19.9.09

Passeio ciclístico neste domingo

O passeio ciclístico pede a doação de dois quilos de alimento não perecível em troca da camisa do evento, promovido pelo Rotary Club Feira Subaé junto com os demais clubes rotarianos da cidade. 

Em 2008, foram arrecadadas seis toneladas de alimentos. A concentração para o passeio está prevista para as 7 horas do domingo (20), na praça de alimentação, centro de Feira de Santana e a previsão é que cerca de 6 mil pessoas participem.

Será o 15º Passeio Ciclístico da Primavera. 

18.9.09

Tarcízio deu salvo conduto a Jairo

Por falta de tempo e pela urgência de outros temas que se impunham deixei de comentar no momento certo entrevista do prefeito Tarcízio Pimenta a Dilson Barbosa, no dia do aniversário do programa Bom Dia Feira.

Mas o prazo de validade não se esgotou e não quero deixar de comentar porque discordo do que foi apresentado como a essência daquela entrevista conforme as interpretações que ouvi. Foi dito que a entrevista valia quase como um ultimato do prefeito a secretários jairistas (o gigante Euclides Artur e o pequeno Maurício Carvalho), alertando-os para a obrigação de vestir a camisa dos candidatos do prefeito na eleição de 2010.

Para mim, no entanto, a leitura é que a entrevista deu fôlego a Jairo, que logo ao anunciar sua virada de casaca (de carlista a aliado de Wagner) foi execrado por alguns de seus antigos aliados do DEM, que se sentiram lesados e o acuaram com a ameaça de um processo de cassação de mandato por infidelidade. E cobraram providências a Tarcízio, o dono da caneta que nomeia e exonera.

O próprio Jairo, porém, adotou o mesmo discurso ambíguo de Eliana Boaventura, dizendo-se aliado tanto do governador quanto do prefeito. Tese esdrúxula, mas já incorporada à teoria e prática dos nossos maleáveis homens públicos.

Assim, sobre o caso de Jairo, Tarcízio apresentou a Dilson duas argumentações básicas, que ao cabo formam uma só:

a) tudo tem seu tempo (sobre que providências adotar);

b) não vai atirar ninguém aos tubarões. “Eu não posso sair por aí perseguindo as pessoas, caçando bruxas. Ou colocando dentro de uma gaiola e mandando jogar dentro do mar pra se afogar”, defendeu.

Fechando o raciocínio, avisou que cobrará sim do seu secretariado, incluídos os homens de Jairo, apoio a seus candidatos. Observou que o PP apóia um candidato a governador que não é o dele. Não obstante, argumentou que até o nome do seu candidato ao governo ainda está indefinido. “O meu candidato será aquele que meu grupo político marchar. Não sei quem será o candidato. Se vamos fazer aliança, se vamos fazer coligações, se vamos ampliar o grupo, receber companheiros, receber adesões ou se vamos aderir, eu não sei. Isso vai se encaminhando. Estamos no mês de setembro, a um ano e pouco das eleições”, divagou.

Além do candidato ao governo, Tarcízio terá outros candidatos também, para o Legislativo. E de acordo com a máxima universalmente aceita na política, apoio não se recusa. Se Jairo apoiar os candidatos ungidos por Tarcízio, por que não? E Wagner? Não vai achar ruim? Não vai cobrar de Jairo? Pode ser, mas quem sabe qual será a relação do governador com o prefeito até a campanha do ano que vem? Quantos já apoiaram em campanha um lado oficial e o oposto no “paralelo”?

O prefeito exige apoio e empenho. Apoio a quem exatamente? Aí a definição fica para mais tarde. “Vou orientar as pessoas que me consultarem a apoiar o candidato do nosso grupo. Quem estiver fora dessa caminhada não pode efetivamente militar na administração municipal. Não só apoiar de boca mas apoiar com ações, com atitudes. É importante que a gente visualize, que eles verbalizem. Já foram convidados a tomar essas atitudes. Se não tomarem ou não seguirem, tomo eu”, avisou na única parte dura de sua fala.

O certo é que Tarcízio usufrui o quanto pode deste momento em que tem nas mãos o controle do bem mais precioso em poder do DEM, que é a prefeitura de Feira. É o diretor. Controla a ação. Diz quando o personagem entra ou sai de cena.

E assim, Jairo ganhou, no mínimo, tempo.

Castração na UEFS é teste para ação mais ampla

Pela primeira vez em Feira de Santana cães e gatos serão castrados, com o propósito de diminuir a superpopulação animal. O projeto piloto será desenvolvido, inicialmente, no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

A castração dos animais vai ocorrer neste final de semana. Cerca de 180 cães e gatos serão submetidos ao procedimento, no próprio campus da Uefs, no laboratório BIO 01, do módulo I, nos dias 19 e 20.

O mutirão vai contar com a participação de 30 estudantes do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FTC), agentes do Centro de Controle de Zoonoses, além de professores da área de Ciências Biológicas da Uefs e médicos veterinários.

O procedimento de castração animal é uma ação conjunta do Comitê de Bem-Estar da Uefs (CEUA), FTC, do Centro de Controle de Zoonoses e da Vigilância Epidemiológica da prefeitura.

