Este ano não funcionou a envergonhada estratégia de reunir o Conselho de Transportes – que aumenta a passagem de ônibus – na véspera da Micareta de Feira de Santana. Estudantes poucos mas aguerridos foram para a porta da Secretaria Municipal de Transportes fazer uma manifestação. Invadiram a sala da reunião, quando esta foi aberta para a imprensa. Os conselheiros se retiraram, faltou quorum, a votação da proposta de aumento foi adiada. Não por muito tempo, pois o secretário de Transportes, Flailton Frankles, anunciou sua disposição de realizar novo encontro logo que possível.
A prefeitura divulgou nota condenando com um palavrório pesado a atitude dos manifestantes, que foram apoiados pelos vereadores de oposição. O governista Getúlio Barbosa também ficou contra o reajuste e conseguiu por meio de ação no Ministério Público uma recomendação para que a reunião não tratasse de aumento de passagem.
No texto distribuído à noite pela Secretaria de Comunicação, o governo defende o aumento, que considera rotineiro, chama os manifestantes de grupelho, diz que agiram com violência e atribui a intenções políticas de ano eleitoral a mobilização contrária ao reajuste.
O governo tinha proposta de aumentar 17 centavos na passagem que custa 2 reais. As empresas apresentariam como sempre uma proposta bem mais alta. Aumento de 33 centavos. Apresentam um valor superestimado para terem o discurso de que o valor justo seria bem mais alto.
LEIA ABAIXO A ÍNTEGRA DA NOTA DIVULGADA PELA PREFEITURA
Violência em lugar da democracia
Mais uma vez, um pequeno grupo de estudantes e ativistas políticos contumazes preferiu optar pela violência em lugar de respeitar a democracia e o diálogo como forma civilizada de resolver as questões que envolvem a sociedade. A invasão de uma secretaria, uma propriedade pública, a intimidação à integridade física de servidores e a repressão ao direito de discussão de integrantes do Conselho Municipal de Transportes caracterizaram a agressividade no lamentável episódio ocorrido, nesta quarta-feira, na Secretaria de Transportes e Trânsito.
O pequeno grupo tenta desesperadamente transformar uma rotineira reunião de um conselho que existe há 23 anos num fato extraordinário e como se fosse apenas do atual Governo Municipal. Nas últimas duas décadas. o órgão já se reuniu até três ou quatro vezes em apenas um ano, nos períodos inflacionários, para aumentar a tarifa, não se constituindo, portanto, nenhuma novidade.
O desespero em tentar tornar a reunião do conselho em vantagem político-eleitoral faz com que o debate e a transparência, tão defendidos hipocritamente por esses grupelhos, sejam escancaradamente desrespeitados, desmascarando esses pseudo-defensores da sociedade.
A desastrosa interferência na reunião chegou a criar uma ridícula situação: o grupelho não permitiu sequer que o Ministério Público tivesse o direito de ter sua recomendação apreciada pelos conselheiros, após a exposição inicial do secretário Flailton Frankles.
É de se esperar que, em pleno ano eleitoral, atitudes panfletárias e, consequentemente, demagógicas, busquem o proveito pessoal mesmo com o sacrifício da paz social e normalidade administrativa.
Glauco, estive agora em Fortaleza onde a passagem custa R$ 1,80 e os ônibus nunca estão superlotados, como aqui, são novos e alguns até com ar condicionado, ao contrário daqui onde os ônibus são velhos, estão sempre quebrando, os percurssos são curtos e para completar, temos um secretário que deveria defender a população porem, ESTRANHAMENTE defende os empresário. Isso sim é um atentado violento à inteligência dos feirense. Merece até uma CPI para saber o porque de estranho interesse. (ANTONIO PINTO)
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