18.9.09

Último dia de Tribuna Feirense diária no papel

Sei que não é com alegria nem por gosto que César Oliveira e Valdomiro Silva encerram hoje a edição diária da Tribuna Feirense. Mas basicamente é uma imposição dos novos tempos. Eu sempre achei que particularmente no caso de Feira, um bom jornal semanal seria bem mais interessante e viável que um diário, sempre correndo atrás da vã tentativa de competir com rádios e TV que trazem antes todos os fatos do dia. A grande diferença é que rádio e TV não são escritos, ou seja, não podem ser guardados, consumidos no momento em que for mais conveniente. Ou você assiste ou perdeu. O jornal era o único meio que trazia este registro escrito dos fatos.

Com a internet tudo isso mudou. Áudios e vídeos podem ficar disponíveis para ser acessados a qualquer momento. E os textos escritos também aparecem ao longo do dia, ninguém precisa mais esperar o amanhecer do dia seguinte para ler um relato dos acontecimentos.

Sem contar, claro, que multiplicaram-se as fontes de informação. Bem ou mal, há muito mais gente competindo com o jornal. Resistir pode ser possível, mas apenas a partir de uma fortaleza que as condições atuais não permitiam à Tribuna.

Isso tudo porém tem um lado bom, que a meu ver supera com sobras o lamentável fim da edição diária impressa. É que quanto mais informação melhor. Quanto mais fontes melhor. O leitor que decida quem é mais relevante e confiável. Assistimos a um fenômeno nunca antes imaginável, que é a multiplicação de informativos em tudo quanto é cidade do interior. No caso de Feira, há vários sites e blogs que em algum momento já publicaram informações importantes que tiveram conseqüências na vida da comunidade. E vai acontecer cada vez mais, porque certamente outros irão surgir (espero até que isso se torne uma maneira de abrir um pouco mais o mercado para os profissionais em busca de trabalho).

O melhor de tudo é: aumenta o número de leitores. Com a vantagem de que agora o leitor não é passivo. Pode opinar, discordar, reforçar e acrescentar algo ao que foi originalmente publicado.

É claro que estamos no começo de um processo difícil de prever. Mas é inegável que é um avanço, apesar do sentimento em relação aos que ficarão pelo caminho. Ninguém se engane não, que a gente vai assistir a muito jornal desaparecendo país afora. Por alguns não haverá nada a lamentar.

No caso da Tribuna, espero que a mudança acabe por fortalecer a empresa, para que continue a praticar o jornalismo isento que sempre foi sua marca.

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