Baiano enquadra José Serra

Como quase não dorme, José Serra passa parte da madrugada no Twitter. Na de hoje estava especialmente ativo. Ia dar 2 da manhã quando ele tratou de alardear que é contra legalização de bingos, aprovada em Comissão da Câmara Federal “Sou contra legalizar bingos e caça-níqueis. E vou trabalhar contra. Geração de empregos é pretexto, conversa fiada. http://migre.me/7dL8”, opinou.

Boa.

Em seguida resolveu avisar que viria a Salvador hoje. E foi infeliz. “Vou a Salvador de manhã. Palestra sobre o desenvolvimento econômico do Nordeste e programa Balanço Geral da TV Itapoan”. Pouco depois completou: “Ir à Bahia me causa um estranho efeito: bom humor ao acordar cedinho para pegar avião. E vontade de enforcar o trabalho...”

O atento soteropolitano @ygortischenko (soteropolitano de Moscou?) reagiu: Por que não gosta de Trabalhar ? Como é isso ? De que estado vem a maior mão-de-obra de SP?

Serra respondeu e desceu o pano: - Não, @ygortischenko, é porque dá vontade de ficar mais uns dias na Bahia, sem compromisso. Boa noite a todos.

Pegou mal. Ô dona Mônica, bota esse homem pra dormir mais cedo.

Último dia de Tribuna Feirense diária no papel

Sei que não é com alegria nem por gosto que César Oliveira e Valdomiro Silva encerram hoje a edição diária da Tribuna Feirense. Mas basicamente é uma imposição dos novos tempos. Eu sempre achei que particularmente no caso de Feira, um bom jornal semanal seria bem mais interessante e viável que um diário, sempre correndo atrás da vã tentativa de competir com rádios e TV que trazem antes todos os fatos do dia. A grande diferença é que rádio e TV não são escritos, ou seja, não podem ser guardados, consumidos no momento em que for mais conveniente. Ou você assiste ou perdeu. O jornal era o único meio que trazia este registro escrito dos fatos.

Com a internet tudo isso mudou. Áudios e vídeos podem ficar disponíveis para ser acessados a qualquer momento. E os textos escritos também aparecem ao longo do dia, ninguém precisa mais esperar o amanhecer do dia seguinte para ler um relato dos acontecimentos.

Sem contar, claro, que multiplicaram-se as fontes de informação. Bem ou mal, há muito mais gente competindo com o jornal. Resistir pode ser possível, mas apenas a partir de uma fortaleza que as condições atuais não permitiam à Tribuna.

Isso tudo porém tem um lado bom, que a meu ver supera com sobras o lamentável fim da edição diária impressa. É que quanto mais informação melhor. Quanto mais fontes melhor. O leitor que decida quem é mais relevante e confiável. Assistimos a um fenômeno nunca antes imaginável, que é a multiplicação de informativos em tudo quanto é cidade do interior. No caso de Feira, há vários sites e blogs que em algum momento já publicaram informações importantes que tiveram conseqüências na vida da comunidade. E vai acontecer cada vez mais, porque certamente outros irão surgir (espero até que isso se torne uma maneira de abrir um pouco mais o mercado para os profissionais em busca de trabalho).

O melhor de tudo é: aumenta o número de leitores. Com a vantagem de que agora o leitor não é passivo. Pode opinar, discordar, reforçar e acrescentar algo ao que foi originalmente publicado.

É claro que estamos no começo de um processo difícil de prever. Mas é inegável que é um avanço, apesar do sentimento em relação aos que ficarão pelo caminho. Ninguém se engane não, que a gente vai assistir a muito jornal desaparecendo país afora. Por alguns não haverá nada a lamentar.

No caso da Tribuna, espero que a mudança acabe por fortalecer a empresa, para que continue a praticar o jornalismo isento que sempre foi sua marca.

Reforma nas escolas da Direc 2

A Direc 2 está anunciando que vai reformar 68 das 155 escolas que fazem parte de sua área. Mas por enquanto está sendo feito só o levantamento da situação, até o dia 23 de setembro. Depois serão publicados os editais de licitação. Tomara que dê tempo para reformar até o início do próximo ano letivo. As demais escolas que precisarem devem entrar numa segunda etapa. Diz o comunicado da Direc que o dinheiro já está liberado.

As escolas ficam em Amélia Rodrigues, Anguera, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe, Coração de Maria, Feira de Santana, Ichu, Ipecaetá, Nova Fátima, Pintadas, Riachão do Jacuípe, Santa Bárbara, Santo Estevão, São Gonçalo dos Campos e Serra Preta.

Pelo menos o muro da Ubaldina Régis está sendo refeito, finalmente.


Leitor com opinião própria

Uma das grandes vantagens da internet como mídia é que quem lê pode palpitar também e não apenas engolir o que lhe foi dito. E quem escreve deve se sentir lisonjeado quando o leitor tem o que dizer, ainda que lhe conteste. Eu pelo menos me sinto.

Foi o caso quando lamentei e considerei um retrocesso o fato de uma comunidade pobre como a do Aviário se mobilizar para conseguir um carro para a polícia. Manoel Macedo discorda e travamos um pequeno debate. Ele acha que a mobilização social é importante e pode implicar num “corte das amarras de políticos inescrupulosos”.

Leia abaixo o segundo comentário postado pelo Manoel

Aproveito para alertar que, não sei porque razão, o Blogspot às vezes dá erro quando você clica para enviar o comentário. Neste caso, basta clicar de novo que a mensagem é enviada.

