18.4.09

As passagens de Fabinho

Até dia 16 os deputados feirenses vinham passando ao largo dos escândalos envolvendo o direito dos parlamentares de ter uma quantidade enorme de passagens aéreas para usar como bem entendem.
Agora não estão passando mais, com a entrada em cena de Fernando de Fabinho (DEM), de cuja cota de passagens saiu viagem do ministro do STF, Eros Grau, para o Rio de Janeiro. Acontece que o ministro mostrou comprovante de que pagou pela viagem*. O que significa que a agência de viagens ganhou duas vezes. Recebeu do cliente (o ministro) e descontou da Câmara, como se o deputado tivesse usado. Supõe-se que a malandragem seja feita em acordo dos gabinetes dos deputados com as agências de viagem, que dividiriam meio a meio o ganho com a trapaça.
Fernando de Fabinho já deu a clássica desculpa de que não sabia de nada e que vai apurar se houve participação de algum assessor.

Para o exterior

As revelações sobre passagens vêm sendo feitas pelos jornalistas que fazem o site Congresso em Foco.
Com os líderes de partidos, a coisa é ainda pior. A mordomia inclui viagens ao exterior, passeios para mulher e filhos a Nova York, Paris e Buenos Aires.
De todos nenhum teve, como Mário Negromonte, deputado baiano que lidera o PP, a cara de pau de admitir tão placidamente a farra com o dinheiro que não sai do bolso deles. Foi o campeão da Câmara, com 23 viagens. Viajou com a mulher, Edna, e as filhas Daniella e Gabriella. Sempre no eixo São Paulo-Nova Iorque. Os bilhetes foram emitidos em datas diferentes, que vão de maio de 2007 a agosto de 2008.
Negromonte confirma as viagens com a família na cota da Câmara e diz não ver nenhum problema nisso. "Se não fosse permitido, ninguém faria. Tudo foi feito dentro da legalidade. Se não fosse assim, a Câmara não teria autorizado", disse.

* Melhor dizendo: Eros Grau mostrou comprovante de que a viagem foi paga pela UERJ, a universidade que o convidou para fazer uma palestra

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