19.6.09

O custo do São João

Saiu hoje (19) no Diário Oficial o cachê das atrações contratadas pela prefeitura de Feira de Santana para o São João de São José e Tiquaruçu, no período de 20 a 23 de junho de 2009. O valor beira os R$ 500 mil.

Veja a lista dos 14 artistas, do cachê mais alto para o mais barato:

Retardatários da Micareta

Pode ser que o valor pago aos músicos ainda aumente um pouco, se ocorrer o mesmo que na Micareta. É que apareceram três novos nomes na relação que a Prefeitura havia informado oficialmente antes.

O Diário Oficial do dia 11 desse mês trouxe a lista retificada. Foram incluídos agora Beto Jamaica (R$ 18.000,00), Levada Louca (R$ 10.000,00) e Folia Caipira (R$ 8.000,00). Com isso, o custo total das atrações mudou de R$ 759.500,00 para R$ 795.500,00.

Governo nos distritos x Governo para os distritos

Louvável a iniciativa do prefeito Tarcízio Pimenta de dedicar uma atenção especial aos distritos, transferindo o governo por alguns dias. Bom mesmo será se for a semente de uma política mais consistente de atenção a quem mora fora da sede. Historicamente essa população é mal atendida ou ignorada e acaba vindo para a cidade em busca de uma vida melhor, sem saber que se estão mal no campo, piores ainda ficarão na cidade.

Mas não tem jeito. O atrativo da cidade, alimentado diariamente pelas diversas mídias, e principalmente pela televisão, é forte demais. Para conter o fluxo migratório só uma ação forte de governo. Não bastam quebra-galhos isolados. Não se trata de resolver pequenos problemas, mas sim de implantar uma política que garantisse o sustento do trabalhador rural de maneira que ele soubesse que vir para a cidade traria prejuízo ao invés de benefício.

Não é à toa que diversos países europeus gastam muito dinheiro, subsidiam a produção e na prática pagam para a população rural permanecer rural. O inchaço das cidades traz problemas que acabam custando mais caro.

Na verdade Feira de Santana já foi vítima desse processo. Pelo Censo de 1991 do IBGE, 86% de nossa população era urbana. Em 2000 o Censo apontou urbanização de 89,77%. Mesmo assim, ainda vale a pena investir na população que ainda é rural, pois forma um contingente em torno de 50 mil pessoas.

Uma ação governamental eficaz na zona rural ajuda a cidade. Mas o contrário não. Quando só a cidade é beneficiada e a zona rural esquecida, mais gente vem de lá para cá e as melhorias efetuadas na zona urbana ficam comparáveis ao enxugamento de gelo.

18.6.09

O tamanho de José Ronaldo

O processo de discussão sobre a eleição de 2010 vem evidenciando que o prefeito José Ronaldo demonstra na cúpula do seu grupo político um tamanho menor do que deveria, levando-se em conta o poder e a popularidade que acumulou ao longo de oito anos de mandato na maior cidade do interior do estado.

Quando se refere aos mandatários do DEM, a mídia da capital (a que conta em termos de influência política) quase ignora Ronaldo. Os nomes são sempre os de ACM Neto, José Carlos Aleluia e Paulo Souto. Ex-carlistas membros de outros partidos, como Cesar Borges e o sem mandato Antônio Imbassahy são sempre citados também. Ultimamente, até Otto Alencar ganhou um destaque talvez desproporcional ao seu peso político ou eleitoral, quando passou a ser assediado pelo PT.

Sobre Ronaldo, quase nada. Hoje, no entanto, seu aparecimento ainda que com 1% das intenções de voto em pesquisa espontânea para o governo do estado*, mostra que seu papel deveria ser mais importante no jogo. O problema é que Ronaldo não quis ou não soube se colocar na mídia estadual, quando estava no poder. Sem mandato, tem importância secundária e fica mais difícil aparecer.

Apesar disso, como se sabe que tem densidade eleitoral e influencia nas bases pelo interior, o nome do ex-prefeito de Feira eventualmente é cogitado numa candidatura a senador ou a vice-governador na chapa de oposição. Aí sim, caso eleito, Ronaldo poderá se projetar mais, visando a um plano maior de um dia vir a governar o estado, desejo que acalenta mas não manifesta, como é próprio do seu estilo.

Aliás, próprio do seu estilo também é não queimar etapas. Daí estar totalmente descartada uma candidatura a governador, como alguns ronaldistas mais entusiasmados chegaram a pretender.

* Pesquisa não oficial, encomendada pelo grupo que está no governo estadual, citada hoje (18) na coluna Tempo Presente do jornal A Tarde

17.6.09

Governo estadual não paga transporte escolar

Segundo o líder do governo na Câmara, Justiniano França, o governo estadual não está honrando o compromisso de repassar o valor correspondente ao transporte de estudantes da rede estadual, que são conduzidos no transporte pago pela prefeitura de Feira de Santana. Isso mesmo depois de ter reduzido o valor por estudante, de 90 centavos para 45 centavos.