As diferenças de ponto de vista

Tudo o que fazemos pode ser visto de pelo menos três intenções diferentes, segundo o comunicólogo Umberto Eco. Assim creio que a sua interpretação seja apenas uma das intenções acerca do fato. No meu ângulo de leitura uma comunidade se organizar e buscar soluções vai ser sempre um avanço. Você parece só enxergar a ausência do “Estado”. O “Estado” é uma figura abstrata, o real é o povo. A construção de uma sociedade mais justa passa necessariamente pela conscientização e mobilização popular.

Então do meu ângulo de visão vai ser sempre um avanço quando uma comunidade pobre, mas organizada, procura resolver as suas demandas de forma pacífica buscando soluções próprias e sem esperar que o “Estado” diga o que deve ser feito, qual a solução.

A auto-estima e o sentimento de pertencimento são de grande valia para a construção da identidade. Ao se reconhecerem as pessoas passam a lutar de forma organizada pelos seus direitos e cortam as suas amarras com certos políticos inescrupulosos, que se aproveitam da miséria e a usam como combustível para suas carreiras.

Por certo você deve reconhecer a iniciativa da população do bairro Aviário como válida. Acredito que a sua crítica se restrinja à falta de políticas públicas direcionadas a aquele bairro.

Abraços e continue atento, fazendo as suas observações.

Manoel Macêdo

Fernando Torres em A Tarde

Fernando Torres conseguiu aparecer hoje na coluna Tempo Presente, de A Tarde. Do modo como apareceu, era melhor não ter aparecido. Veja a nota: 

O deputado Fernando Torres apresentou projeto na Assembléia Legislativa instituindo o "Dia do Colunista Social". Com todo o respeito aos confrades, é muita falta do que fazer.

17.9.09

Governo dá a outra metade da resposta

Recebemos da Secretaria de Comunicação texto com os argumentos da procuradoria do município, sobre os motivos da liberação do condomínio da FCK, que tinha parecer contrário do exonerado diretor de uso do solo, Arcênio Oliveira. Segue abaixo, na íntegra

Liberação de loteamento é perfeitamente legal

O Departamento de Uso do Solo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano se baseou num decreto estadual de 2004, que não tem mais vigência, para dar o parecer contrário à implantação do Residencial Dr. Mário Lustosa, bairro Subaé, da FCK Construções e Incorporações. Além disso, ignorou uma lei municipal, também de 2004, que permite empreendimentos que não sejam industriais no local.


As explicações são do procurador-geral do município, Carlos Lucena, garantindo que emitiu um parecer eminentemente técnico, com embasamento jurídico, conforme pode ser atestado em todo o processo sobre o caso. Ele lembra que a Procuradoria Geral do Município, como órgão técnico do governo, deve se ater apenas aos aspectos legais da questão e “e esse princípio foi rigorosamente cumprido”.

Carlos Lucena frisa que o Departamento de Uso de Solo considerou o Decreto Estadual 9012, de 10 de março de 2004. Nele, o governo do estado declarou de utilidade pública, para fins de desapropriação e instalação de indústrias, duas áreas gigantescas (uma com 23,9 quilômetros quadrados e a outra com 28,4) que começam nas margens do rio Jacuípe, na BR-116 Sul, e vai até cerca de 9 km da BR-324, na saída de Feira de Santana para Salvador.

“Acontece que o decreto tem validade de cinco anos (expirando-se, portanto, em março de 2009), de acordo com o Decreto Lei 3365, que trata de desapropriações, e nem toda a área foi incorporada ao patrimônio do Centro Industrial do Subaé, permanecendo em mãos de particulares. Logo, qualquer discussão com base nesse decreto é inócua”, salientou.

Além disso, o procurador-geral explicou que também não tem cabimento legal o Departamento de Uso de Solo desconhecer a Lei Complementar 019, de 1 de dezembro de 2004, aprovada pela Câmara Municipal de Feira de Santana, que trata de limites da área estipulada no decreto. Carlos Lucena destaca que essa lei estabelece que o local será predominantemente, e não exclusivamente para instalação de indústrias.

“Logo, com todo esse lastro técnico, jurídico, a Procuradoria Geral do Município não poderia jamais emitir um parece contrário ao empreendimento, sob pena do município ficar exposto a uma medida jurídica que garantisse o livre uso da propriedade privada”, explica.

Ele acrescenta que em nenhum momento a Secretaria de Meio Ambiente emitiu parecer contrário ao empreendimento, pedindo apenas que “fosse evocado o princípio da coerência, independente dos aspectos legais envolvidos, recomendando que a referida área seja entendida como industrial”.

“Compreendemos todos os receios, todas as angústias que assomam os técnicos que assinam o parecer (da Secretaria de Meio Ambiente), mas a Procuradoria não pode, não deve desprezar os aspectos legais de um processo”, argumentou.

No processo consta também entendimento do secretário de Planejamento, Carlos Brito, alegando que o decreto estadual perdeu a validade e que, portanto, a delimitação da zona industrial está estabelecida na Lei Complementar municipal.

O Governo Municipal esclarece ainda que todo o processo está à disposição para qualquer consulta.

