10.7.09

Atropelo vai frear transporte clandestino?

Quando um grupo de estudantes cercou o carro do prefeito Tarcízio Pimenta e impediu que ele saísse, na avenida mais movimentada da cidade, em horário de rush, os protestos contra o aumento das passagens se esvaziaram. Levantou-se uma onda de condenação ao ato e os estudantes, mesmo tendo razão em se queixar do preço e da qualidade do serviço de ônibus, ficaram sem razão por terem extrapolado o limite que a sociedade considerou aceitável.

Na mesma caótica área do transporte, só que desta vez clandestino, o caso extremo da quinta-feira, quando um agente foi atropelado por um motorista que transporta ilegalmente passageiros, poderá ter pelo menos o efeito benéfico de posicionar novamente a sociedade contra este descalabro e reforçar a disposição do governo em combatê-lo.

Transporte clandestino pode até começar com gente honesta e desempregada que descobre um meio de ganhar a vida. Mas sempre acaba na mão de máfias, porque, sendo ilegal, requer pagamento de propinas, disputa descontrolada por passageiros, por pontos e horários melhores, brigas internas e outras facetas que se escondem por trás de tudo que é ilegal.

Como não tem lei, prevalece a lei do mais forte e aos poucos tudo passa a ser decidido na força bruta. Se não for cortado, chega a hora em que o próprio poder público fica refém. É louvável que o governo atual queira encarar de frente o problema.

Sempre falei que se o transporte coletivo oficial em ônibus prestasse, não existiria nada disso. Nem moto transportando gente, nem as vans lotadas e legalizadas. Muito menos teria espaço para moto e carro clandestino. É fato que o ônibus não presta. Entretanto a única solução é fazê-lo prestar.

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