4.10.09

O governo Tarcízio, um ano depois das eleições

O jornal A Tarde publica hoje, um ano depois da eleição, um balanço do cumprimento das promessas de campanha. Com a ênfase natural para o caso João Henrique-Salvador. Em meio às inevitáveis limitações do processo de edição em veículos impressos, o caso Tarcízio Pimenta-Feira de Santana ficou um tanto diluído, em meio a outras cidades do interior. Então segue abaixo um texto mais amplo, com a opinião de adversários:

Em Feira de Santana, o eleito Tarcízio Pimenta (DEM) fez uma campanha em cima da continuidade, afirmando que faria o terceiro mandato do então prefeito José Ronaldo, que governava desde 2001. Um de seus compromissos era terminar tudo que estava em andamento. Na avaliação do novo prefeito, 80% do que havia para concluir já foi realizado.

Entre as principais promessas que ainda não se concretizaram, a implantação de políticas públicas para a mulher e para prevenir a violência na cidade, que teve 238 homicídios até o final de setembro. As duas áreas teriam secretarias específicas, que não saíram do papel. No final do mês passado a criação da secretaria de Prevenção à Violência foi encaminhada à Câmara, que aprovou o projeto, a ser sancionado na  próxima terça-feira (06). O prefeito admite que a outra secretaria terá que ficar para depois. A crise financeira internacional, que reduziu a receita do município, é a justificativa para a demora na implantação. “Só agora está ocorrendo uma melhora na arrecadação”, relata.

Ele cita o asfaltamento das duas principais avenidas da cidade (Getúlio Vargas e Maria Quitéria) como destaques positivos dos primeiros meses do governo. A informatização do atendimento na rede pública de saúde é outra promessa de campanha que o prefeito avalia como bem encaminhada, já que três das seis policlínicas foram informatizadas e cinco de uma centena de unidades de saúde menores instaladas no município. Por meio do sistema, a identificação do paciente, bem como o prontuário e receitas passam a ser digitalizados e acessíveis em qualquer ponto da rede que já tenha recebido o programa de computador.

A internet gratuita foi implantada em alguns dos bairros mais populosos e a estimativa da prefeitura é que dentro de pouco mais de um ano o sinal sem fio cubra toda a cidade, incluindo a zona rural.

Na educação, a promessa de escola em tempo integral praticamente não avançou, pois está restrita a uma unidade inaugurada este ano. O prefeito atribui o ritmo mais lento à crise econômica, mas afirma que investirá em educação mais do que prometeu em campanha.

A educação é justamente uma das críticas feitas pelos adversários. Mesmo reconhecendo o impacto da crise, Colbert Martins (PMDB), segundo colocado na eleição, acha que melhorias pedagógicas poderiam ter sido intensificadas. “Poderia ter ocorrido um salto, com maior uso de tecnologia, de computadores”, critica.

Outro que esteve na disputa eleitoral (ficou em terceiro, atrás de Colbert) e se envolveu diretamente com o vencedor em um debate mais áspero em torno do Bolsa Família, foi o deputado federal Sérgio Carneiro (PT). Ele agora cobra o kit-moradia, uma espécie de cesta básica de material de construção, que não se concretizou. Mesmo assim acha que é cedo para julgar e prefere dar tempo para que o consenso vá se formando na comunidade em relação ao governo. Ressalva que tem ouvido com freqüência avaliações de que falta ao gestor a autonomia necessária, pois o ex, José Ronaldo, ainda estaria exercendo muito controle sobre a administração.

O deputado estadual petista José Neto, que vem adotando uma postura de aproximação com o prefeito, opina que a área de transporte coletivo é um dos principais problemas da cidade e conseqüentemente do governo. “A cidade tem se expandido muito horizontalmente e é preciso mais ação”. Ele critica o fato da prefeitura ter autorizado uma expansão do sistema de mototaxistas de 300 para 500, pois entende que o número ideal seria superior a mil.

Tarcízio Pimenta argumenta que seu governo já renovou 30% da frota de ônibus e ampliou o alcance de algumas linhas. O que não foi suficiente para reduzir as queixas. Segundo o radialista Elsimar Pondé, diariamente chegam na rádio em que trabalha queixas de usuários sobre a demora e a precariedade dos coletivos que rodam na cidade.

 


Posted via email from Glauco Wanderley

Um comentário:

  1. Anônimo4/10/09

    era desse tradicional desprezo editorial do jornal por feira que eu lhe falava no twitter. nao é limitação de jornal impresso e tenho certeza que vc sabe disso mas respeito a postura.parabéns. de toda maneira, mesmo "diluída" a materia no jornal foi de qualidade e este complemento aqui dá sentido aos blogs como o seu. um abraço,jânio rêgo

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