16.9.09

Tarcízio expõe divergências no governo

Ao dar entrevista ontem na assinatura de um contrato do programa Minha casa, minha vida, o prefeito Tarcízio Pimenta não economizou recados a quem está no governo mas não está afinado com ele.

Ameaçou demitir quem estiver dificultando. “Todos aqueles que atrapalharem vão sair. Se eu identificar eu tiro. Tem que sair mesmo e vai sair”, advertiu. A entrevista foi concedida a um grupo de radialistas. Um deles, o conhecido Paulão, perguntou diretamente se a queixa do prefeito se direciona a pessoas ligadas a José Ronaldo. O prefeito não quis especificar nenhum nome. Recusou-se a comentar até mesmo o caso mais explícito de insatisfação, que foi com o exonerado Arcênio Oliveira, diretor de Uso e ocupação do solo e secretário de Habitação no fim do governo José Ronaldo.

Mesmo tentando evitar nomes, Tarcízio foi bem explícito em dizer que há problemas internos, insinuando inclusive alguma dose de ciúme. “Talvez o ritmo em que a gente está trabalhando, o volume de obras que estamos executando, a satisfação das pessoas, tem incomodado alguns que estão no governo. Automaticamente essas pessoas devem pedir para sair”, convidou, avisando em seguida que ele mesmo colocará para fora se entender necessário.

IMPRENSA

Em alguns momentos o ressentimento de Tarcízio voltou-se também contra “setores da imprensa”, que igualmente não quis nomear. Foi o blog de Jair Onofre quem publicou a notícia de que a exoneração de Arcênio teria sido motivada por parecer contrário que o arquiteto deu a um projeto da construtora FCK. “Alguns segmentos da imprensa, que talvez não é nem lida, fica por aí tentando causar algum transtorno”, minimizou.

O parecer de Arcênio contrário ao projeto considerou que o conjunto habitacional não poderia ser construído em área industrial no CIS, vizinho de uma fábrica de borracha, que faz pneus. Mas foi desconsiderado pela procuradoria do município.

“Eu quero é que me deixem trabalhar. Se existe alguma coisa ilegal está aí o Ministério Público, o Tribunal de Contas, o TCU, a justiça. Podem fazer o que acharem que devem fazer”, desafiou.

CLICANDO NO LINK ABAIXO VOCÊ OUVE UMA VERSÃO EDITADA DE 1 MINUTO E 18 SEGUNDOS DA FALA DO PREFEITO

http://twaud.io/qpp

Divulgada lista de isentos da taxa do vestibular

A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) divulgou o resultado parcial do programa de isenção da taxa de inscrição do vestibular 2010.1. A relação dos candidatos está publicada no portal www.uefs.br, seção Processo Seletivo.

Mas, atenção: este resultado não significa a inscrição automática no vestibular. Os candidatos devem entregar, até sexta-feira (18), os documentos exigidos em edital, também publicados na internet.

O atendimento será feito das 8 às 17 horas no auditório 3, módulo 4, campus universitário. Os documentos também podem ser enviados pelos correios, mediante aviso de recebimento (AR), até 18 de setembro de 2009, para o seguinte endereço: Avenida Transnordestina, s/n – Novo Horizonte, Feira de Santana/BA, CEP: 44036-900.

O candidato que estiver cursando a 3ª série do ensino médio deverá apresentar o histórico escolar com as notas da 1ª e 2ª séries, além de uma declaração atestando que se encontra matriculado e obtendo frequência, em papel timbrado, com carimbo contendo o nome por extenso e assinatura do diretor do estabelecimento ou do seu substituto legal.

O resultado final será divulgado até 28 de setembro.

Para este vestibular, a Uefs ofereceu 2.500 vagas, 300 a mais que no último processo seletivo. Outras informações na Coordenação de Seleção e Admissão, localizada no prédio da Reitoria, ou através dos telefones (75) 3224-8030 e 3224-8224.

15.9.09

Explicações pela metade

Duas denúncias contra o governo municipal circularam nesta terça-feira. Uma aparentemente infundada e bem respondida. Outra, mais grave, ficou sem resposta. O governo pode ter pensado (ou fingido) que, ao responder à primeira, respondeu a segunda. Mas não respondeu.

Insinuou-se que haveria favorecimento à empresa FCK, de Carlos Kruschewsky, tido e havido como empresário do coração do prefeito Tarcízio Pimenta, financiador de campanha e por isso merecedor da boa vontade pública, na forma de contratos ou na facilitação para aprovar loteamentos da empresa.

Os contratos seriam a construção de conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. Até onde entendo, a prefeitura respondeu muito bem respondido, explicando que até hoje este programa federal teve quatro contratos assinados com a prefeitura, cada um deles com uma empresa, nenhum deles com a FCK. Quanto aos loteamentos, foram oito aprovados, sendo apenas um da FCK. Outros quatro estão em tramitação, novamente nenhum da FCK. Portanto, conclui a prefeitura, não há privilégio nem para esta nem para qualquer outra empresa, já que nenhuma aparece predominando.

Tudo certo. Só que a segunda suspeita lançada contra o governo diz respeito principalmente ao COMO, não ao QUEM.

