14.9.09

Carta aos professores

Companheiras/os professoras/es,

Há alguns dias venho assistindo um comercial de televisão em que pessoas de vários países dão seu depoimento respondendo a quem atribuem o sucesso pelo desenvolvimento do país, e sabem a quem eles respondem? Sim, é isso mesmo, aos PROFESSORES. Olha como somos importantes!

Outro fato que me chamou atenção nestes últimos dias, e não só a mim, mas parece que ao país inteiro, foi o "horror" da professora dançando "todo enfiado", (quer dizer, ex-professora, pois foi demitida em virtude de ter maculado a imagem desta importante profissão/sacerdócio que é ser professores), este fato chocou a família baiana e brasileira, já que nós, professoras/es somos e devemos ser o exemplo de honra, moral e bons costumes da família brasileira.

Pois é, tudo isso nos remete a pensarmos o quanto somos importantes para a sociedade. De fato, parece que é esta a imagem que eles (governo, empresários, mídia...) querem tentar nos convencer, e à sociedade. No entanto, tal discurso seria mais fácil de ser “engolido” se não fosse a triste, deprimente e lastimosa situação em que nós, professores da rede pública do nosso município-Feira de Santana, Estado-Bahia e Brasil estamos submetidos, pois, cotidianamente, enfrentamos um quadro caótico em nossas escolas, além de salários aviltantes. Hoje, o salário base de um professor, com nível superior, recém contratado, no município de Feira de Santana, é de pouco mais de R$500,00. Só para vocês terem uma idéia da nossa desvalorização, um médico clínico, também com nível superior, que trabalha no PSF, ganha em média, por três ou quatro manhãs de serviço, mais de R$ 6.000,000. Então, eu fico pensando, onde está a tão profanada valorização da minha profissão? Como posso acreditar que sou tão importante para o desenvolvimento do meu país se me tiram a possibilidade de sonhar toda vez que chego no final do mês e recebo um salário que mal dá para pagar o supermercado, água, energia, transporte, medicamentos, material didático para dar aula para meus alunos, como: papel ofício, xerox, lápis, borracha (vocês devem estar estranhando, mas é isso mesmo, em minha escola falta até livro didático, para garantir o ensino da leitura e escrita, preciso, todos os dias, tirar cópias para garantir que os alunos façam atividades).

Então colegas professores, é por conta disso e de muitas outras coisas que vamos para a rua no dia 16 de setembro. Vamos fazer valer o piso salarial nacional em nosso município. Vamos cobrar do executivo municipal o destino dos recursos do FUNDEB. Precisamos saber onde estão os recursos que foram repassados desde maio e que até agora não tivemos nenhum aumento salarial.

Convide seus colegas da escola. Vamos fazer no dia 16 de setembro, Dia Nacional de Luta pelo Piso Salarial Nacional, um “Grande ato das Redes Municipal e Estadual” em Feira de Santana. Pois, “Piso é Lei, FAÇA VALER”.

A Concentração será no estacionamento da prefeitura, às 9:00. Sugerimos que os professores vistam camisa/blusa preta. Vamos ainda fazer panfletagem, mostra de faixa, mordaças, carro de som...

Abraços,

Integrantes da Comissão de Mobilização de pofessores da Rede Municipal
Vânia Moraes

Logo abaixo está o cartaz e o site da CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, responsável por esta Paralisação.





Mais um dia de luta

Mais de um ano após a lei 11.738/08 instituir o Piso Salarial Profissional Nacional, em 16 de julho de 2008, educadores de todo o Brasil reclamam da falta de empenho do poder público em colocar em prática a nova regulamentação. Por isso, a CNTE convoca todos os trabalhadores em educação para mais um ato de protesto pelo cumprimento da Lei do Piso. A ação será realizada no dia 16 de setembro, em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal. A concentração será no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, a partir das 12h.

De acordo com a enquete publicada no site da CNTE, 76,7% dos internautas avaliaram como “péssimo” o empenho dos governantes para garantir a aplicação da Lei. Ao todo, foram 791 votos, sendo que apenas 2,5% dos participantes consideraram esse esforço “bom” ou “ótimo”. Já as opções “fraco” ou “regular” foram escolhidas por 20,7% dos que votaram.

CNTE, 11/8/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Espalhe

Bookmark and Share