31.5.10

Concursos se limitaram a repor professores

De acordo com informações da secretaria municipal de Administração, os dois concursos públicos realizados pela prefeitura de Feira de Santana em 2002 e 2006 convocaram 851 professores que conseguiram aprovação. Nem todos compareceram, porque há os casos de pessoas que se mudaram, que optaram por escola particular ou até por ingressar em outro ramo de atividade profissional.

O secretário de Administração, João Marinho Gomes, não forneceu o número exato dos que ingressaram na rede municipal, mas estima que são poucos os que deixaram de atender a convocação.

Entretanto, confrontado com o número de aposentadorias contabilizadas pela mesma secretaria (871), nota-se que os novos professores apenas supriram a saída daqueles que se aposentaram. Foi insuficiente para acabar com o uso excessivo de estagiários, que são 850, conforme admite o próprio secretário de Educação, José Raimundo, embora ressaltando que são “apenas 600” em sala de aula. A rede tem pouco mais de 1.700 concursados, ou seja, os estagiários representam 50% do número de concursados, recebendo salário de R$ 300, mais ajuda de custo de R$ 88, para fazer o mesmo trabalho, já que assumem integralmente a sala de aula.

APOSENTADORIAS

até 1999

287

2000

47

2001

23

2002

50

2003

56

2004

49

2005

53

2006

59

2007

60

2008

119

2009

43

2010

25

871

7 comentários:

  1. katia31/5/10

    glauco coloque a reportagem da VEja- Mudar os professores ou MUDAR DE PROFESSORES? inteligente reportagem.

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  2. Caríssima Katia,

    Gostaria de escrever uma mensagem a altura do que o seu comentário merece ao sugerir como postagem deste blog a reportagem da Revista Veja “Mudar os professores ou MUDAR DE PROFESSORES?”, que a mesma julgou “inteligente reportagem”. Mas como tenho muitas outras atividades para dar conta até amanhã, onde estaremos, mais uma vez, realizando assembléia da categoria, vou me restringir a dois comentário:

    Primeiro: Certamente que você não é professora, pois se fosse saberia perfeitamente que a Revista Veja não é uma leitura das mais recomendadas em virtude da péssima qualidade de seus textos sempre com um teor preconceituoso, pejorativo e tendencioso. Se tu fosses professora, certamente, saberias disso...

    Segundo: Responda-me uma coisa, qual é o profissional de Nível Superior, com pós-graduação (mestrado) e diversos curso de formação que recebe um salário de R$ 538,00, em início de carreira, levando até 5 anos para conseguir mudar de nível?

    Aguardo a resposta deste último comentário...

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  3. Anônimo1/6/10

    PROFESSOR EM MOBILIZAÇÃO


    De fato, como podia

    Um professor em mobilização

    Compreender por que sua aula

    Valia mais do que um pão?



    Na verdade, desconhecia

    Algo que para ele teria muito valor:

    Que o professor faz a luta

    E a luta faz o professor.



    E um fato novo se viu

    Que a todos admirava:

    O que um professor dizia

    Outro professor escutava.



    E foi assim que o professor

    No limite de sua precarização

    Que estava acostumado a sempre dizer sim

    Começou a dizer não.



    E aprendeu a notar coisas

    A que não dava atenção:

    Notou que a ausência do seu vale-refeição

    Era o banquete do patrão.



    Que o seu inalar do pó de giz

    Era a sala de ar condicionado em que trabalha o seu patrão

    Que a não aquisição da sua casa própria

    Era o condomínio de luxo do patrão.



    Que o seu famigerado vale-transporte

    Era o carro do ano do patrão

    Que aquilo que ele custeava para manter a sua aula

    Era a propaganda do patrão.



    Que o não-acesso ao enquadramento

    Era o tempo de lazer do seu patrão

    Que a farra da compra de lousas e bebedouros digitais

    Era um custo sem explicação.



    Que as reformas de fachada e as escolas improvisadas

    Era o Prédio luxuoso da Secretaria de Educação

    Que o seu estado de saúde cada vez mais pauperizado

    Era o Plano de saúde do patrão.



    Que a grande presença de estagiários nas escolas

    Era a saída para o não-investimento na educação

    Que sem um Plano de Carreira digno

    O magistério não terá valorização.



    E o Professor disse: Não!

    E o Professor fez-se forte

    Na sua resolução.