Há poucos dias causou generalizada surpresa a exoneração do diretor de Uso e Ocupação do Solo, da secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Arsênio Oliveira, que foi secretário de Habitação no governo José Ronaldo. Segundo o blog do Jair Onofre, Arsênio admitiu que o motivo de sua demissão foi o parecer contrário justamente ao único projeto da FCK, de um conjunto habitacional no Subaé, nas margens da BR 324, ao lado da fábrica de borracha Vipal.

Área industrial não serve para construir casas, entendeu o arquiteto Arsênio. Baseou-se na legislação ambiental. Disse que sua tese tem apoio em parecer da própria secretaria municipal de Meio Ambiente. Pensou no provável sofrimento dos futuros moradores com a poluição.

O parecer de Arsênio foi encaminhado à procuradoria de Lucena, que discordou da avaliação técnica e liberou a obra. Obra liberada, Arsênio dispensado.

Quanto a Arsênio, o prefeito tem todo o direito de nomear e demitir. Porém o governo teria que explicar como liberou um empreendimento em desacordo com os parâmetros ambientais. A nota oficial divulgada hoje ignora este ponto.

Nóide Cerqueira não pode ser única solução

Com o sucesso e a superlotação da Expofeira foram várias as avaliações de que o problema do engarrafamento só se resolve quando ocorrer a implantação da avenida Nóide Cerqueira até o Parque de Exposições. Falou-se tanto disso que ficou até parecendo que ir até o parque é a razão de ser do prolongamento da avenida (que é a continuação da Getúlio Vargas).

Quer dizer então que se não existisse o projeto da Nóide Cerqueira não haveria solução?

Claro que sim. Até porque se todo o trânsito que se viu na BR 324 durante a Expofeira for transferido para a futura Nóide Cerqueira, o problema vai somente mudar de lugar.

Então a BR 324 tem que fazer parte da solução. Isso teria que ser cobrado ao Dnit caso não houvesse o processo de privatização. Mas como existe, cabe ao município entender-se com a empresa concessionária de maneira a promover um alargamento daquela área além da já prevista duplicação.

Ainda mais se o parque começar a ser usado intensamente como pretende o prefeito, abrigando não somente eventos agropecuários como também da indústria e do comércio. Idéia muito boa, que pode ajudar bastante a economia local, trazendo mais visitantes para Feira de Santana em busca de bons negócios e diversão. Desde que esta diversão não vire aborrecimento, com enormes engarrafamentos a cada grande evento.

Mais uma etapa da parceria de mão única entre prefeitura e estado

Segundo informa a secretaria de Comunicação, o governo municipal vai auxiliar no processo de recuperação do Aeroporto João Durval Carneiro visando a reativação do equipamento para vôos regulares. As intervenções também viabilizarão o funcionamento da fábrica de aviões Paradise, instalada em área anexa.

Algumas ações, a exemplo de limpeza da área externa do aeroporto, sinalização das pistas de pouso e decolagem, manutenção das áreas de escape, poda de árvores e também terraplenagem de algumas vias de acesso serão executadas no local, já a partir da próxima semana.

As intervenções foram determinadas pelo prefeito Tarcízio Pimenta, na manhã de sábado, durante visita ao local.

Tarcízio Pimenta fez um vôo em uma aeronave já produzida pela Paradise. Sobrevoou a cidade, inclusive o Parque de Exposição João Martins da Silva, onde ocorria a Expofeira. A Paradise já fabricou mais de 110 aeronaves. Possui capacidade de produção de 10 aparelhos por mês, com capacidade para dois e quatro passageiros.

O aeroporto está interditado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) desde 08 de maio. Na ocasião foi dado um prazo já esgotado de 60 dias para que a Secretaria de Infraestrutura do estado tomasse pelo menos medidas emergenciais para liberar novamente o aeroporto.

Na ocasião apurei informações para matéria em A Tarde e ficou claro que no estado não havia sequer consenso se as providências caberiam ao Derba ou Agerba, ambos órgãos da Seinfra. Esta secretaria era uma das ocupadas pelo PMDB e trocou de titular no começo de agosto. Atualmente é comandada pelo deputado federal João Leão.

Menina baleada em Humildes tem morte cerebral

A menina Vitória Brandão, de 12 anos, teve a morte cerebral anunciada ontem pelo hospital Clériston Andrade. Ela estava internada desde o dia 27 de agosto, quando foi atingida por um dos sete tiros que mataram sua mãe, Nádia Suely Araújo de Freitas, no distrito de Humildes, em Feira de Santana.

Nos primeiros dias da internação, a menina estava se recuperando bem, mas os médicos tinham informado que ficaria paralítica. No entanto, a bala de calibre 45, que partiu a coluna de Vitória, permaneceu alojada no pulmão e infeccionou. Há mais de uma semana, ela estava entubada e inconsciente. Hoje devem ocorrer os exames médicos exigidos para confirmar a morte.

INVESTIGAÇÃO

A polícia civil foi comunicada na tarde de ontem sobre a morte cerebral de Vitória. A delegada da Mulher, Martine Veloso, acredita que até o final desta semana pode apresentar o resultado da investigação. Permanece a suspeita de que a morte de Nádia Suely e da filha foi encomendada, por causa de uma disputa por herança, da família do marido de Nádia.

“Fizemos grandes progressos na investigação, que está para ser concluída. Com a morte da criança o crime se agrava, porque passa a ser um duplo homicídio”, ressalta a delegada.

