9.5.09

Cadê a dengue que tava aqui?

Você pensou que Feira de Santana passou por uma epidemia de dengue? Você ouviu o secretário de Saúde na televisão confirmando isso? Será que você ouviu bem mesmo? Parece que todos ouvimos mal ou entendemos errado, pelo que informou a prefeitura na sexta-feira (08).

Como os casos suspeitos caíram muito, o governo decidiu desmontar a partir de hoje o centro de hidratação que havia no Feira Tênis Clube. Até aí normal. Mas juntamente com o desmonte, parece que a prefeitura resolveu que não temos nem tivemos dengue.

Diz a matéria do boletim da Secretaria de Comunicação. “A maior incidência de atendimentos foi entre os dias 16 a 18 de abril, quando o centro de hidratação recebeu 60 pessoas com suspeita de dengue. No final do mês, poucos atendimentos. Em nenhum deles, até agora, a doença foi confirmada.”

Então tava todo mundo enganado, inclusive a prefeitura, que dispendeu um esforço enorme para conter o vírus. E que inclusive anuncia que se manterá em campo contra o risco iminente. Não havia dengue nenhuma.

Segundo informação inicial da secretaria de Saúde a mulher que morreu na quarta-feira tinha dengue, mas morreu de outros problemas. Para afirmar isso, basearam-se no próprio atestado de óbito, que citava a dengue apenas como causa secundária. Mas no dia seguinte este atestado de óbito não era mais um documento confiável. Pois exame feito na secretaria mostrou que ela sequer tinha dengue.

E quem passou mal e vagou pelas três clínicas de hidratação da cidade, não tinha dengue. Talvez dengo, quem sabe. Quem sabe foi o calor intenso do verão. E os médicos que andaram diagnosticando dengue (e muita gente achava inclusive que havia uma sub-notificação) exageraram. Nada de dengue. Foi um delírio coletivo.

Estranho o empenho em negar a doença, quando a prefeitura deveria se orgulhar de ter trabalhado bem e evitado mortes. Vá entender!

8.5.09

Lula já admite candidatura de Geddel

Na Bahia, "certamente o PT e o PMDB vão se confrontar". Foi o que disse o presidente Lula, mesmo numa entrevista em que afirmou ter certeza de que seu partido e o PMDB estão próximos de um entendimento. Ele reconheceu que em alguns estados, não vai dar para chegar a uma composição e citou logo a Bahia como exemplo.

É a senha que faltava para o fim do penoso casamento PT-PMDB na Bahia, pois até aqui muita gente imaginava que Wagner aguentava a relação desgastada com o PMDB de Geddel para não atrapalhar a governabilidade do presidente em Brasília.

Ah, a fonte de onde saiu esta notícia? É confiável. Folhaonline. Leia aqui:

PS: Lula não citou o nome de Geddel. Precisava?

Duas fotos, duas medidas

Eliana Boaventura foi ao encontro do prefeito Tarcízio Pimenta, para informar que não apóia mais Tarcízio Pimenta, porque apoia Wagner e vai apoiar o governador na sua tentativa de reeleição. A assessoria do prefeito distribuiu foto de ambos lado a lado.



Então quer dizer que a foto de Tarcízio com José Ronaldo, distribuída esta semana mesmo também indica que eles não estão mais juntos?

Não. Segundo a imprensa oficial, esta foto tem valor inverso.
Significa que Tarcízio e Ronaldo continuam juntos.

Então a foto de Tarcízio com Eliana significa que continuam aliados.

Não. Entenda, esse raciocínio só vale para a foto com Ronaldo.

Se é assim, como as fotos podem servir como prova de amor, amizade e aliança política?

Não servem. Mas a imprensa oficial é livre para dizer o que convém ao governo.

Geddel "apanha" no Piauí

Enquanto aparece em Salvador como o homem que garante dinheiro para resolver os problemas causados pela chuva, o ministro Geddel Vieira Lima recebe críticas por não fazer o mesmo no Piauí, que sofre mais do que a Bahia com o tempo excessivamente chuvoso. Na capital piauiense, mais de três mil famílias ficaram desabrigadas, segundo informam órgãos da imprensa daquele estado.

O prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (PSDB), disse que o ministro da Integração Nacional “fez pouco caso do drama dos alagados ao dizer que não estava vendo nenhuma tragédia” depois de ter sobrevoado a capital de helicóptero junto com o presidente Lula.

À imprensa piauiense, Mendes disse que entregou ao presidente um documento contendo reivindicações para a capital e viu quando o presidente repassou os papéis para Geddel. Em seguida, teria procurado o ministro e ouvido dele que não sabia de documento algum. Circulou no estado até a notícia de que o projeto da prefeitura entregue a Geddel foi encontrado mais tarde no lixo.

Na Assembléia Legislativa também não faltaram críticas a Geddel, mas houve quem o defendesse, alegando que o “projeto” do prefeito era apenas um ofício listando problemas e fazendo pedidos de verba.

Atentado em Manaus contra diretor de Sindicato dos Jornalistas

O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas (SJPAM), Cristovão Nonato, foi vítima de um atentado na madrugada desta sexta-feira (8). O carro do jornalista, que estava estacionado em frente ao condomínio residencial Jardim Paulista, no Aleixo, onde mora, foi incendiado por volta de 1h.
De acordo com testemunhas, um veículo cinza, de marca e placas não identificadas, parou ao lado do carro do jornalista, um homem moreno desceu, jogou gasolina, acendeu uma tocha e ateou fogo, partindo em seguida rumo à avenida André Araújo.

Eliana e Getúlio batem boca

Ao vivo no Acorda Cidade, na manhã de hoje (08), o vereador Getúlio Barbosa bateu boca com a deputada Eliana Boaventura. A certa altura, a deputada, que estava no estúdio do programa conduzido por Dilton Coutinho, insinuou que tentaram tirar dela o controle do partido. Supostamente Getúlio seria o beneficiário. O vereador ligou para contestar e disse que Eliana estava mentindo.
Daí para a frente ... Bem, é melhor você ouvir a confusão, que durou dois minutos. Clique no Play aí embaixo.

Jack Bauer, quinze anos atrás

Há 15 anos e até um pouco mais recentemente era assim a vida digital. Celulares ou telefones sem fio imensos. Pagers que apenas lhe avisavam que você tinha que ligar para alguém ou algum lugar. Enfim, as tarefas do dia a dia começavam a ficar mais urgentes e as ferramentas tecnológicas eram um quebra-galho perto do que temos hoje. Em 2009, até os notebooks estão ficando ultrapassados (mas o sinal do celular da Oi continua difícil de pegar em qualquer lugar).

Propaganda gratuita e intensa de Geddel

Nunca uma candidatura que a princípio não existe foi tão alardeada quanto a de Geddel Vieira Lima. Pelo interior, na capital e também na mídia nacional fala-se do assunto, que marcaria um rompimento do PMDB com o PT de Jaques Wagner (ressalve-se que são só os petistas que a todo momento, numa demonstração de imaturidade, pregam publicamente o rompimento).

O balão de ensaio inflou a tal ponto que já tem gente jurando que viu a coisa praticamente oficializada. Foi a impressão por exemplo de Dilson Barbosa, que entrevistou o ministro no Bom Dia Feira, pela rádio Princesa na terça. “Não há mais o que discutir, Geddel é candidato”,escreveu.

Hoje no programa de Carlos Geilson, Framário Mendes já dizia que a candidatura de Geddel estava assumida pelo próprio PMDB em seu site. Fui ao site do PMDB e não vi nada, a não ser que está cheio de problemas, com links quebrados. Zé Neto ligou em polvorosa para o programa, querendo confirmar a informação. Colbert Martins ligou em seguida, para pregar a conciliação, como é do seu feitio. E Rafael Velame desvendou o mistério, contando que se trata de mancada do http://jornalfeirahoje.com.br/materia.asp?id=7933.

De qualquer modo, de boato em boato, o nome de Geddel vai sendo propagandeado e o fantasma da candidatura dele, aliado com DEM e/ou PSDB, tirando o sono dos petistas.

