Em uma seção de perguntas do público para serem respondidas pelo prefeito Tarcízio Pimenta, que Rafael Velame propôs em seu blog no fim do ano, o vereador Ângelo Almeida (PT) – o único da oposição que incomoda sistematicamente o governo – aproveitou para questionar sobre os caros bebedouros adquiridos pela prefeitura.
O vereador entende que o equipamento não dá conta de atender as escolas, porque é concebido para atender casas, famílias e lança a desconfiança de que o prefeito não sabia o que comprou. Na resposta, o prefeito ignora a dúvida e fala do bebedouro que retira água do ar como a solução para a carência do líquido nas escolas da zona rural:
Angelo Almeida - Vereador - PT - Feira de Santana escreveu:
Saber gastar e como gastar o dinheiro público deve ser o cuidado de todo gestor. O senhor Prefeito sabia que a compra do condensador de água (bebedouro digital), trazia no seu manual a especificação clara do fabricante de que o produto era ofertado para famílias e não para escolas?
Tarcízio Pimenta: Senhor vereador, minha atuação como vereador e os quatro mandatos como deputado estadual, além da minha condição de cidadão, me credenciam a ter a perfeita noção do que seja aplicação de dinheiro público. Isto também pode ser comprovado com o primeiro ano do nosso mandato e as transformações que fizemos na cidade, não só em obras como no salto tecnológico. Só o pobre estudante da escola pública, seja municipal ou estadual, sabe o drama que vive quando procura água para beber e não acha. Esse drama está chegando ao fim nas unidades de Feira de Santana, inclusive na zona rural, onde eles bebiam água enfiando canecos em baldes.
Caro jornalista, em vez de ficar postando ou melhor repostando dúvidas levantadas sobre o tal bebedor, não seria um bom trabalho investigar sobre, olhar as especificações técnicas, contatar as pessoas que utilizam o equipamento, ir in loco buscar informações. Será possível que esse trabalho é tão difícil. Essas e outras notinhas em fazem pensar na comidade em que vivem os blogs que pairam na cidade, se arvoram a ser portais de notícia e se limitam a reproduzir releases das assessorias de comunicação, em alguns casos publicam os mesmos erros. A grande maioria, fica claro para o observador, ostenta as publicidades oficiais, o que não é o caso do seu, e se comporta com a servilidade inerente à função.
ResponderExcluirAndré Dias da Silva
andredias1982@bol.com.br
Sim, você está certo, André. Só que foram pouquissimos bebedouros instalados e as escolas estão em férias. Só quando as aulas começarem e o programa se expandir, será possível saber quem tem razão.
ResponderExcluirQuanto ao restante de suas críticas, embora procedentes em muitas situações, não se aplicam ao que posto aqui, ou pelo menos à maior parte. Tento evitar blá,blá,blá, o que, admito, quando se trata de política nem sempre é possível.
Eu fiz a ressalva no final do post, o que não é o caso do seu. Até mesmo porque em muitos deles o comentário nem seria publicado. Acho que a principal virtude da internet é a tal interatividade, a possibilidade de diálogo que a caixinha de comentários oferece. Em uma entrevista, o jornalista Guy Talese disse que em muitos casos a notícia não está no centro, ele circula ao redor. No caso de Feira em particular, o que se sente é que o foco está naquele que detem o poder. As assessorias já prestam este papel de dizer o que o poder pensa, cabe ao jornalista, aquele verdadeiro, ouvir a outra versão ou melhor ainda, oferecer uma outra versão da história oficial. Não sei se isso é utopia, o lugar que não existe em sentido estrito, mas é o que os manuais de ética da profissão ensinam. De toda sorte agradeço a sua atenção e a possibilidade de externar um pensamento.
ResponderExcluirAndré Dias