Nádia Suely trabalhava na secretaria de Desenvolvimento Social de Feira de Santana, contratada em abril para prestar serviço na área do programa Bolsa Família.

14.9.09

Contrato prevê 960 novas casas

O governo municipal assina nesta terça-feira, às 17 horas, o quarto contrato do programa “Minha casa, minha vida”. O novo contrato será para a construção de 960 unidades.

Os imóveis serão construídos pela construtora L Marquezzo em locais distintos. Um deles é o Vida Nova Feira VII, com 240 unidades; Vida Nova Aviário I, com 540; além de Vida Nova Aviário II, com mais 220 casas.

O secretário municipal de Habitação e Regularização Fundiária, Antônio Carlos Borges Júnior, observa que com esse novo contrato a Prefeitura de Feira de Santana ultrapassa os dois mil imóveis.

“O Governo Municipal já assinou contrato para a construção de 1.500 imóveis. Com mais este contrato, chegamos próximo às três mil unidades”, ressalta o secretário.

A assinatura do contrato vai ocorrer no Salão Nobre do Paço Municipal Maria Quitéria.

Moradores do Aviário querem doar veículo a PM?

Recebo a nota abaixo, da assessoria do vereador Frei Cal. Se divulgam é porque consideram que é uma conquista ou um avanço. Para mim é um retrocesso, uma comunidade pobre ter que doar um veículo à polícia, na esperança de ter segurança.

Segue a nota, na íntegra:

Associação dos Moradores do Aviário em parceira com o mandato do Vereador Frei Cal promovem reunião para discutir segurança pública. A reunião vai acontecer hoje às 19 horas na sede da entidade que fica ao lado do Posto de Saúde ao Aviário e vai contar com a presença do Comandante do 1° batalhão da Polícia Militar o Tenente Coronel Sérgio Baqueiro. Na pauta da reunião será discutida além dos problemas enfrentados pela comunidade do Aviário a possibilidade da comunidade doar a Polícia Militar um veículo para que este venha a ser incorporado aos veículos do 1° Batalhão da Polícia Militar de Feira de Santana.

Carta aos professores

Companheiras/os professoras/es,

Há alguns dias venho assistindo um comercial de televisão em que pessoas de vários países dão seu depoimento respondendo a quem atribuem o sucesso pelo desenvolvimento do país, e sabem a quem eles respondem? Sim, é isso mesmo, aos PROFESSORES. Olha como somos importantes!

Outro fato que me chamou atenção nestes últimos dias, e não só a mim, mas parece que ao país inteiro, foi o "horror" da professora dançando "todo enfiado", (quer dizer, ex-professora, pois foi demitida em virtude de ter maculado a imagem desta importante profissão/sacerdócio que é ser professores), este fato chocou a família baiana e brasileira, já que nós, professoras/es somos e devemos ser o exemplo de honra, moral e bons costumes da família brasileira.

Pois é, tudo isso nos remete a pensarmos o quanto somos importantes para a sociedade. De fato, parece que é esta a imagem que eles (governo, empresários, mídia...) querem tentar nos convencer, e à sociedade. No entanto, tal discurso seria mais fácil de ser “engolido” se não fosse a triste, deprimente e lastimosa situação em que nós, professores da rede pública do nosso município-Feira de Santana, Estado-Bahia e Brasil estamos submetidos, pois, cotidianamente, enfrentamos um quadro caótico em nossas escolas, além de salários aviltantes. Hoje, o salário base de um professor, com nível superior, recém contratado, no município de Feira de Santana, é de pouco mais de R$500,00. Só para vocês terem uma idéia da nossa desvalorização, um médico clínico, também com nível superior, que trabalha no PSF, ganha em média, por três ou quatro manhãs de serviço, mais de R$ 6.000,000. Então, eu fico pensando, onde está a tão profanada valorização da minha profissão? Como posso acreditar que sou tão importante para o desenvolvimento do meu país se me tiram a possibilidade de sonhar toda vez que chego no final do mês e recebo um salário que mal dá para pagar o supermercado, água, energia, transporte, medicamentos, material didático para dar aula para meus alunos, como: papel ofício, xerox, lápis, borracha (vocês devem estar estranhando, mas é isso mesmo, em minha escola falta até livro didático, para garantir o ensino da leitura e escrita, preciso, todos os dias, tirar cópias para garantir que os alunos façam atividades).

Então colegas professores, é por conta disso e de muitas outras coisas que vamos para a rua no dia 16 de setembro. Vamos fazer valer o piso salarial nacional em nosso município. Vamos cobrar do executivo municipal o destino dos recursos do FUNDEB. Precisamos saber onde estão os recursos que foram repassados desde maio e que até agora não tivemos nenhum aumento salarial.

Convide seus colegas da escola. Vamos fazer no dia 16 de setembro, Dia Nacional de Luta pelo Piso Salarial Nacional, um “Grande ato das Redes Municipal e Estadual” em Feira de Santana. Pois, “Piso é Lei, FAÇA VALER”.

A Concentração será no estacionamento da prefeitura, às 9:00. Sugerimos que os professores vistam camisa/blusa preta. Vamos ainda fazer panfletagem, mostra de faixa, mordaças, carro de som...

Abraços,

Integrantes da Comissão de Mobilização de pofessores da Rede Municipal
Vânia Moraes

Logo abaixo está o cartaz e o site da CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, responsável por esta Paralisação.