7.5.09

Radialistas x Vereadores

Chateados com discurso proferido pelo vereador Ronny (PMN) contra Beto Souza da Rádio Subaé, radialistas discutiram a possibilidade de fazer um boicote. Ficariam uma semana sem fazer cobertura na Câmara.

O problema é que se o boicote vingar, na volta vão continuar abrindo espaço para a autopromoção de vereadores que não têm nada a dizer.

Atenção, antes que discursem contra mim também: não estou dizendo que os vereadores só dizem ou fazem besteiras. Claro que estão devendo e muito à comunidade. Mas tem alguma coisa que se aproveite.

O erro está mesmo nos repórteres ou apresentadores, que abrem um espaço excessivo no rádio aos vereadores. No entanto, com os deputados é ainda pior. Estes aparecem muito mais do que merecem e quase sempre apenas para se auto-promover.

Ingresso eles não querem pagar

A crítica de Beto Souza e a consequente raiva de Ronny vieram em função do debate sobre projeto do vereador Bastinho (PRTB), que retiraria dos vereadores o direito à gratuidade nos jogos no Jóia da Princesa.

De acordo com Ronny, o repórter afirmou no Programa de Carlos Geilson, que “na Câmara de Feira de Santana os vereadores ganham muito, não trabalham e reclamam demais”. Ronny contestou esta declaração e foi seguido por uma fileira de colegas, que protestaram contra Beto Souza, afirmando que ele tem feito constantes e infundadas críticas ao Legislativo.

Mas ao final, o projeto de Bastinho foi mesmo rejeitado. Eles continuarão a entrar sem pagar, apesar do alto salário que recebem.

Não se trata do dinheiro que os vereadores gastariam pagando ingresso, pois é pouco diante do que recebem todo mês.

Nem se trata de qualquer reforço no caixa dos clubes feirenses que jogam no Jóia, pois os vereadores são apenas 21 e obviamente nem todos vão aos jogos.

Trata-se do vereador compreender que ele é um cidadão igual aos demais, que o fato de ser vereador não lhe concede direitos e privilégios acima do restante da comunidade.

Quando a gratuidade foi criada, na década de 50, os vereadores nem sequer tinham salário. Hoje a realidade é bem outra, mas eles não aceitam abrir mão de suas vantagens. Seria esperar demais mesmo, achar que o projeto tinha chance de passar, quando o que se vê é os vereadores pressionando o presidente Carlito do Peixe para receber adicionais e vantagens que julgam ter direito, “porque os deputados recebem”.

Os vereadores precisam começar a se habituar a uma nova realidade. Os cortes em Brasília já começaram, pelas passagens aéreas. Vem aí um projeto que desvincula os salários de vereadores dos salários de deputados. Mesmo que os políticos não entendam nem queiram, com o tempo as coisas mudam. Pena que mudem muito devagar.

Getúlio renega o PP

Em discurso na Câmara, ainda reclamando da convocação de Eliana Boaventura para que apoie o governo Wagner acompanhando o PP estadual, o vereador Getúlio Barbosa disse que se sentia envergonhado de estar num partido presidido por Mário Negromonte, que além de gastar suas cotas de passagem na Câmara Federal viajando para o exterior, declarou que deputados precisam ganhar bem para não se corromper.

Getúlio observou corretamente que corromper-se vem da índole da pessoa e não do salário que ganha, senão todo trabalhador que ganha pouco seria corrupto.

PS: a propósito de Eliana Boaventura, foi vista por volta de 8:30 da manhã entrando no gabinete do prefeito Tarcízio Pimenta, conforme informado ao vivo pelo repórter J. Bezerra, do programa Carlos Geilson. Foi tentar uma conciliação ou entregar os cargos?
O recado foi dado por Tarcízio quando questionado por repórteres de rádio sobre a adesão integral de Eliana ao governo Wagner. Disse o prefeito que no passado, quando rompeu com os grupos que apoiava, avisou logo aos seus liderados que teria que entregar os cargos, o que é natural.

6.5.09

Escola pública para os filhos de políticos

Diante da situação de calamidade pública na educação de um lado e do outro da indiferença por parte de quem poderia resolver o problema, é razoável pensar que o senador Cristovam Buarque está com a razão, ao propor o projeto abaixo, obrigando os políticos a matricular os filhos nas escolas públicas.

