28.6.10

O público exige o forró autêntico para dançar





O sanfoneiro Coronel, na foto de Valdenir Lima

Desafiar a tradição junina em Lençóis é um risco. Depois de uma estreia na abertura oficial na quarta-feira com a banda Flor de Pimenta, representante do chamado forró eletrônico, o público reclamou e a prefeitura exigiu da produção que a partir desta quinta, a sanfona entre em cena.

Com isso muda a programação e o sanfoneiro Coronel assume a obrigação de comandar parte da festa no palco principal. A noite será completada pelas bandas Rasga Tanga e Espalha Brasa. “Sempre existe uma discussão se vale a pena ou não trazer outro tipo de banda. Mas o que é certo é que o forró tradicional não pode faltar”, defende o secretário de Cultura e Turismo, Delmar de Araújo.

Afinal, é o que público acredita que vai encontrar em Lençóis. Um exemplo é a estudante de psicologia Melina Maia. “Estou gostando. O show, foi só o primeiro dia e acredito que melhore”, torce ela, que veio de Salvador em um grupo de cinco amigos. “Já vim a Lençóis em outra época e passei São João em Mucugê, também na Chapada e gostei. Imagino que seja o mesmo aqui”, diz Melina, aproveitando para elogiar a beleza da decoração.

As ruas estão enfeitadas com casas de taipa, grandes balões e muitas bandeirinhas verdes, amarelas, brancas e azuis, que este ano servem tanto para celebrar as festas de junho quanto para animar a torcida pelo Brasil na Copa do Mundo.

Nesta quinta, um elemento a mais compôs a paisagem na praça Horácio de Matos, principal ponto do centro histórico: o grande pote de doces, que uma criança de olhos vendados tenta quebrar com uma paulada. Além do punhado de crianças, a brincadeira tradicional do quebra-pote atrai também a curiosidade dos turistas, como o italiano Andrea Airoldi. “É muito bonito, estou gostando muito”, avalia, depois de dois dias na cidade, aonde chegou por recomendação de um compatriota amigo e após pesquisas na internet. Como não gosta de cidades grandes como Salvador, mostrava-se encantado com a beleza de Lençóis, que conserva as características da época de sua fundação e desde 1973 é tombada pelo patrimônio histórico e artístico brasileiro.

Com a transferência do palco para uma área maior, o Teatro de Arena não saiu de cena. Ficou destinado às apresentações mais tradicionais. Somente na noite desta quinta-feira, três quadrilhas estão programadas para se apresentar.




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