Em 2009, de acordo com as estatísticas oficiais a polícia fez o dobro de prisões e apreendeu muito mais drogas que em 2008. Apreendeu mais armas também.
Mesmo assim, em 2009 morreram 47 pessoas a mais que em 2008 (342 contra 295). Pelo sétimo ano seguido, a cidade bateu recorde em homicídios.
Pode-se dizer que a polícia enxugou gelo.
Em 2010, as coisas caminham até o momento para mais um recorde. O fim de semana com sete mortes elevou para 30 o total de assassinatos praticados em Feira de Santana até domingo. A uma semana do fim do mês, um número 50% maior do que os 20 crimes do mês de janeiro do ano passado.
A violência crescente tem se voltado também contra menores de 18 anos. Foram dois entre os sete mortos do fim de semana, totalizando oito desde o começo do ano.
O delegado regional, Fábio Lordelo, é enfático ao dizer que se não for feito um trabalho social preventivo mais aprofundado, “vai ficar prendendo eternamente e não vai haver solução”. Ele reconhece que a polícia carece de maior efetivo e mais estrutura, mas adverte que não haverá grande redução da criminalidade sem envolvimento das várias instâncias de governo e da própria sociedade. “É um trabalho para médio e longo prazo”, calcula. Entretanto, Lordelo anuncia que este ano será criada a 4ª delegacia e implantado um programa de ronda nos bairros, para tentar amenizar o problema.
No 1º Batalhão de Polícia Militar, o discurso do comandante Sérgio Baqueiro é o mesmo, da necessidade de ação social que afaste os jovens da droga. Ele atribui o alto índice de homicídios ao envolvimento das vítimas com o uso ou o tráfico e também ao fato da cidade ter uma população flutuante muito grande. “Assim como vem muita gente para o comércio há também muitos acessos na cidade, que facilitam a entrada de criminosos”, avalia.
O comandante alega ainda que a própria população da cidade aumenta muito de um ano para outro. Mas o efetivo do Batalhão não cresce. Ele admite que tem praticamente o mesmo número de policiais de 10 anos atrás. “Também não adianta apenas aumentar o efetivo, precisamos de mais tecnologia”, acrescenta. O comandante informa que está prevista neste ano a implantação de cerca de 40 câmeras de vigilância que poderão ir para os bairros. Hoje o policiamento no centro da cidade é apoiado por um sistema de câmeras, mas como funcionam por cabo, não podem ser levadas para fora da área central da cidade.
SECRETARIA MUNICIPAL E PRONASCI
Nesta terça-feira o prefeito Tarcízio Pimenta (DEM) assina no Ministério da Justiça, em Brasília, a inclusão de Feira de Santana no Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania).
Cumprindo promessa de campanha do eleito, o município criou uma secretaria de Prevenção à Violência que tem como meta trabalhar para reduzir os índices de violência.
Uma das ações adotadas até o momento foi a compra de viaturas para serem cedidas ao estado, para utilização nos distritos. Mas falta assinar o convênio com o estado, decidido em reunião de Tarcízio com Wagner em meados do ano passado, mas que até agora não se concretizou. Pelo acordo caberá à PM designar policiais para reforçar o policiamento na zona rural, onde também cresce a cada ano a incidência de crimes.
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