Ele sugere que se dê um prazo até 2014, para que a lei comece a valer. Até lá seria o tempo de preparar as escolas para receber esta tão nobre casta de maneira que as crianças bem nascidas possam receber o ensino que seus pais querem para elas, mas negam para o resto da população:

PROJETO DE LEI DO SENADOR CRISTOVAM BUARQUE

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.

Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.

Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.

JUSTIFICAÇÃO = No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.

Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.

Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos.

Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais - vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República - deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior.

Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoral o presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:

- a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;

- b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.

- c) financeiro: evitará a "evasão legal" de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;

- d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil.

Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão.

Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos.

Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda tivesse duas educações - uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os filhos do povo como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres.

Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a aprovação deste projeto.

Sala das Sessões,
Senador CRISTOVAM BUARQUE

Um Modelo que nunca funcionou

Para que ninguém pense que os colégios modelo são fracos hoje porque foram parar na mão do PT, que não respeita a memória de Luís Eduardo Magalhães, reproduzo aqui parte de artigo que publiquei na Tribuna Feirense em fevereiro de 2006, quando saiu o resultado das notas das escolas no Enem pela primeira vez.

(...) Quem precisa vir a público se explicar é a direção do “Colégio Modelo” Luís Eduardo Magalhães. Ou explique-se a Direc. Ou a secretária de Educação. Ou o governador Paulo Souto. Afinal, o mais bem situado entre todos os colégios “modelo” da Bahia não obteve sequer média 5,0. Os colégios modelo estão reprovados. Os outros também. Não há o que comemorar. Só o que lamentar.

O Colégio Modelo, na concepção anunciada pelo falecido que empresta o nome a estas escolas, teria que ser uma referência, uma excelência, que serviria de inspiração para toda a rede pública. Luís Eduardo não viveu para implantar aquilo que propôs. Não sabemos se com ele seria diferente, mas certamente seus herdeiros não fizeram jus ao ideal. É um ensino como o de toda a rede pública, de péssima qualidade. Um ensino com o qual nem a Bahia nem o Brasil sairão da situação de pobreza em que patinam há tanto tempo.

Não é por outra razão que Salvador sempre se “destacou” entre as capitais brasileiras com os piores índices de desemprego. É gente demais sem instrução, sem qualificação, disputando as mesmas poucas vagas. Enquanto isso, quando um empregador procura alguém com um pouco mais de preparo, simplesmente não encontra ou tem muito trabalho para encontrar.

Que modelo é esse?

O nome é auto-explicativo: Colégio Modelo. De sonho de Luís Eduardo Magalhães para melhorar a educação pública no estado (pelo menos segundo a propaganda oficial), as escolas rapidamente espalhadas pela Bahia a partir do governo César Borges como homenagem ao idealizador morto, viraram apenas escolas públicas comuns, ocasionalmente um pouquinho melhores que as demais estaduais.

A prova eloquente de que as escolas Luís Eduardo Magalhães não têm nada de modelo são as notas que alcançaram no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O desempenho melhor nas estaduais (embora também fraco) ficou para os colégios geridos pela Polícia Militar.

Dos colégios modelo, pelo alarde que se fez em torno de sua criação, deveria se esperar algo parecido com o desempenho das escolas federais. Existem 13 federais na Bahia, das quais 10 estão na lista dos 100 melhores. Mas não. O primeiro Modelo só vai aparecer lá na posição 202 (o de Guanambi). O de Feira de Santana tem a duvidosa glória de ser vice no estado (na 232ª colocação). Apenas os quatro primeiros colégios modelo conseguiram ficar dentro da média nacional do Enem, que foi 50,52.

Não se trata aqui de demonstrar que os colégios Luís Eduardo Magalhães não funcionam. Mas de constatar como vai mal a nossa educação pública, quando até o colégio criado para ser um ideal fracassa completamente.