Afinal de contas, o que o governo estadual paga, se de todos os lados ouvem-se queixas de atraso no pagamento e carências de todo tipo, tanto de pessoal quanto de material?

Ou o governo vai assim até o fim ou aplicará o mesmo principal bem direitista de jorrar dinheiro, obras e ações no final do mandato, nas vésperas da eleição. Será que esse golpe ainda cola?

O centro é (deveria ser) dos pedestres

Reflexão precisa de Jânio Rego sobre os problemas do trânsito, que hoje em dia tanto afligem Feira de Santana:

Numa Feira é o pedestre e não o veículo o agente vital do seu centro. É para privilegiá-lo, e não ao veículo que o transporta, que devem ser os planos de trânsito para os centros das cidades modernas.

De fato, fala-se sempre da mobilidade dos carros, mas os pedestres não têm vez, quando deveria ser deles a prioridade.

16.6.09

Pagamentos da prefeitura agora são todos on-line

O prefeito Tarcízio Pimenta definiu como um "momento histórico" a mudança anunciada ontem, na forma de pagamento que a prefeitura adotou, em parceria com o Banco do Brasil. Sem cheques, tudo digital. De fato, um avanço importante, em vários aspectos. Agiliza, economiza, facilita os controles. E mostra que a cidade pode e deve estar na dianteira da modernização. Que o mesmo espírito se estenda a outras áreas da administração pública. Leia abaixo a matéria da Secretaria de Comunicação.

O pagamento aos fornecedores da Prefeitura de Feira de Santana passa a ser digital. O sistema foi implantado oficialmente nesta segunda-feira (15). A cidade será a primeira da Bahia a ter adotar o meio eletrônico de movimentação financeira junto ao Banco do Brasil, onde mantém quase que a totalidade dos pagamentos feitos pelo Município.

O prefeito Tarcízio Pimenta mandou publicar nesta terça-feira (16) decreto que autoriza o Executivo a se utilizar deste meio. “Estamos presenciando hoje um momento histórico”, comemora. O superintendente regional do Banco do Brasil, Rogério Bressan, e funcionários da instituição, participaram da sua apresentação.

O pagamento digital acaba com a circulação de cheques e vai otimizar a administração financeira da Prefeitura. É uma grande passada para o futuro. “É, sem dúvidas, um sistema muito importante para a máquina pública”. O sistema será alimentado pela Secretaria da Fazenda. O Município e o BB vão assinar um convênio para legalizar a iniciativa.

O valor correspondente vai ser creditado eletronicamente na conta indicada pelo prestador do serviço e vai facilitar o crédito se ele tiver conta no banco estatal. O secretário da Fazenda, Wagner Gonçalves, disse que o sistema é seguro e que demanda menos tempo e que o custo foi zero para o Município. “Ainda estamos em fase de adaptação, mas o avanço foi significativo”.

Na apresentação a jornalistas e radialistas, Tarcízio Pimenta fez o pagamento de um fornecedor da Prefeitura. A Útil Informática recebeu o crédito de R$ 175,40. O pagamento aos fornecedores, a partir de agora, vai poder ser feito de qualquer ponto - desde que se tenha acesso à Internet. “Vai melhorar ainda mais a relação respeitosa que temos com os nossos fornecedores”.

Besteira monumental de Lula, em escala global

As pretensões expansionistas de Lula, querendo cadeira para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, sempre foram muito criticadas pela oposição. Bobagem, ou inveja. O Brasil tem mais é que assumir na política internacional uma importância cada vez maior.

No entanto, o Brasil não poderá nunca pretender ser ouvido a sério, se se coloca contra as maiores democracias do mundo e alinha-se à postura de estados como Iraque, Afeganistão, Coreia do Norte e Venezuela. Os dirigentes destes cumprimentaram o nefasto presidente Ahmadinejad, do Irã, pela “vitória” nas urnas na eleição de sexta-feira.

O povo iraniano faz nas ruas manifestações monumentais de protesto e o nosso presidente teve a coragem de dar talvez a pior, mais vergonhosa e mais desastrada de todas as suas declarações nestes seis anos e meio de mandato e farta distribuição de besteiras verbais.

É quase inacreditável que o presidente de um país com pretensões a liderança regional e mundial tenha dito uma aberração como a que segue: "Veja, o presidente iraniano teve uma votação de 61, 62%. É uma votação muito grande para a gente imaginar que possa ter havido fraude", disse Lula em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça. "Eu não conheço ninguém, a não ser a oposição, que tenha discordado da eleição do Irã. Não tem número, não tem prova. Por enquanto, é apenas, sabe, uma coisa entre flamenguistas e vascaínos".

