16.5.10

Invasão de fazenda da EBDA completa um ano

Um ano depois da invasão da fazenda Cruzeiro do Mocó, na zona rural de Feira de Santana, nem os Sem Terra conseguiram a posse nem a EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola) recuperou o controle sobre a área, que é destinada a pesquisas.

As famílias acampadas sobrevivem de cestas básicas enviadas pela Conab e plantam culturas de subsistência, como feijão e milho, enquanto esperam o resultado de negociações com o governo do estado.

A direção do MST diz que há 100 famílias instaladas, mas admite que muitos não ficam permanentemente no local, alternando entre a fazenda e “bicos” na cidade. A propriedade fica apenas 9 quilômetros distante do Contorno, avenida que circunda Feira de Santana. De lá é possível ver os prédios do aglomerado urbano.

O coordenador regional do MST, Weldes Queiroz, informa que a pretensão do Movimento é conseguir a posse de toda a área, calculada por ele em mil hectares. “Para os padrões locais, é considerada um latifúndio, já que os pequenos agricultores em Feira costumam ter entre 2 e 3 hectares”, compara.

Uma vez desapropriada, a fazenda passaria ao controle do MST, porém mantendo a finalidade de pesquisa, sendo utilizada para o desenvolvimento de tecnologia adequada aos pequenos produtores que vivem no semi-árido.

Procuramos a presidência da EBDA, que, através da assessoria de imprensa, prometeu, mas não entrou em contato para informar sobre o andamento das negociações.

Verdival Almeida, que saiu há pouco da chefia da estação experimental, diz que os trabalhos de pesquisa continuam a ser feitos normalmente com gado guzerá, cabras de leite e jumento. “Apenas alguns leilões de animais deixaram de acontecer durante o ano”, detalha.

Como o acampamento iniciado em 16 de maio de 2009 ocupou apenas um lado da fazenda, o pessoal da EBDA segue a rotina de trabalho no escritório e demais instalações da propriedade. Já os Sem Terra sobrevivem dentro de barracas feitas de pedaços de madeira e cobertas com plástico.

Os recursos são escassos, mas as culturas de amendoim, melancia, abóbora, feijão e milho ajudam na sobrevivência. Cada família cuida de seu lote. Durante a semana que antecedeu o aniversário de um ano da invasão, o grupo preparou o plantio de uma horta comunitária.

Satisfeita em voltar para o campo, Célia Bastos, 57 anos, se antecipa à pergunta e vai dizendo: “Eu tô muito feliz”. Enquanto capina, ela conta que cresceu na roça em sua cidade natal (Brejões). Já como adulta e mãe de família, mudou-se para a cidade, onde criou os seis filhos. “Mas continuava sempre com saudade da roça”, suspira. Deixou a casa no bairro Alto do Papagaio, em Feira de Santana, e aguarda ansiosa o recebimento de um lote definitivo.

O próprio coordenador do acampamento, Carlos Machado, tem história parecida. Saiu do campo quando ficou órfão de pai e mãe e precisou assumir a criação de uma irmã e uma sobrinha. Na cidade, trabalhou em diversas áreas, sempre informalmente, sem assinatura na carteira. Com o avanço da idade viu crescer a dificuldade para encontrar emprego e resolveu aderir ao movimento. Atualmente alterna a residência entre a fazenda e a casa na cidade.

Luciano Alves, que tem mulher e um filho de 11 meses, acaba de encerrar uma temporada em Ilhéus, no sul do estado, como entregador. Voltou para Feira e foi em busca de um lote na invasão, onde diz ter sido um dos primeiros, em maio do ano passado. “Eu já conheço o pessoal e acabei de receber uma área para começar a plantar milho e feijão”, anima-se, vendo a terra molhada pela chuva que caiu durante o dia.

Os acampados confirmam que novas famílias estão sempre chegando. “Neste final de semana chegaram cinco”, contabiliza o coordenador Machado.

“São mais de 400 famílias cadastradas na região, por isso vamos buscar também a desapropriação de outras áreas para atendê-las”, avisa o coordenador regional do MST, Weldes.

Nas fotos de Reginaldo Pereira, o preparo da roça após a chuva de sexta-feira, o galinheiro e melancias produzidas na Fazenda Mocó

Posted via email from Glauco Wanderley

10 comentários:

  1. Anônimo5/7/10

    Acho simplesmente um absurdo, um bando de vagabundos,utilizando o nome desse movimento de safados,sairem invadindo terra alheia, para se dizerem que estão preocupados com a família dos sem terra. Sou totalmente contra esta movimento, pois no fundo somos nós contribuintes que pagamos esta conta de sustento de oportunistas, tem sua vidas resolvidas em diversos lugares e se aproveitam do MST (movimentos dos safados trambiqueiros)para usurparem terras de empresas ou particulares, para depois venderem lotes para um bando de idiotas. Basta para um país corrupto!!!!!!!!!!!!!!

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    1. Anônimo14/5/14

      Anònimo não sabe o que estar falando antes de sair julgando as pessoas primeiro veja a realidade de nosso pais

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  2. Anônimo6/7/10

    A realidade passa longe pra você meu amigo, você está acostumado a embrenhar-se pelos ouvidos pela mídia e meios de comunicação da direita e não conheci a realidade dos fatos. Somos Camponeses e trabalhadores do campo expulso de nossas terras, apenas queremos tomar posse do que e nosso de direito (Á TERRA).

    "OLIVEIRA"

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  3. Anônimo6/7/10

    Nosso País precisa de movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Um Movimento que prega a liberdade, a igualdade entre as pessoas, que luta por uma causa digna!!!É uma pena que em nosso País ainda existe pessoas como você, pessoas que criminaliza os mivimentos sociais.

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  4. Anônimo6/7/10

    Parabéns Companheiros do MST, vocês lutam por uma causa justa, e graças a essa luta o Brasil vem tomando um rumo melhor!

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  5. Anônimo6/7/10

    É isso aê Companheiros que defende o MST, essa luta deveria ser de todos, pena que ainda existe pessoas ignorantes que cirminaliza essa luta.

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  6. Anônimo6/7/10

    Basta!

    É ridiculo que ainda existe pessoas assim, que criminaliza o Movimento.

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  7. Anônimo6/7/10

    É um absurdo o q esse cara escreveu ai sobre o MST.

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  8. Anônimo17/3/12

    esse cara deve ser hum da queles que escravisa o trabalhador rurau,o que anda meteno a mao no dinheiro das pesquisas da ebda la si tem?
    a ebda e destinada dezenvolve semente para a agricutura familiar si o pequeno agricutor procurar eles infelismente e inguinorado.
    o pequeno agricutor nao tem seis e nen oito mil para comprar seme de jegue ou de buzerar,voçer deve ter?

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  9. Anônimo17/3/12

    esse cara deve ser hum da queles que escravisa o trabalhador rurau,o que anda meteno a mao no dinheiro das pesquisas da ebda la si tem?
    a ebda e destinada dezenvolve semente para a agricutura familiar si o pequeno agricutor procurar eles infelismente e inguinorado.
    o pequeno agricutor nao tem seis e nen oito mil para comprar seme de jegue ou de buzerar,voçer deve ter?

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