NOTA DOS COLÉGIOS MODELO E POSIÇÃO DELES ENTRE TODAS AS ESCOLAS BAIANAS (clique para ampliar)


5.5.09

Não pode faltar transporte escolar

Desde novembro do ano passado o estado não faz o repasse do dinheiro para a prefeitura, para pagamento do transporte escolar. A queixa foi apresentada pelo líder do governo Pimenta, Justiniano França, que pediu na Câmara a intervenção dos vereadores petistas Marialvo Barreto e Ângelo Almeida, para que o impasse se resolva. Segundo o líder, há empresas ameaçando parar de fazer o transporte de alunos e professores.

Claro que Justiniano apresentou o assunto também como forma de contra-atacar depois que Ângelo trouxe à tona o vergonhoso caso da falta de merenda escolar na rede municipal. Pouco importa. Eles que briguem e exponham suas entranhas, desde que estado e município cumpram suas obrigações e os problemas da coletividade sejam resolvidos.

Não pode faltar merenda escolar

Se o motivo da falta de merenda escolar nas escolas municipais fosse problema com licitação por conta de alguma empresa que questionou o resultado, paciência. É a lei, que muitas vezes atrapalha na tentativa de ajudar. Mas não. A resposta do prefeito Tarcízio Pimenta para a falta de merenda foi vaga, relacionando o caso com a saída da secretária Anaci Paim, o que teria provocado atraso no processo.
Acontece que Anaci saiu da reunião com o prefeito onde se decidiu sua exoneração e em seguida, o secretário José Raimundo foi convidado por telefone e aceitou, assumindo dois dias depois (Anaci saiu em 30 de março, José Raimundo assumiu em 01 de abril).
Em tempos de aperto como o atual, quando não há dinheiro para ações de grande impacto, é pela administração do corriqueiro e o bom andamento das coisas essenciais que se avalia o governo.
Na Micareta correu tudo bem. O combate à dengue é um sucesso. Na educação faltou a mesma dedicação? Faltou ser considerada essencial?
Como se sabe, e repetiu o vereador Ângelo Almeida (PT), que visitou escolas e fez a denúncia na Câmara, falta de merenda atrapalha o aprendizado, pela fome como pela desmotivação. Supostamente não estaria havendo evasão escolar por conta do Bolsa Família, já que a frequência do aluno é critério para permanecer recebendo o benefício. Ir à escola somente, no entanto, não resolve o problema. A merenda é apenas um aspecto da situação. A escola pública precisa de muito mais. Porém, se até a merenda faltar, fica difícil crer que o restante será providenciado. O governo tem três anos e meio pela frente para provar o contrário.

Dificuldade com os comentários

Recebi reclamações de que há problemas quando os leitores tentam colocar comentários nas postagens. Fui testar e de fato vi que depois do comentário escrito e enviado às vezes aparece a mensagem em vermelho “Não foi possível processar sua solicitação. Tente novamente.”
Nos meus testes, feitos em dias diferentes, a solução sempre foi simplesmente tentar de novo. Felizmente não foi preciso reescrever, mas apenas clicar novamente em Postar comentário, passar pela etapa de digitar a palavra que aparece para ter certeza de que você não é um robô tentando enviar spam e em seguida ver a mensagem “Seu comentário estará visível depois de ser aprovado”.
Fora esta dica não há muito o que eu possa fazer. O Blogger, site onde este blog está hospedado pertence ao Google e é um serviço gratuito. O crescimento exponencial da empresa, com suas diversas ferramentas (por exemplo Gmail, Youtube e Orkut), cria certamente dificuldades para manter tudo funcionando 100%.
Sucessivas falhas em alguns destes serviços, principalmente no Gmail e nas buscas, que são os mais cruciais para usuários ao redor do mundo, vêm sendo discutidas e temidas por internautas e publicações especializadas. Só entre as que me lembro, já foram tema de matéria no caderno Digital de A Tarde e capa da revista Info, da editora Abril, no mês passado. A revista estampou a dúvida “Dá para confiar no Google?”.
Quanto aos comentários em si, dois aspectos. O primeiro é a necessidade de passar pela palavra aleatória exibida pelo site. Se eu não colocar essa exigência, os comentários ficam entupidos de spam (lixo e propaganda). Existem máquinas que vasculham a internet procurando lugar para comentar. As palavrinhas digitáveis servem para enganá-las, já que as máquinas não conseguem ler e digitar (ainda).
Outra razão para exigir algum grau de esforço para comentar é desestimular os xingadores e caluniadores profissionais, que abundam na internet e se valem do relativo anonimato digital para avacalhar os outros. Por isso o comentário precisa antes passar pelo crivo do autor do blog, para ser exibido. É um drama com muitos deles, pois às vezes tem uma parte boa, estragada por outra desnecessariamente ofensiva. Infelizmente, não dá para publicar. Se você que lê agora for um comentarista sincero, minha recomendação é “Comente com moderação”.

