30.6.10

Casas em alta tensão no Tomba

Cerca de 100 casas estão construídas embaixo das torres e da rede de transmissão de alta tensão da Coelba em duas ruas do bairro Tomba, em Feira de Santana. Os proprietários foram advertidos pela empresa de eletricidade, que começou a distribuir no início de junho uma notificação extrajudicial dando 10 dias para regularização. A notificação diz que os moradores estão expostos a risco grave e situações que “podem ocasionar a morte”.

A população reagiu à notificação com estranheza e revolta. Eles questionam como é possível que a empresa condene as moradias, quando ela mesma instalou anos atrás os postes de iluminação pública e fez a ligação das casas à rede.

“Nós moramos aqui há mais de 20 anos”, contabiliza o estofador José Roberto Carvalho. Segundo ele, quando as torres foram construídas, as casas já existiam.

Até o nome das ruas está ligado à eletricidade. Uma se chama Força e Luz e a outra rua da Rede, conforme os recibos exibidos pelos moradores. Acostumados ao local, não pensam em sair, mas se forem obrigados querem ser indenizados.

Quanto ao risco, como nunca houve um acidente, ninguém parece preocupado. “É mais fácil morrer de tiro do que de choque da queda de algum fio. Se soltar um, fica embolado nos de baixo”, especula o autônomo Flávio Miranda, informando que mora há 22 anos na rua Força e Luz.

“Eu daqui não saio”, garante a manicure Maria José Brandão, na rua da Rede. Ela comprou a casa há quatro anos e se queixa que em outros pontos da cidade também há casas sob a fiação das torres. “Por que só querem tirar a gente? Só porque as nossas casas são mais pobres?”, indaga.

Em nota enviada à redação, a assessoria de comunicação da Coelba diz que não está pedindo a desocupação da área, que suspendeu a entrega das notificações e vai rever o texto, já que foi interpretado como uma exigência de remoção.

“A notificação foi enviada com o intuito de informar e chamar a atenção dos consumidores para que não construíssem de forma irregular ou avançassem a construção em direção à rede elétrica”, justifica a assessoria.

Mas a prefeitura decidiu intervir e pode acionar o Ministério Público. O secretário municipal de Habitação, Magno Felzemburg, entende que a situação é de risco e a remoção precisa ocorrer, custeada pela Coelba.

“A área é de domínio da empresa, que deveria ter fiscalizado e evitado as construções. Como não o fez, deve providenciar a remoção, indenizando as famílias”, opina o secretário, que é advogado e durante anos dirigiu o Procon no município.

Ele avalia que tendo conhecimento do caso, a prefeitura não pode se omitir. “Vamos nos reunir com a Coelba e se não chegarmos a um entendimento, encaminhamos ao Ministério Público para que adote as providências”, avisou.

 

FOTOS: VALDENIR LIMA

 

Posted via email from Glauco Wanderley

Um comentário:

  1. Anônimo1/7/10

    A assessora de recursos humanos da uefs fez o concurso público da instituição para o cargo de Administração, ficou na primeira etapa em 13 lugar, agora sai o resultado final e ela pulou para 2 lugar, como perguntar não ofende: chefe de recursos humanos não faz parte da organização do concurso. Candidatos fiquem de olho. ah sim o primeiro lugar é também de um funcionário da uefs, haja transparência na minha bahia.

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