Mais um dia de luta

Mais de um ano após a lei 11.738/08 instituir o Piso Salarial Profissional Nacional, em 16 de julho de 2008, educadores de todo o Brasil reclamam da falta de empenho do poder público em colocar em prática a nova regulamentação. Por isso, a CNTE convoca todos os trabalhadores em educação para mais um ato de protesto pelo cumprimento da Lei do Piso. A ação será realizada no dia 16 de setembro, em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal. A concentração será no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, a partir das 12h.

De acordo com a enquete publicada no site da CNTE, 76,7% dos internautas avaliaram como “péssimo” o empenho dos governantes para garantir a aplicação da Lei. Ao todo, foram 791 votos, sendo que apenas 2,5% dos participantes consideraram esse esforço “bom” ou “ótimo”. Já as opções “fraco” ou “regular” foram escolhidas por 20,7% dos que votaram.

CNTE, 11/8/2009

13.9.09

Expofeira: sucesso e correções necessárias

Estive na Expofeira fazendo matéria sexta-feira para o jornal A Tarde e no domingo como visitante. A exposição teve um sucesso estrondoso e até alguns problemas provocados pelo sucesso, aparentemente maior que o esperado. Nem falo da parte dos shows, porque show de graça sempre enche, mesmo com as atrações repetidas dos eventos promovidos pela prefeitura.

Durante o dia, entretanto, a Expofeira 2009 deu um banho nas anteriores. Muito público e bons negócios, ao que parece também acima das expectativas, que eram de vendas em torno de R$ 8 milhões nos leilões.

A entrega de parte da organização na mão dos produtores revigorou a Exposição Agropecuária de Feira de Santana. Mesmo na nesta sexta-feira os expositores já comemoravam os resultados, embora o grosso das negociações ainda estivessem por acontecer.

A parceria da prefeitura foi firmada com três associações, de criadores de cavalos mangalarga marchador e de gado guzerá e nelore. “Com a participação direta dos produtores, a gente tem mais motivação, porque somos consultados e as nossas sugestões são ouvidas”, elogiou o produtor José Raimundo da Silva.

Uma amostra de que os produtores aderiram ao evento com mais entusiasmo do que vinha ocorrendo nos anos anteriores é a lotação completa dos espaços da exposição. Um dos organizadores, Miguel Pinto, diretor da Associação Brasileira de Criadores de Nelore, calcula que 1.200 animais tinham sido trazidos inicialmente para o Parque de Exposições, entre caprinos, ovinos, equinos e bovinos. Com as vendas que iam ocorrendo, outros foram trazidos. Nem leilão de Nelore, uma das raças mais disseminadas no país a Expofeira vinha tendo, mas este ano ocorreu.

Na sexta, o vendedor Sebastião Pereira comemorava a venda de dois tratores. Desde 2003 ele participa do evento e esta foi a primeira vez em que fechou negócios durante a própria exposição. “O público está vindo para fazer negócio, não são apenas aquelas pessoas que vêm para olhar”, justifica.

“Este modelo de fazer a exposição com os próprios produtores é o que vem sendo feito na maior parte das cidades onde as feiras acontecem. Faltava fazer aqui. Pelos resultados acreditamos que nos próximos anos tende a crescer”, avalia Miguel Pinto.

O próprio prefeito Tarcízio Pimenta admitiu que os resultados foram melhores do que o esperado, já que a princípio houve dúvidas até por parte dos produtores se o novo modelo de organização funcionaria. Ele se mostrava empolgado com a presença de criadores de vários estados da federação e até representantes do exterior que estiveram durante a semana na cidade.

PROBLEMAS

Até sobre a área de shows nova, fora da parte de exposição dos animais, já houve avaliações  de que já ficou pequena. Outros pontos estão claramente subdimensionados para a quantidade de pessoas. Evito entrar nos sanitários, mas parecem pouquíssimos. Cedo no domingo, entrada e saída do Parque pela mesma porta já era uma missão difícil.

Abaixo há uma série de fotos no slideshow, feitas pelo fotógrafo Elydio Azevedo (apenas as três primeiras e a penúltima foram feitas por mim). Todo o intenso movimento que se vê nas imagens foi registrado entre 15:30 e 16:30, quando muita gente ainda estava chegando. Imagino o sufoco que não foi depois. Mesmo passada a dificuldade inicial com o trânsito, o estacionamento e o portão de entrada, internamente já há espaços difíceis de trafegar. Principalmente na delicada área do parquinho infantil. A fila com criancinhas e seus responsáveis toma um corredor e traz desconforto para todos.

Enfim, é um tipo de problema “bom”, porque trazido pelo sucesso, mas que deve ser resolvido no ano que vem.

A prefeitura  exibiu um projeto ambicioso para o parque, que ganharia novos e modernos pavilhões. A idéia é que o Parque de Exposições funcione durante o ano todo, abrigando diversos tipos de evento, envolvendo também comércio e indústria, além da agropecuária.

