5.5.10

Mais de cem operários passam mal depois de almoço na obra

Mais de cem operários da construção civil passaram mal depois de comer alimentação supostamente deteriorada em Feira de Santana. Os funcionários, que trabalham erguendo um condomínio da empresa R.Carvalho, lotaram duas policlínicas municipais. A médica Elaine Alves informou que os pacientes chegaram com sintomas diversos, como dores na barriga, palidez e diarréia. Segundo o relato feito por eles, o problema se devia ao almoço fornecido no canteiro de obras na segunda-feira. A comida estava com cheiro ruim e havia carne mal cozida.

A estatística fornecida pela Vigilância Sanitária, registrava no final da tarde de ontem o atendimento de 40 pacientes na policlínica do Parque Ipê e 77 na policlínica do bairro George Américo. Nesta foi preciso convocar um terceiro médico, quando normalmente apenas dois fazem o atendimento. A maior parte dos pacientes foi logo liberada e instruída a voltar para casa. Alguns permaneceram internados recebendo soro.

Na enfermaria da policlínica, funcionários da construtora, que não quiseram se identificar com medo de perder o emprego, disseram que vinham reclamando constantemente da qualidade da comida. As refeições são fornecidas por uma empresa chamada Leno Refeições. “Uma vez um engenheiro me falou que era boa como a da casa dele e a mesma que eles comem no escritório lá em cima. Mas se fosse, eles também tinham passado mal”, avaliou um deles. Outro operário lembrou que dias antes alguns colegas haviam passado mal. Segundo informações colhidas no local da obra, trabalham cerca de 300 funcionários no condomínio onde ocorreu o incidente. 

INTERDIÇÃO 

A Leno Refeições foi interditada pela Vigilância Sanitária da prefeitura. A chefe do órgão, Elicarla Souza, disse que a inspeção feita ontem constatou um ambiente com falta de higiene, muito quente, armazenamento inadequado dos alimentos e estrutura também inadequada.

“Fizemos a interdição também porque a empresa já havia sido notificada em 31 de março, por causa de um acontecimento idêntico em outra obra. Foi dado um prazo de 30 dias para resolver, que a empresa não cumpriu”, informou. A Leno Refeições nem ao menos deu entrada na documentação para obter o alvará sanitário e por isso não poderia estar atuando. “Agora eles só poderão reabrir se derem entrada na documentação e adotarem as providências na estrutura”, avisou Elicarla.

A construtora R Carvalho declarou por meio da assessoria de comunicação que vai fazer uma inspeção no local onde a empresa de alimentação produz a comida e que se forem constatadas irregularidades o contrato será desfeito. Quatro canteiros de obras da construtora, totalizando 1.600 empregados são abastecidos pelo mesmo fornecedor.

 

Posted via email from Glauco Wanderley

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