4.5.09

Radialista alerta radialistas

A Tribuna Feirense da sexta-feira passada trouxe um alerta do radialista Rivaldo Ramos aos seus colegas, chamando atenção para o excessivo espaço dado aos políticos no rádio. Nos programas dos próprios radialistas ou nos programas que os políticos vão aos poucos assumindo diretamente.
Reproduzo seu artigo abaixo, pois penso como Rivaldo, mas não tenho a mesma autoridade para falar, porque minha atuação profissional não está tão diretamente ligada ao rádio, embora já tenha participado por algum tempo em vários programas.
Como ouvinte, posso dizer que o tempo exagerado concedido aos políticos é no mínimo aborrecido. Motivos para entrevistar os políticos há muitos. Mas uma coisa é dar informação útil à sociedade. Outra é abrir espaço apenas para que o vereador, deputado, prefeito ou pretendente simplesmente faça auto-promoção.
Leia o texto de Rivaldo:

Ouvindo o programa "Nas ruas e na Polícia", apresentado pelo colega Aldo Matos, me senti provocado em escrever este artigo sobre a minha profissão, de radialista. O programa em questão traz um quadro às sextas-feiras, intitulado "História do Rádio", onde são entrevistados profissionais do rádio, que contam sobre suas carreiras e como escolheram ser radialistas.
Até agora foram entrevistados profissionais que estão na profissão por vocação como J. Cardoso, Miro Nascimento, Virgílio Porto, entre outros, mas tenho percebido que têm aparecido figuras estranhas na minha profissão, políticos oportunistas que não satisfeitos em ser entrevistados, estão cada vez mais gulosos por espaços na mídia.
Como se a propaganda eleitoral obrigatória não bastasse, recorrem à internet e agora também invadem o rádio como pseudo-radialistas. Ou seria paraquedistas? Além de haver programas que abrem espaços em demasia para os políticos. O ouvinte fica obrigado a ouvi-los em dose dupla.
Feira de Santana, por exemplo, vive um momento peculiar nesse sentido. Armados com registros obtidos através de cursos que teoricamente ensinam o "básico" sobre a profissão de radialista, tenho observado políticos participando de programas como comentaristas e até mesmo como apresentadores, quando adquirem um horário no rádio através da terceirização.
Já tivemos radialistas que buscaram e ainda buscam lograr êxito na política e tendo conseguido ou não, continuaram trabalhando como comunicadores. Porém o que mais ocorre atualmente é o contrário: políticos com ou sem mandatos se utilizando do rádio sem a mínima vocação e com o único propósito de angariar votos. Penso assim, pois não conheço nenhum político que esteja atuando no rádio como repórter policial, esportivo, narrador, etc... Quem sabe tenha um em um milhão.
Conclamo os colegas, verdadeiros radialistas, a se vacinarem contra os aproveitadores que mais parecem polvos com enormes tentáculos querendo dominar tudo e até o rádio, veículo tão próximo da população. E que meus "verdadeiros colegas" não se refiram a esses oportunistas como colegas. Na minha opinião, não basta ter um registro. É preciso ser radialista de fato e de direito.
Você percebe quem verdadeiramente é radialista quando termina o período eleitoral. Quem se utiliza do mandato para patrocinar e participar de programas em rádios comerciais ou comunitárias e não logra êxito nas eleições, abandona o rádio ou some temporariamente, porque não consegue se adaptar com a profissão de radialista e além disso percebe que essa não é a sua praia.
Politicagem no rádio: essa mistura pode macular a imagem da imprensa. Chega de escândalos.

