A justiça em Feira de Santana vive um caos que não poderia ser resolvido nem mesmo com o fim da greve. Esta é a avaliação do presidente da seção local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Osvaldo Torres Neto acrescenta que “não há luz no fim do túnel” e acredita que, na falta de mudanças estruturais profundas no Judiciário baiano, corre-se o risco de daqui a alguns meses a população ter que enfrentar uma nova greve. Em assembleia ontem os servidores do Judiciário resolveram manter a greve.
A estimativa da entidade de classe é que apenas nos juizados especiais, que envolvem causas de baixo valor, tenham deixado de ocorrer até agora aproximadamente 1.200 audiências, com base em uma média de 60 por dia.
Quando não há greve, o andamento dos processos é lento, porque além de funcionários, faltam juízes. “Campina Grande, na Paraíba, tem metade da população e o dobro de juízes. Aqui atendemos uma população que chega a 1 milhão de pessoas, considerando os 600 mil de Feira de Santana e os moradores de cidades vizinhas que procuram o serviço no Fórum Filinto Bastos”, compara.
Com a greve, além de não receber pagamento pelas causas em andamento, os advogados perdem clientes novos. No escritório do advogado Ariston Mascarenhas, em frente ao Fórum, a informação é de que a média semanal de novos clientes baixou de oito para apenas 1. “E quando acabar a greve, vai ser uma correria, porque vem todo mundo com pressa querendo ver seu processo andar”, prevê o estagiário Geraldo Vale.
No entanto, o caso da professora Elian Ribeiro mostra que quem procura a Justiça não pode ter pressa. Há dois anos tramita o divórcio e um outro processo sobre o qual ela não quis dar maiores informações. Na greve atual, uma audiência já foi perdida. O mesmo tinha ocorrido em uma greve anterior. “Sem contar outras vezes em que o processo não andou por causa da lentidão da justiça”, lamenta.
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