“Depois de José Ronaldo quem tem a maior fatia de cargos em Feira de Santana é Jairo Carneiro”. A afirmação foi feita neste sábado (15) pelo suplente de deputado e radialista Carlos Geilson, ao comentar o pedido de desfiliação de Jairo, do DEM, para ingressar no PP, passando a integrar a base de apoio ao governo Wagner.
Por conta da “traição”, as autoridades do DEM (Paulo Souto e José Ronaldo) engendram a vingança por meio de um processo de cassação, por infidelidade partidária, do mandato de deputado federal que Jairo vai assumir com a ida de João Leão para o secretariado de Wagner.
Acontece que autoridade no DEM mesmo hoje é Tarcízio Pimenta, que entre todos é o único que detém o poder da caneta, no cargo mais importante que resta ao partido no estado, que é a prefeitura de Feira de Santana. Souto é só uma aposta no futuro e o futuro do DEM tanto não promete ser dos mais brilhantes que facilmente vai-se embora um carlista da velha guarda, para os braços do governador do PT.
Querer que a justiça casse o mandato de Jairo é um direito que assiste ao DEM. O partido precisará recorrer ao tribunal para resguardar alguma coisa da força que perdeu, nas urnas em 2006 e na tumba em 2007, quando ACM morreu. Porém processos são demorados. Mesmo obtendo uma resposta positiva à sua causa, poderá ser tarde demais para que o castigo contra Jairo seja mesmo eficaz.
Só um pode aplicar logo uma punição. Chama-se Tarcízio Pimenta. A crer na contabilidade de Geilson sobre o peso dos jairistas na administração municipal, a demissão destes pode doer mais do que a perda de um mandato de deputado que Jairo nem tem ainda nem poderá exercer na plenitude, porque suplente é sempre suplente, mesmo quando está no exercício do mandato.
Aí é que está: até que ponto Tarcízio estará disposto a comprar essa briga? Até que ponto seus próprios interesses convergem com os de Ronaldo e Souto? Esta semana mesmo o filho de Jairo foi nomeado para função de direção na estrutura da saúde do município. Foi uma última tentativa de manter o deputado no grupo? Se foi, impõe-se a exoneração. Se não ocorrer, nem esta nem a de outros jairistas, é porque o prefeito prefere deixar o DEM cozinhando em banho-maria, para ver como ficam as coisas a partir dos resultados que saírem das urnas em 2010. E Souto e Ronaldo nem poderão se queixar. Afinal, eles mesmos, valendo-se da prerrogativa de estarem sem mandato e portanto não terem nada a perder, até outro dia cogitavam abertamente uma mudança para o PSDB.
15.8.09
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Essa turma tem mais gente que entende de traição do que em assembléia de corno.
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