17.7.09

Essa gente passa o tempo inteiro, descaradamente, mentindo na televisão e nos palanques

A culpa é do passageiro?

Eu, você e todo mundo tem direito de dizer suas besteiras, até porque ninguém pode estar correto nem ser brilhante sempre. Os agentes de trânsito também têm direito a falas infelizes, além do mais no calor da emoção do recente atropelamento quase fatal de um colega, provocado por um motorista que faz transporte clandestino.

O estranho é que a prefeitura compre a idéia e divulgue em seu boletim a afirmação do agente Rogério de Jesus, que durante manifestação ontem, culpou os passageiros pela existência do transporte clandestino.

“As pessoas pensam que o único culpado é o motorista atropelador. Mas as pessoas que pegam o transporte clandestino não olham as conseqüências e o estímulo a esta prática, pois se preocupam apenas em demorar o menos possível no ponto de ônibus”, afirmou Rogério.

Hoje mesmo, moradores do bairro Conceição realizaram protestos contra a qualidade do transporte coletivo oficial, por ônibus, que obriga as pessoas a ficar mais de uma hora no ponto esperando.

É o desespero de precisar se locomover e não conseguir, que leva o cidadão a usar este tipo de transporte. O passageiro não faz opção levando em conta nem a legalidade nem a clandestinidade, mas a necessidade.

Por acaso o agente ou a prefeitura que avaliza sua fala acham que a maioria gosta de pegar motoboy, seja oficial ou clandestino? Pode haver meio de transporte mais desagradável ou perigoso? E as vans superlotadas, que são oficiais, onde as pessoas andam em pé, envergadas, porque os veículos não têm altura suficiente para ninguém andar em pé?

Melhorem o transporte coletivo. Somente depois partam para as lições de moral.

Peixes pequenos tentam engolir Sarney


Cartaz de manifestação hoje no Maranhão

16.7.09

Arranjem outra desculpa

R$ 500.000.000. Para quem se confundir com tantos zeros, a tradução: 500 milhões de reais.

Para um cidadão comum (exclui-se desta categoria Antonio Ermírio, Joseph Safra e Eike Batista, além de José Sarney, é claro), uma montanha de dinheiro quase incalculável.

É esse o montante que o estado da Bahia informa que deixou de arrecadar nos primeiros meses do ano, por conta da crise econômica. E a falta destes recursos é, segundo as desculpas oficiais, a causa de todos os males que ora se veem, incluindo atraso no pagamento de fornecedores e de pessoal, escolas sem professores, escolas sem material básico de consumo...

Mas este montante é mesmo uma montanha para o governo do estado?

Não.

Na entrevista bomba a Dilson Barbosa, em que detonou o governo Wagner e avisou que já pode ser chamado de candidato, Geddel Vieira Lima mencionou o orçamento do estado. Disse que são R$ 22 bilhões.

Ora, 500 milhões representam pouco mais de 2% de 22 bilhões. Um “abalo” de 2% não pode desestruturar um orçamento a ponto da administração do estado ficar toda comprometida como está.

Procurem outro motivo ou desculpa para o governo encalacrado.

PS1: 2% é uma perda tão pequena que poderá ser recuperada até o fim do ano, caso a economia confirme a recuperação que vem aparentando.

PS2: a perda percentual da prefeitura de Feira de Santana foi maior e o município continua a funcionar na maior normalidade.

Sobe arrecadação federal na Bahia

A crise vai mesmo se atenuando na Bahia, ao que parece. A Receita Federal divulgou que em junho foram arrecadados no estado R$ 1,1 bilhão. É 6% maior do que o mês anterior. E, mais importante, 3% maior do que junho do ano passado - mês pré-crise -, já considerando a inflação medida pelo IPCA.

15.7.09

A miséria entrou na agenda

Nossos políticos sempre foram homens muito ocupados, de maneira que nunca tiveram tempo de se preocupar com os pobres.

Uma passadinha na missa e uns sacrifícios estomacais em época de eleição, combinados à doação de tijolo, areia e saco de cimento tapeavam as agruras de um lado e a consciência do outro. Os miseráveis, gratos, retribuíam com votos.

Mas de repente os votos a favor dos mesmos que desde Cabral controlavam o poder começaram a escassear. A legião de miseráveis, que na falta de desenvolvimento econômico e de planejamento familiar nunca parou de crescer, começou a ficar sempre do lado de Lula, que levou a sério o combate à pobreza e, contrariando críticos e analistas insistiu em colocar dinheiro diretamente nas mãos das pessoas, com um mínimo de intermediários.

Os bilhões transferidos para o povo através do Bolsa Família dinamizaram a economia de municípios pequenos onde são raros os empregos fora da prefeitura. Nas metrópoles tiveram grande impacto também, dando às classes sociais mais pobres a possibilidade de ter algum dinheiro para gastar, o que colocou milhões de pessoas no foco de investimentos de grandes empresas do varejo, o que vem realimentando o ciclo de fortalecimento do mercado interno, sem o qual nenhuma economia pode ser plenamente desenvolvida.

