14.6.09

As gratificações no SAMU

Informa o blog do Velame que há insatisfação entre servidores do SAMU porque não recebem gratificações que são pagas a médicos e enfermeiros. E que o prefeito Tarcízio Pimenta alegou que a coisa vem desde o governo passado e não foi procurado pelos queixosos, mas está aberto ao diálogo.

Desconheço valores dos salários tanto dos que ganham a gratificação quanto dos que não ganham. Claro que ninguém em sã consciência há de concordar com valores exorbitantes (embora soe como exorbitante o valor de 250% de gratificação). Mas a lógica é justificável: conseguir segurar os profissionais, especialmente os médicos.

Não faz sentido conceder a gratificação a todos os servidores. Se o motorista ganhar gratificação porque o médico ganha, isso não corrige a distorção. Ao contrário, vai onerar o município e gerar um feudo de privilegiados. Como em Brasília, onde ascensoristas no Congresso ganham salário que faz inveja a muito profissional graduado país afora.

As diferenças de salário de uma profissão que não exige nível superior para outra que exige são a regra do jogo. A regra do mercado. Vivemos em um país capitalista e não socialista. Os abismos salariais são exagerados e lamentáveis, mas ao mesmo inevitáveis no nosso sistema. A questão básica é: se um motorista sai, tem centenas na fila para ocupar seu lugar, até mesmo para ganhar menos. O mesmo não ocorre com os médicos, que prestam um serviço essencial e não precisam se sujeitar a qualquer salário.

Tome-se por exemplo o caso da UEFS, que não consegue preencher vagas de professor no curso de Medicina, pois o estado insiste em oferecer contratos temporários de Reda, ao invés de concurso para que o profissional seja atraído pelo menos pela chance de ingressar numa carreira. O que é oferecido não atende a expectativa e ninguém se habilita. No caso das prefeituras, se o salário não compensa, o médico pega o boné e vai embora. E quem paga o pato é a população, que fica sem o atendimento.

Se no SAMU a gratificação estiver sendo algo fora da realidade, que se corrija. Mas se apenas atende a necessidade de pagar salários de mercado e com isso segurar o prestador de serviço, não tem jeito. Vai ter que permanecer, gostando o restante ou não.

2 comentários:

  1. Anônimo16/6/09

    Eu só queria entender porque até hoje o Samu de Feira não fez concurso público. Em Alagoinhas por exemplo, foi feito concurso público. Cabide de emprego? Quando isso vai mudar?

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  2. Anônimo21/8/10

    Com todo respeito ao dono do artigo, mas antes de falar tente se informar por que 1º não é motorista, é "CONDUTOR SOCORRISTA" e a maioria das vtr's do SAMU não dispõe de medicos onde a atuação desses profissionais "MOTORISTAS" e de suma importância pois fazem reconhecimento e avaliação de risco para os medicos atuarem ou seja são responsaveis pela segurança da equipe são socorristas treinados em APH e o treinamento dos ditos "motoristas" é o mesmo dos medicos, os riscos de contaminação, entre outras coisinhas que se o autor se empenhasse em fazer um trabalho completo e criticas consisas teria se informado antes de se pronunciar. Desculpe a franqueza...

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