Eliana agora usa tom desafiador

Mudou o tom da deputada Eliana Boaventura. Depois da grande cartada da filiação do deputado federal Jairo Carneiro ao PP, solapando um pouco mais o DEM e o grupo de José Ronaldo, Eliana parou de ficar implorando o cumprimento de compromissos que teriam sido assumidos ano passado durante as negociações em 2008 para definição do candidato do grupo a prefeito de Feira, que culminaram com a escolha de Tarcízio Pimenta.

O tema não sumiu do discurso de Eliana, mas o tom agora é de quem se sente vingada porque deu resposta à altura. Em entrevista a Dilton Coutinho na manhã desta quarta-feira ela cobrou tratamento mais respeitoso a Jairo e colocou em dúvida a liderança política de José Ronaldo.

Quanto a Jairo, mostrou-se indignada com as ameaças de perda de mandato. Lembrou a longa trajetória e os serviços prestados pelo ex-pefelista ao grupo e considerou que ameaçar-lhe o mandato de deputado que assumirá no lugar de João Leão é uma deslealdade. “Nesse grupo as pessoas só servem se estiverem dizendo amém”, bateu.

Eliana ainda trouxe de volta os resultados da eleição de 2006. Lembrando que também é professora, disse que quando 15 a 20% da turma vai mal a culpa pode ser atribuída aos alunos, mas quando a reprovação passa de 50%, a culpa é "do professor, do líder". Portanto Ronaldo tem culpa porque em 2006 ela, Geilson, Humberto Cedraz e Jairo perderam, enquanto apenas Tarcízio e Fabinho se elegeram.

Apesar de tudo isso, a deputada voltou a demonstrar apetite pelos cargos municipais. Primeiro reclamou que o acordo do ano passado, de dar uma secretaria ao PP não foi cumprido. Depois, queixou-se de que não recebeu convite, nem ela nem os demais, para ser secretária quando perdeu a eleição dois anos atrás. Porém, garantiu que não tem cargos no governo. Apenas um irmão “por indicação pessoal de Tarcízio”. Para em seguida apelar a Tarcízio dizendo que o prefeito “não pode entrar na onda onde as pessoas dizem ‘Tem que tirar’ ”, [os cargos de quem não está mais no grupo].

Para ela, os vereadores que pediram na Câmara a retirada dos cargos de ambos foram orientados por uma liderança maior, cujo nome (José Ronaldo) ela não quis dizer. “É uma coisa que não entendemos aqui em Feira de Santana essa maneira de tratamento com o deputado Jairo Carneiro ou com a deputada Eliana Boaventura, que já serviu muito a esse grupo”, protestou.