"Suposta vítima morava em Angüera", proclama em sua manchete principal o Boletim Informativo de ontem da prefeitura de Feira de Santana, a fim de ressaltar que não foi por aqui que a criança Vitória Batista dos Santos, 7 anos, morta por dengue, pegou a doença.
A prefeitura quer enfatizar que suas medidas preventivas continuam a funcionar de forma eficaz. Feira teve somente uma morte por dengue.
Mas se o mal continuar a se expandir na região*, o risco aumenta aqui também, é o que admite o próprio secretário de Saúde, João Carlos Cavalcante.
Pois o homem é o hospedeiro do vírus.
Daí que vem a insistência do médico Eduardo Leite, em sua cruzada quixotesca para adiar a Micareta. Ele acha que com a aglomeração os vírus (incluído o da meningite, que está passando despercebido por conta da dengue) vão fazer a festa depois da Micareta. A dengue não passa de uma pessoa para outra. Porém, quanto mais doentes houver, mais "fornecedores" haverá para o mosquito picar e carregar o sangue contaminado para adiante.
Eduardo atribui grande parte da explosão de casos em Itabuna ao fato da cidade ter realizado o carnaval. O mesmo teria ocorrido em Eunápolis, por conta da vizinhança com Porto Seguro, que também fez festa.
O problema é que está muito difícil para Eduardo Leite conquistar adeptos. Quase ninguém quer ouvir falar em adiamento da Micareta a esta altura, a duas semanas da folia.
Espera-se que não haja consequências trágicas. Não obstante, sem dúvida que os surtos viróticos pós-micaretescos habituais serão piores este ano. Porque os hospitais já não estão suportando a demanda só por conta da dengue. Imagina quando se espalhar o remix local da gripe carnavalesca Dalila.
* Segundo o exame do Lacen, Eliana de Santana Oliveira, paciente que veio mal de Valente, na região sisaleira, e morreu no Clériston Andrade, não estava com dengue
2.4.09
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Tenho uma pergunta que gostaria que fosse respondida pelas ditas autoridades do municipio e do estado, que fazem questão de dizer que o(a) falecido(a)não morreu de dengue,quando o resultado do exame chega.Tudo bem.Se não foi de dengue,foi de que? Em 32 anos de exercicio da medicina, confesso, nunca vi tantas mortes em menos de 48 hs com queixas de febre alta e dores pelo corpo,por provável etiologia virótica.Algo de estranho está acontecendo.Somos o país da subnotificação e do uso da desgraça aleia em beneficio politico.Lamentável mas é a pura realidade.Os médicos das emergencia, na sua grande maioria não sabe fazer punção raqui medular e muitos pacientes podem estar morrendo de meningite meningocócia,doença que não é virótica, mas que tem o quadro clínico inicial e final semelhante à dengue hemorragica que é virótica.Finalizando pergunto novamente: de que morreu o(a) paciente?
ResponderExcluirCom raras excessões, a nivel de imprensa não tenho tido espaço para dizer as verdades que a população deve saber a respeito da situação inoportuna para realizar essa micareta. Mas no blog Bahiaagora e neste blog do Glauco com seus comentários sábios e pertinentes tenho sido lembrado.Valeu Glauco, sua manchete inteligente,como sempre, me motivou a postar esse comentário.Um forte abraço e que a racionalidade, um dia, supere a irresponsabilidade dos que podem temporariamente deter o poder público ou outro poder qualquer.
Eduardo Leite
www.eduardoleite.blogspot.com