Todos esses beneficiários eram gente de quem os políticos em geral só se lembravam nos três meses de campanha que antecedem as nossas eleições bienais. Gente que passou a receber um benefício todo mês. Que viu pela primeira vez na vida a chance de ter alguma perspectiva de futuro pelo menos para os filhos.

Sem dúvida haverá no meio de tanto dinheiro (que nem é tanto assim considerando o que se esvai na corrupção) e tanta gente recebendo, muito desvio de um lado – com beneficiários que de miseráveis não têm nada – e desperdício do outro – com gente que emprega mal os recursos que recebe. Porém os benefícios são claramente superiores às desvantagens.

Eis então que DEM e PSDB surgem com o Agenda Família. Noticiado como extensão, ampliação e melhoramento do Bolsa Família. Ótimo. O Bolsa Família está longe de ser perfeito ou de ser a solução para o país. É apenas o início do tratamento da miséria, um dos nossos maiores problemas, gerador de tantos outros.

A dificuldade para DEM e PSDB, com o histórico que seus quadros carregam, é convencer a população de que, de críticos dos programas sociais do governo federal, viraram defensores de sua ampliação, por considerá-los muito tímidos, pois deviam ir mais longe. Que de indiferentes pela sorte de dezenas de milhões, viraram defensores dos pobres. Que de expressões máximas da apropriação do poder em benefício próprio, viraram pessoas ansiosas para colocar em prática amplo programa de distribuição de renda.

Um plano bonitinho, bem encadernado, uma boa propaganda, é fácil de fazer. A tarefa de convencer o eleitor será bem mais complicada.

Se houver sinceridade nestes novos propósitos e não apenas uma tática eleitoral, o começo da redenção deveria ser um mea culpa a exemplo dos recentes pedidos papais de perdão pelas cruzadas, pela condenação de Galileu e etc.

Com a diferença de que no caso dos pecados da igreja, o pedido de perdão é mesmo retórica e formalidade, que não pode resgatar mais nada, enquanto no caso dos ex-arenistas, pedessistas, pefelistas (hoje DEM), aliados dos ex-peemedebistas (hoje PSDB), o arrependimento, se for sincero ainda poderá ser comprovado na prática, com uma mudança de postura que por enquanto não se viu, mas que é alvissareiro saber que pelo menos chegou ao campo das promessas eleitorais.

14.7.09

Aniversário com lotação de van na hora do rush


Foto: ACM

O que é isto que você está vendo na foto aí em cima? Um culto no terreno da igreja Universal na Getúlio Vargas?

Não. É um momento de oração, mas é no Roque's Buffet, no aniversário de Tarcízio Pimenta. Eu falei que ia ficar pequeno. Mas também a idéia pode ter sido essa mesma.

Nada se perde, tudo se transforma?

Pergunta número 1: quem você colocaria em cada uma destas lixeiras?
Pergunta número 2: ela tem capacidade para todos os que você gostaria de colocar lá?
Pergunta número 3: um político corrupto reciclado serve para que mesmo?

Escola em tempo integral (no Distrito Federal)

Para quem acha que é complicado e demorado implantar escolas em tempo integral, o bom exemplo vem do Distrito Federal. Veja matéria publicada em O Globo, no dia 12.

Lançado ano passado, o programa de educação integral do Distrito Federal já beneficia cerca de 50 mil estudantes da rede pública de ensino fundamental, diz o secretário de Educação do DF, José Luiz Valente. A iniciativa beneficia 15% dos alunos em 200 escolas.

Segundo Valente, se o atual ritmo de investimento for mantido, o ensino integral poderá ser universalizado até 2014.

O esforço do DF soma-se ao de prefeituras que também apostam na ampliação da carga horária. Seja com atividades escolares ou extraclasse, como é o caso do programa Bairro Escola, em Nova Iguaçu (RJ), que aproveita a infraestrutura de associações de moradores, clubes e órgãos públicos. Belo Horizonte (MG), Palmas (TO), Sorocaba (SP) e Apucarana (PR) também estão na lista.

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13.7.09

O povo tá vendo

Nós, de baixo, temos que tapar o nariz e aceitar tudo em nome do investimento de todas as fichas na candidatura da ministra Dilma. Já demos tudo para o PMDB. Até quando temos que continuar de joelhos? Fazer isso e achar que o povo não está vendo, é subestimar a sociedade, o povo, os movimentos sociais. É enterrar todo o capital que o partido construiu em 25 anos de luta.

O PT resolveu tapar os olhos para a sujeira criada e cultivada por José Sarney.
E tapar os ouvidos ao clamor de todos quanto têm ainda princípios e vergonha na cara neste país. Mas pode se dar mal quando a eleição chegar. E quem faz a advertência acima é um deputado estadual do PT. Do Maranhão. Domingos Dutra é o nome do sábio.

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