    Sentindo que a violência do corte de salários

    Não lhes causariam desmobilização

    Um dia o gestor tentou apelar

    Para um reajuste de conciliação



    De sorte que foi levando

    Para o final da negociação

    Uma proposta de 4,31 em maio

    E o complemento de 1,69 em junho para terminar a mobilização



    Mas os professores

    Chegaram a uma compreensão

    Que eles viam coisas

    Que nunca poderiam ser observadas pelo seu patrão



    Os professores refletiam sobre seus estudos, horas de dedicação

    Das noites em claro, corrigindo avaliação

    Via também alunos que careciam de acompanhamento pedagógico e de atenção

    Negadas por não haver livros didáticos e o cargo de coordenação.



    E viam que os seus conhecimentos produzidos

    Faziam o lucro do seu patrão

    E que cada coisa misteriosamente havia

    A marca de seu pensamento em ação.



    E o Professor disse: Não!

    - Loucura! – Gritou o patrão: Não vês os benefícios que te dou eu?

    - Mentira! – Disse o Professor

    Não podes dar-me o que é meu.



    E um silêncio fez-se

    Dentro do seu coração

    Um silêncio de martírios

    Um silêncio de prisão.



    E o professor ouviu a voz

    De todos os seus irmãos

    Os seus irmãos que morreram

    Por outros que viverão.



    E uma esperança sincera

    Cresceu no seu coração

    De que toda a sua luta

    Não deveria ser em vão





    Dentro daquela tarde mansa

    Agigantou-se a razão

    De um professor que até então era desvalorizado

    A um professor em mobilização.



    Adaptado do poema de Vinícius de Morais, Operário em Construção.



    "É preciso lutar... é possível vencer".
    GEED (Grupo de Estudos Educação em Debate)

    Parece que essa poesia resume a situação que vem passando o Magistério de nossa cidade.

    Forte abraço a todos/as e fica o convite à luta.

    Edson do Espírito Santo
    GEED
    LEPEL/UEFS

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  4. Rosa1/6/10

    Complementando a mensagem anterior...
    gostaria de dizer a Katia que o máximo de remuneração que um prefessor com graduação, especialização, mestrado ou doutorado, em regime de 20 horas, pode receber em Feira de santana é R$ 1.300,00.
    Aquilo que foi divulgado pelo executivo de que os professores da rede municipal ganham mais de R$3.000,00 só ocorre se o professor tiver graduação e especialização, trabalhar 40 horas no ensino fundamental I (1 ao 5 ano), todos os dias da semana, pois recebe 15% de regência de classe, e ensinar em distrito, pois recebe 20% de deslocamento. E ainda, se tiver mais de 25 anos de serviço pois recebe o avanço horizontal referente ao tempo de serviço.
    Portanto, receber este salário não é regra no município.

    Atenciosamente,
    Prof. Rosa

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  5. Maria1/6/10

    Glauco,

    Você é o CARA!!!

    Você não imagina a contribuição histórica que tens dado a sociedade feirense ao trazer para o debate questões como esta sobre o quadro de professores da rede municipal.

    A presença de quase 1.000 estagiários pode explicar, de certa forma, qual é o compromisso do executivo com a educação de qualidade em nosso município. Então cabe aqui uma pergunta que de vez em quanto é feita pelos colegas durante nossas mobilizações:

    Será que Tarcísio concordaria de ser medicado ou fazer uma sururgia com um médico estagiário no primeiro semestre? Ou construiria uma obra cujo avaliador do projeto fosse um engenheiro no segundo semestre? Para ser professor ele acha que qualquer um pode. Mesmo aqueles que estão estudando em faculdades de fachadas, que só tem aula a cada quinzena.

    Parabés, Glauco, pela matéria.

    Maria

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  6. hilton2/6/10

    Pra Maria

    E voce como professor escreve cirurgia com S, isso é um GRAVE ERRA, PRINCIPIANTE!

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  7. Maria2/6/10

    E vc, caríssimo Hilton, se fosse um pouco mais inteligente, pereceberia, claramente, que pela capacidade de articulação na escrita não cometeria este erro "principiante", pois trataria de um erro de digitação. Assim como escrevestes, "você" sem o acento circunfléxo, e "erro" com o "a" no final.
    Mas é assim mesmo... Nós, educadores, temos que ser capazes de compreender que errar é humano.
    Até mais,
    Maria.

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