confortável possível.

Liderada pelo baterista Ivan Huol, também autor de várias das obras apresentadas, a banda Ímã mostrou em uma hora e meia de show, um repertório que favorece tanto o virtuosismo dos músicos quanto a exploração de uma ampla variedade de sons, com destaque para o papel fundamental ocupado pela percussão, que contou com a valiosa participação de Orlando Costa, músico experimentado nos palcos acompanhando diversas estrelas da MPB.

Uma sonoridade que não encontra espaço em rádios e não chega à parada de sucessos, mas que encontra boa receptividade na alternativa Lençóis, onde se misturam nativos, turistas brasileiros e estrangeiros e gente que trocou a agitação da cidade pela calmaria junto aos rios, matas e cachoeiras.

“Esse som é a cara de Lençóis”, vibra a jovem moradora Febe Santos. Para ela, ocasiões semelhantes deveriam se repetir com mais frequência, como forma de atrair mais turistas e de oferecer oportunidades diferentes para o lazer dos próprios moradores.

O comerciante Jorge Matos concorda. Como empreendedor local, ele confirma que a cidade sofre muito com a redução no turismo durante a baixa estação. Vê o Espicha Verão como um caminho, mas recomenda intensificar ações semelhantes para elevar a taxa de ocupação dos hotéis e pousadas. Jorge considera que a música “intimista” apresentada pelo Ímã é tão suave e adequada ao local que poderia ser executada na praça principal, onde circula mais gente.

A música da Ímã dispensa apresentações para Marcos Antônio Pinto, 68 anos, pai do tecladista André. Mas Lençóis ele ainda não conhecia. “Gostei muito dos passeios que fiz aqui”, indica. No outro extremo, a jovem Fenata Santos, 17 anos, tem as trilhas na natureza como uma extensão de sua casa, mas nunca tinha escutado ao vivo shows de jazz antes do Espicha Verão. “É maravilhoso. É uma chance para a gente conhecer uma cultura diferente”, comemora a estudante.

Ajudando a fazer a ponte entre o estilo musical e o público, foi valiosa a descontração do baterista Ivan na apresentação dos números instrumentais e  dos colegas de palco (a banda com cinco membros contou ainda com a guitarra de Bruno Uzeda e o contrabaixo de Marcos Sampaio). Juntos, não fazem uma música tão heterogênea quanto a platéia, mas chegam perto. Tanto que um dos últimos números da noite foi uma versão instrumental do sucesso Billie Jean, de Michael Jackson.

 

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