28.6.10

Diversão garantida no São João de Lençóis mesmo fora do palco


FOTO VALDENIR LIMA

Fogueiras espalhadas pelas ruas do centro histórico, famílias reunidas dentro e fora das casas, concurso de quadrilhas e crianças brincando de soltar fogos. Todos os ingredientes de um São João tradicional podem ser encontrados em Lençóis, principal destino turístico da Chapada Diamantina.

As brincadeiras típicas do período, como casamento na roça e o quebra-pote também têm espaço na programação dos próximos dias. E ao lado da tradição, o hoje quase onipresente forró eletrônico.

Da noite de quarta-feira, dia da abertura oficial, até o final da programação no sábado (26), o palco montado na avenida Senhor dos Passos está reservado à nova geração do forró. Coube à banda Flor de Pimenta fazer a abertura, seguida do Xote Moleque. Ao som delas, o público se aglomerou em volta do palco a partir da meia noite, dançando e cantando.

Mas não é preciso cantor, letra de música, nem banda famosa para se divertir. Antes do show no palco principal, o Teatro de Arena era animado pela simplicidade instrumental do triângulo e da zabumba, comandados pela sanfona de Diolindo, músico local que conhece a alma do forró. Ninguém canta, mas todos dançam.

Durante todo o dia a cidade assiste e escuta a manifestação dos trios de forró que percorrem as ruas ou se instalam em um canto, executando as melodias juninas. O jeito espontâneo da festa dá espaço até para novidades com cara de tradição. Zezito de Jesus mora em Lençóis há 15 anos, mas só há quatro resolveu apresentar o “macaco Frederico”, que ele jura ser uma tradição de escravos em Castro Alves, sua cidade natal. Uma pessoa totalmente encoberta por um traje feito com vegetação nativa dança acompanhando um grupo de tocadores. E assim Índio vai se apresentando em frente às mesas de bares e restaurantes, recolhendo moedinhas no chapéu.

A tranquilidade de Lençóis é um dos principais atrativos para quem busca descanso da cidade grande. São muitos os que fazem isso em família, como a administradora Kátia Andrade. Como fez no ano passado, ela saiu de Salvador junto com o marido e a filha Natália, e está de volta à Chapada, onde confessa que gosta de tudo. “Da tradição, do clima, da natureza”, destaca. A filha de 10 anos, endossa. “É legal, por causa dos fogos e das fogueiras”.

A satisfação faz com que os visitantes voltem sempre. Como a família da aposentada Ana Maria Ferreira. Um grupo numeroso que inclui filhas, genros e netos se reúne em sua volta, para tirar fotos no Teatro de Arena. “Aqui é muito agradável e por isso estamos vindo já pelo quarto ano”, comenta. Moram quase todos em Salvador, mas uma das filhas veio do Rio de Janeiro com o marido especialmente para a ocasião.

Posted via email from Glauco Wanderley

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