4.1.10

Van que deveria estar em Jaíba vai a Cabuçu, capota e mata


Curiosos observam a van JOR 7817 virada e o corpo da vítima Sheyla (foto Reginaldo Pereira)

A van 36-150 do transporte alternativo faz linha para Jaíba. Mas hoje resolveu tomar ares marinhos. Trazia para Feira de Santana gente que tinha ido a Cabuçu e arredores no fim de ano. Na altura de Amélia Rodrigues, numa das curvas assassinas da BR 324, acrescida de chuva que torna a pista escorregadia, desgovernou-se, bateu no meio fio, capotou e matou a passageira Sheyla dos Santos Souza, uma jovem de 24 anos, que vinha com o filho – que também ficou ferido e foi levado ao Clériston Andrade – e o segundo marido, que fisicamente aparentemente não sofreu nada.

Ele, Adelson Paixão de Souza, conta que pagaram o valor unitário de R$ 13,00 pela viagem. Segundo ele mesmo, o ônibus regular da empresa Cacique custa menos: R$ 12 ou R$ 12,50, mas não resistiu à tentação da oferta do motorista que passou perguntando no consagrado estilo camelô de rodovia “Feira, quem vai?”.

Para Adelson, o que provocou o acidente foi a velocidade excessiva. Outros passageiros ouvidos pela Polícia Rodoviária Federal disseram que não, informou o patrulheiro Wagner Gomes. O tacógrafo, que deveria registrar a velocidade, não funcionava, observou o policial.

Porém no mínimo o motorista é culpado de desviar de sua rota, abandonando a responsabilidade contratual com a linha do distrito de Jaíba e indo fazer transporte para o qual não estava autorizado. Ao ser informado do desastre, o secretário Flailton Frankles prometeu abrir sindicância, que pode resultar na perda da concessão.

O motorista não foi identificado pela PRF pelo menos até o meio da tarde. Não sabiam se ele havia fugido ou fora levado para o hospital. No Clériston Andrade entre os feridos, havia apenas um homem. Talvez o motorista. Um paciente em estado mais delicado, por causa de fratura na coluna, foi levado do hospital de Amélia Rodrigues para Salvador: Washington Brito de Jesus.

O acidente foi por volta de 13:30 quando desabou uma das rápidas chuvas costumeiras da época. A van estava cheia. A maior parte dos feridos foi socorrida mesmo em Amélia Rodrigues, já que seu estado não exigia cuidados acima da capacidade de atendimento da unidade. Mesmo os que vieram para Feira, de acordo com a descrição feita pelos PMs do posto policial do Clériston, não aparentavam gravidade e estavam conscientes.

Foram o filho da mulher que morreu, Sandro, um garoto de cinco anos. Outra criança, Stephany, 6 anos, Lorena Bispo de Souza, 23, moradora do Tomba, Carla Portugal Tavares, 27, dos Capuchinhos, Juciene Batista da Silva, 35, do Feira X e Cláudio Costa Lessa, Feira IX, o referido único homem adulto entre os seis internados.

Posted via email from Glauco Wanderley

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