11.8.10

O desempenho de Marina (e de William e Fátima)

Marina Silva foi a vítima da vez terça-feira no Jornal Nacional. Mas se saiu ainda melhor do que Dilma Roussef, diante da agressividade das entrevistas do programa.
Entrevista não deve ser para levantar a bola pro entrevistado chutar. Mas também não precisa ser uma guerra, como fez o Jornal Nacional, onde a impressão que se tem é que enquanto o entrevistado não se mostrar nervoso e encurralado, não valeu. Afinal, o que se quer é um candidato com ideias para governar o país. E ninguem está conseguindo apresentar ideias, porque os entrevistadores querem obrigar os candidatos a escorregar na casca da banana. O foco com Dilma foi a suposta inexperiência. Com Marina, a falta de apoio de outros partidos e a atitude diante do mensalão do PT, coisa de 2005.
Marina não se apertou, foi firme, exigindo concluir suas respostas e mais uma vez ficou mal para os entrevistadores Wiliam Bonner  e Fátima Bernardes.
Para muita gente, foi a primeira vez na vida que viram Marina Silva. Ela se saiu bem, pode ter ganhado eleitores, mas teve 12 minutos no ar. Isso vale por oito dias de propaganda da candidata no horário eleitoral. Ela vai ter menos de um minuto e meio por programa, a partir de segunda-feira. Nessas condições, fica difícil imaginar uma virada da candidata verde, que nas pesquisas gira em torno de 10 por cento das intenções de voto.
Ontem na internet, quase todos os comentários depois da entrevista eram favoráveis a Marina. Também ela é o tipo da candidata boazinha. É como se fosse o segundo time de todo mundo. Mas assim como no futebol só tem um campeão, na urna, só se pode votar em um.
Hoje é a vez de José Serra enfrentar as feras do Jornal Nacional. Para ser justo, o Bonner deveria confrontá-lo com a questão que mais incomoda os tucanos de São Paulo: os pedágios caros nas rodovias. Ou o mensalão do DEM em Brasília.

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Além de não estar no lugar que esperava nas pesquisas, José Serra vem sofrendo com a desunião interna. Tucanos e democratas não se entendem na Bahia e não se entendem no Rio de Janeiro. Dois dos maiores colégios eleitorais do Brasil.
Na Bahia, Imbassahy, deixou a coordenação da campanha e diz que não está satisfeito com a influência cada vez maior de Nilo Coelho na campanha estadual, porque não concorda com algumas ideias do candidato a vice-governador de Paulo Souto.
No Rio de Janeiro, a briga é direta com Serra, que não se entende com o presidente do DEM, Rodrigo Maia. Nem se falam mais. Os intermediários  tentam apagar o fogo, mas o clima está pesado. Por falar em Serra, ele vem de novo na Bahia, sexta-feira, lançar em Salvador seu plano de segurança e abrir espaço para seus aliados criticarem a segurança no governo Wagner.

Um comentário:

  1. Anônimo13/8/10

    Bonner e Fátima Bernardes são dois fiascos da TV brasileira, concordo contigo Glauco, os dois acham que vão dar uma cara arrojada a um programa que está ultrapassado, na verdade nem é o programa e sim a direção do Bonner que está ultrapassada. Alex Costa - Feira-Bahia-Brasil

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