6.5.10

Greve na educação: professores pedem o triplo do que prefeitura oferece

Professores aprovam a greve no auditório do restaurante Kilo Grill (foto Reginaldo Pereira)

Os professores da rede municipal de ensino de Feira de Santana decidiram em assembléia na manhã de ontem (QUARTA) entrar em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira, dia 10.

A APLB, sindicato dos professores, quer aumento de 15% nos salários, alegando que a prefeitura não está pagando nem o piso salarial nacional definido pelo Ministério da Educação. O governo quer se limitar a repor a inflação, que de acordo com o IPCA chegou a 4,31% durante o ano de 2009. Se forem incluídos os quatro primeiros meses de 2010 o valor chega a 5%, porém ainda será apenas um terço do que o sindicato pede.

Segundo os líderes do movimento, participaram cerca de 400 professores da assembléia no centro da cidade. A rede tem 2.115 professores, conforme os dados da secretaria de Educação.

Depois da assembleia os professores foram para a porta da secretaria de Educação fazer uma manifestação. Na segunda, primeiro dia da greve, foi marcado um novo protesto, desta vez na porta da prefeitura. Hoje e amanhã os pais e 51 mil alunos devem ser comunicados sobre o movimento.

A divergência entre governo e sindicato começa pela interpretação da lei que estabeleceu o piso salarial nacional do magistério. Para o sindicato, as correções sobre o valor inicial de R$ 950, estabelecido em 2008, elevam o valor para R$ 1.132 por 40 horas de trabalho semanal, equivalente a R$ 566 para 20 horas.

No entendimento da prefeitura, que utiliza informação obtida no site do Ministério da Educação, o valor correto é de R$ 1.024,47 para 40 horas. O secretário José Raimundo Azevedo informa que o salário mínimo na educação municipal para 20 horas de trabalho semanal é de R$ 537 e por isso obedece ao valor estabelecido pelo MEC. “Multiplicado por dois, para 40 horas, são R$ 1.074,00, acima do piso”, argumenta.

O secretário de Educação ressalta ainda que apenas os professores mais novos do quadro recebem o salário base, porque ainda não têm três anos na função. Após este período, eles podem ter aumento de 80%. José Raimundo sustenta que com os aumentos previstos no plano de carreira, grande parte dos professores ganha a partir de R$ 3.500. “A lei manda gastar no mínimo 60% da verba do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) com o pagamento do pessoal. Nós gastamos em média 80%”, defende.

OUTRAS REIVINDICAÇÕES

Além do aumento os professores pedem ainda reforma nas escolas, material didático, plano de saúde, auxílio alimentação e concurso público para preenchimento de vagas que atualmente são ocupadas por estagiários.

Segundo o secretário José Raimundo, o concurso, o plano de saúde e o auxílio alimentação estão em estudo e as demais reivindicações já estão sendo atendidas.


O governo distribuiu via secretaria de Comunicação esta foto da manifestação pós-assembléia, em frente à secretaria de Educação, na Geminiano Costa, a fim de demonstrar que eram poucos. O secretário José Raimundo disse ter ouvido falar que a assembléia encheu porque foram convidados professores de outros municípios, atraídos ao local por uma informação de que a reunião trataria também de questões regionais. De qualquer modo, nota-se também que no momento da foto já não há manifestação e as pessoas estão indo embora


Posted via email from Glauco Wanderley

2 comentários:

  1. Anônimo6/5/10

    Passei de ônibus na hora da manifestação dos professores e não tinha só esse tantinho de gente não! No ano passado eu estava desempregada e tive que colocar minha filha na escola do municipio, que tragédia! A escola não tinha papel ofício, nem agua nem merenda... Graças a Deus que arrumei um emprego e tirei minha filha de lá. Coitados dos professores que ganham mesmo uma miséria, nem eu ganho esse salário!

    Ana Rita Silva (Comerciária)

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  2. Professores da Rede Municipal de Feira de Santana estão em greve pela valorização do magistério
    0
    Postado por Grupo de Estudos "Educação em Debate" sexta-feira, 7 de maio de 2010 20:13



    Os professores da Rede Municipal de Feira de Santana-BA mais uma vez demonstraram sua força. Diante do discurso do executivo de que não poderia conceder reajuste necessário para reparar as perdas salariais históricas desta categoria e da impossibilidade de discussão ampla à respeito dos pontos deliberados no debate sobre a alteração da Lei 01/94, a categoria em Assembleia do dia 05/05 deliberou a partir do dia 10/05, entrar em Greve por tempo indeterminado.
    A proposta oferecida pelo Executivo Municipal de 4% sobre o salário inicial de R$ 537,85 foi recebida como um ato de desrespeito ao esforço empenhado por muitos professores, muitas vezes custeando do seu próprio bolso os recursos materiais utilizados em suas aulas. Para além do reajuste, a insatisfação vem acompanhada de uma pauta amadurecida há doze meses, referentes à consolidação do Plano de Cargos e Salários.
    Os principais pontos de negociação são os seguintes: Reajuste salarial e implantação do Plano de Carreira. Dentre os pontos do Plano considerados prioritários, estão: alteração de carga horária e mudanças de referências automáticas, discussão de reajuste na Função Gratificadas em Educação para Diretores e Vice-Diretores, criação do cargo de coordenador, auxílio alimentação, Incorporação das titulações de mestrado e doutorado e cursos de qualificação como titulação.
    A campanha de mobilização e o cronograma do calendário de negociação serão discutidos na próxima segunda-feira, quando a categoria estará mobilizada em frente ao prédio da Prefeitura Municipal, dialogando com a comunidade e exigindo do governo municipal agilidade no encaminhamento das discussões e proposta. Essa luta é fundamental, histórica e necessária para a sobrevivência da categoria.

    A solidariedade dos diversos setores da categoria é fundamental.

    Valorização do Magistério: essa luta é da sociedade!


    GREVE PELA VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO
    ATO PÚBLICO
    10/05/2010
    HORÁRIO - 09:00h
    CONCENTRAÇÃO - EM FRENTE À PAÇO MUNICIPAL (GETÚLIO VARGAS)


    Feira de Santana, 05 de maio de 2010.

    --
    "É preciso lutar... é possível vencer".
    GEED (Grupo de Estudos Educação em Debate

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