“A polícia prende, a justiça solta”. Esta compreensão já está cristalizada na cabeça das pessoas. Fazendo matéria sobre o seqüestro do garoto na Queimadinha, tornei a ouvir a frase, da boca de uma senhora muito simples, que se mostrava também muito abalada com a situação.
O próprio delegado Madson Sampaio dias antes falara no rádio na mesma linha de raciocínio. Ele não culpava o Judiciário, mas a legislação, que abria brechas demais por onde escapam com facilidades os piores tipos. O delegado se referiu especificamente ao caso dos integrantes de uma quadrilha que assaltou várias casas em Feira de Santana. Indignado com a rápida liberdade obtida pelos marginais (começaram a sair em menos de um mês), ele lembrou que eles chegaram até a estuprar filhas diante dos pais.
O delegado Madson já deu incontáveis entrevistas em que ressalta sempre o respeito pela legalidade e pelos direitos humanos. Não pode ser confundido com algum defensor da prática do “prendo e arrebento”. Apenas defende que a legislação seja alterada.
De fato, do jeito que as coisas são, a lei torna o trabalho da polícia quase inútil, faz as pessoas descrerem da justiça e estimula a justiça com as próprias mãos.
Porém, os nossos deputados e senadores, que fazem as leis, estão ocupados demais para se envolver com os problemas aqui do nosso mundo inferior. Eles têm viagens a fazer, parentes para empregar, empresas fantasmas para constituir, dinheiro para desviar. É muito trabalho. Não dá tempo para tratar do que o país precisa.
Hoje a polícia apresenta os seqüestradores do garoto da Queimadinha. Até que dia eles ficarão presos?
16.5.09
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