(se você clicar sobre uma foto é direcionado para outra página onde pode ver fotos e legendas em tamanho maior)


Cuca promove 14 horas de arte e cultura

Aberto 2009: 14 horas de arte e cultura. É assim que o Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) vai comemorar o 14º aniversário, dia 18 deste mês, das 8 às 22 horas. A proposta é integrar as pessoas que trabalham com arte e cultura nas mais diferentes linguagens, além de sinalizar para a comunidade que o Cuca, órgão vinculado à Universidade Estadual de Feira de Santana, está aberto a todas as manifestações de cunho artístico e cultural.

Selma Oliveira, diretora do órgão, ressalta que o espaço será aberto à comunidade, como indica o próprio nome do evento. “Desse modo, o público terá a oportunidade de assistir e participar das mais variadas atividades que serão oferecidas nesse dia, gratuitamente”, completa.

O Aberto se estenderá também ao teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), onde serão concentradas exibições de cinema e vídeo. Na praça Monsenhor Renato Galvão (Matriz), o público terá a oportunidade de apreciar a exposição Varal Fotográfico, em homenagem à 10ª Caminhada do Folclore. A mostra é coordenada pelo Clube de Fotografia Gerson Bullos. Ainda na praça, performance e intervenção de pintura com o artista plástico Herivelton Figueiredo.

Já na galeria Carlo Barbosa, o artista baiano Silvério Guedes expõe trabalhos fotográficos com o tema Paisagens Recortadas. Destaque para a exposição coletiva reunindo 40 artistas baianos, no Museu Regional de Arte, no Cuca. Na área externa haverá apresentação de música e dança, enquanto o foyer do teatro foi reservado ao Espaço Potiguar, com atividades variadas, uma iniciativa do Blog da Feira (www.blogdafeira.com.br).

Para fechar o evento, apresentação de ballet clássico, sob a coordenação do Corpo de Baile Ebateca, composto por 40 pessoas, entre bailarinos e equipe técnica. O grupo apresentará coreografias campeãs em diversos concursos de dança nacionais e internacionais.

Corrupção e governabilidade

RUBENS RICUPERO
 
No país, substituíram-se a violência e a tortura como suposta condição para ter segurança e governar


A CORRUPÇÃO passou a ser condição da governabilidade. É essa a justificativa de dirigentes de partidos do governo para sua cumplicidade no enterro dos escândalos parlamentares. A diferença com o regime militar é uma só: substituíram-se a violência e a tortura pela corrupção como suposta condição para ter segurança e governar.

Corrupção e violência, ensinava o filósofo Norberto Bobbio, são os dois tipos de câncer que destroem a democracia. No regime militar sacrificou-se a democracia em nome da segurança, elemento da governabilidade. Hoje a situação mudou e se usa o mesmo pretexto para fazer engolir o conluio ou a indulgência com a corrupção. Não sendo apanágio apenas de um governo, o vício se agrava ano a ano.

Nem a seriedade dos últimos escândalos, que comprometem instituições inteiras, conseguiu alterar a complacência dos governos, que pode não ser eterna, mas tem se revelado infinita enquanto dura.

Outro escândalo, agora de caráter intelectual, é que os politicólogos julgam o sistema de "presidencialismo de coalizão" como perfeitamente funcional, pois produziria governabilidade. Aparentam-se os nossos sábios aos fundamentalistas do mercado, que também acreditavam na neutralidade moral do mercado, que seria autorregulável, capaz de se corrigir automaticamente.

Em ambos os casos, os resultados justificariam os meios. Contudo, o derretimento do mercado financeiro mostrou que as torpezas e as falcatruas dos operadores acabam por provocar degeneração funcional, destruindo a própria instituição. A moral e a ética não são adornos para espíritos delicados, mas componentes indispensáveis ao bom funcionamento de qualquer sistema.

Isso não vale apenas para os mercados. A Primeira República italiana, que resistira ao desafio de governabilidade devido à presença do maior Partido Comunista do ocidente, se desmoronou à luz da corrupção desvendada pela Operação Mãos Limpas. A República Velha brasileira afundou no pântano da corrupção eleitoral e foram os escândalos que puseram fim à carreira e à vida de Getulio Vargas.

Não passa de autoilusão a ideia de que a economia cresce e o país se desenvolve apesar da corrupção e dos escândalos. Também na Itália, o "milagre econômico", o dinamismo, a inovação pareciam legitimar um sistema decadente. Com o tempo, a corrupção e o fracasso na reforma das instituições produziram o inevitável: a estagnação e o desaparecimento do dinamismo. Seria diferente aqui onde os mesmos vícios tendem a produzir idênticos efeitos?

Quando foi assassinado o juiz Giovanni Falcone, Bobbio chocou a opinião pública ao declarar que sentia vergonha de ser italiano e deixaria o país se fosse mais jovem. Recompôs-se depois desse momento de abatimento moral. Neste centenário do seu nascimento, a capacidade de se indignar do velho filósofo tem sido evocada ao lado da lição do grande poeta Giacomo Leopardi.

Numa das incontáveis horas amargas da Itália, dizia o poeta: "Se queremos um dia despertar e retomar o espírito de nação, nossa primeira atitude deve ser não a soberba nem a estima das coisas presentes, mas a vergonha".

No panorama de miséria moral de nossas instituições, deve-se escolher entre a atitude de soberba e estima das coisas presentes da propaganda complacente e a vergonha regeneradora do país futuro.

RUBENS RICUPERO, 72, diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e ministro da Fazenda (governo Itamar Franco). Texto publicado hoje em diversos jornais do país.

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