14.6.09

Vem aí novo embate com o Sincol

O vereador Bastinho da Queimadinha está reapresentando na Câmara projeto concedendo gratuidade no transporte coletivo aos comissários de menores.

O fim desta gratuidade costuma ser criticado pelo juiz da vara da Infância e Juventude, Walter Costa Júnior. Para ele, o trabalho dos comissários ficou inviabilizado, o que se reflete em maior incidência de violência e delitos envolvendo menores.

As gratificações no SAMU

Informa o blog do Velame que há insatisfação entre servidores do SAMU porque não recebem gratificações que são pagas a médicos e enfermeiros. E que o prefeito Tarcízio Pimenta alegou que a coisa vem desde o governo passado e não foi procurado pelos queixosos, mas está aberto ao diálogo.

Desconheço valores dos salários tanto dos que ganham a gratificação quanto dos que não ganham. Claro que ninguém em sã consciência há de concordar com valores exorbitantes (embora soe como exorbitante o valor de 250% de gratificação). Mas a lógica é justificável: conseguir segurar os profissionais, especialmente os médicos.

Não faz sentido conceder a gratificação a todos os servidores. Se o motorista ganhar gratificação porque o médico ganha, isso não corrige a distorção. Ao contrário, vai onerar o município e gerar um feudo de privilegiados. Como em Brasília, onde ascensoristas no Congresso ganham salário que faz inveja a muito profissional graduado país afora.

As diferenças de salário de uma profissão que não exige nível superior para outra que exige são a regra do jogo. A regra do mercado. Vivemos em um país capitalista e não socialista. Os abismos salariais são exagerados e lamentáveis, mas ao mesmo inevitáveis no nosso sistema. A questão básica é: se um motorista sai, tem centenas na fila para ocupar seu lugar, até mesmo para ganhar menos. O mesmo não ocorre com os médicos, que prestam um serviço essencial e não precisam se sujeitar a qualquer salário.

Tome-se por exemplo o caso da UEFS, que não consegue preencher vagas de professor no curso de Medicina, pois o estado insiste em oferecer contratos temporários de Reda, ao invés de concurso para que o profissional seja atraído pelo menos pela chance de ingressar numa carreira. O que é oferecido não atende a expectativa e ninguém se habilita. No caso das prefeituras, se o salário não compensa, o médico pega o boné e vai embora. E quem paga o pato é a população, que fica sem o atendimento.

Se no SAMU a gratificação estiver sendo algo fora da realidade, que se corrija. Mas se apenas atende a necessidade de pagar salários de mercado e com isso segurar o prestador de serviço, não tem jeito. Vai ter que permanecer, gostando o restante ou não.

Inaugurado em 2007 e já clama por reforma

Não conheço o galpão do amendoim da Queimadinha, inaugurado pelo então prefeito José Ronaldo em 30 de setembro de 2007, um domingo. Reputava como uma iniciativa positiva do Executivo, pois nem sempre vemos ocorrerem ações de apoio aos empreendimentos populares, que têm o potencial de gerar renda para a parte de baixo da pirâmide social.

Mas parece que a coisa não vai bem, de acordo com matéria do boletim informativo da Câmara Municipal, que diz o seguinte: “Problema que vem causando sérios prejuízos para dezenas de famílias, a precariedade do conhecido galpão do amendoim, localizado no bairro Queimadinha, vai ser solucionada pelo prefeito Tarcízio Pimenta”.

A impressão que dá é de defeitos estruturais tendo como vítimas os comerciantes de amendoim. Intrigado, procurei o vereador Sebastião Alves, o Bastinho da Queimadinha, que mora no bairro e deu a notícia da reforma. Bastinho elogiou a iniciativa do galpão, mas acha que faltou colocar alguém da administração pública zelando pela conservação do lugar. Segundo ele, os problemas que tão rapidamente se manifestaram não são da origem da obra e sim do mau uso por parte de alguns dos beneficiários, que danificaram o equipamento. Ele quer que depois de reformado, o galpão passe a contar com a presença de um responsável designado pela prefeitura.

Propaganda cabulosa


Vale tudo para seduzir o cliente-aluno. Um colégio de Salvador se anuncia em out-door como primeiro lugar no Enem. Mas o asterisco remete ao aviso: 1º lugar considerando somente Cabula e região, seja lá o que isso queira dizer, em quantidade e qualidade de escolas.

De qualquer modo, atesta o valor que tem uma boa classificação no Enem, o que forçosamente resulta em preocupação com a qualidade do ensino.

Felizmente, em Feira de Santana podemos nos orgulhar de ter o colégio Helyos, primeiro lugar de verdade do Enem na Bahia e entre os 10 dos primeiros do Brasil, já há três anos.

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