Rivaldo Ramos, radialista há 16 anos, atua na rádio Subaé AM.
Artigo publicado em 1 de maio de 2009 na Tribuna Feirense.

PS: como disse lá na abertura que penso como Rivaldo, quero fazer a ressalva de que não faço qualquer restrição ao uso da internet pelos políticos. Ao contrário, acho que é o TSE quem precisa adaptar a legislação aos novos tempos, dando mais liberdade a campanhas pela internet.

Eliana desce do muro

A realidade da vida fez a deputada Eliana Boaventura ver que não dá para tentar ser aliada do governo municipal e estadual ao mesmo tempo. Em entrevista no programa De Olho na Cidade, conduzido por Jorge Bianchi na Rádio Sociedade, a deputada assumiu que já escolheu de que lado estará em 2010 – ao lado do governador Jaques Wagner – e que portanto, não faz mais parte do grupo político do prefeito Tarcízio Pimenta.

Para acabar com qualquer dúvida, ela se pronunciou sobre o posicionamento dos vereadores Getúlio Barbosa e Eremita Mota, que fazem parte do mesmo partido dela, o PP. O partido é aliado de Wagner (PT) no estado, mas os vereadores em Feira compõem a base de sustentação do governo Tarcízio Pimenta (DEM).

Na visão da deputada, ambos devem seguir orientação do partido, o que significa que devem apoiar Wagner “mas se assim não entenderem estão livres para sair do partido”.

Ouvido nesta segunda-feira no mesmo programa, Getúlio disse que já manifestou o desejo de sair, mas quer garantias de que não vão cobrar o mandato dele. Quer uma carta do presidente do partido, liberando-o. “Não é Eliana quem vai dizer para onde vou e o que devo fazer. Eu fico mudo, mas fazer o que os outros mandam eu não faço. Não é assim, chegar, botar o ferro e dizer ‘vá por aqui’. Comigo é um pouco diferente”, disparou.

Já Eremita deu entrevista onde demonstrou não ter ainda uma posição definida, enquanto Tarcízio Pimenta evitou se estender nos comentários. “Ela é livre para seguir o destino que assim definir”, minimizou, enfatizando que segue no grupo do ex-prefeito José Ronaldo e do ex-governador Paulo Souto.

Ronaldo contesta Tarcízio

Em entrevista na manhã desta segunda (04) no programa Acorda Cidade, de Dilton Coutinho, o ex-prefeito José Ronaldo atribuiu à euforia do momento da Micareta as declarações do prefeito Tarcízio Pimenta, quando este disse que economizou recursos públicos ao negociar o cachê diretamente com as atrações, diferente do que se fazia antes, no tempo de Ronaldo. O ex deu outra interpretação às declarações de Tarcízio. “Acredito que ele quis se referir aos preços pagos por Feira de Santana em relação aos preços pagos por outras cidades”, especulou.

Para demonstrar que não pagou mais caro, Ronaldo citou Daniela Mercury, trazida em 2008 por R$ 115 mil e que neste ano custou mais (R$ 130 mil). Segundo Ronaldo, uma consulta ao Diário Oficial do ano passado mostra que os preços pagos por ele são semelhantes aos que foram pagos em 2009.

Apesar da divergência, Ronaldo garantiu que está tudo bem no relacionamento dele com o atual prefeito. “Acho que é impossível ter um relacionamento melhor”, definiu. O ex foi convidado e compareceu na inauguração da praça que Tarcízio promoveu no fim de semana no conjunto ACM.

3.5.09

Afagos do prefeito para Neto

"Ninguém pode deixar de reconhecer que o deputado Zé Neto faz um trabalho importante." Foi o que disse o prefeito Tarcízio Pimenta sobre o deputado petista, em entrevista publicada no site Bahia Notícias. Mas não sem antes fazer a ressalva: "Apesar de termos divergências no campo ideológico e político."

De qualquer modo, essa amabilidade, que também parte de Neto, é novidade no tratamento entre ambos.

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