27.9.09

Lagoa do Subaé quase desaparecendo

Quando fiz a primeira edição da revista Atual a lagoa do Subaé ainda que poluída era usada como área de lazer. As pessoas contaram que tomavam banho e passavam uma parte do domingo se divertindo por ali.

Voltei lá esta semana, para colaborar numa reportagem do jornal A Tarde sobre o rio Subaé, que tem ali suas nascentes. A situação deteriorou-se muito. Há dois anos o diretor de meio ambiente da prefeitura, Sérgio Aras, dizia que das dezenas de lagoas que houve em Feira de Santana aquela era a única que restava. Falta pouco para que se possa dizer que não existe mais.

Há uma extensa área coberta por taboas, vegetação que cresce em locais com muita poluição. A pouca água visível se parece mais com uma poça. Na margem, uma crosta, formada pela mistura de lama com as raízes das plantas aquáticas afasta a possibilidade de banhos, para quem tem um mínimo de preocupação com higiene.

Em volta, há muitas moradias. A última casa da rua que vai dar na lagoa fica a cerca de cem metros. Do lado oposto, cerca de 500 metros, um grande galpão industrial.

Maria Augusta da Silva, 57 anos, empregada doméstica, conta que mora com o marido há 10 anos na rua às margens da lagoa. É a única casa de madeira. Ela acreditou no que ouviu de técnicos do CRA, ou seja, que ali não era permitido construir. Por isso sempre teve medo de perder o investimento e ficou mesmo na casa de madeira.

O mesmo medo não afeta seus vizinhos. Além dos muitos que já existem, outros estão chegando. Por toda parte se vê areia, tijolo, serventes trabalhando, alicerces e paredes sendo erguidas. “Esta cerca colocaram semana passada. Diz que é um novo loteamento”, aponta Maria Augusta, para uma área na frente de sua casa, mais para dentro do que seria área da lagoa.

A obra de saneamento que está sendo feita pela Embasa é uma esperança de amenizar a poluição. Uma esperança relativa, porque para a rede de esgoto funcionar os moradores precisam implantar tubulações de dentro das suas casas ligando com a da Embasa. Nem todos estão dispostos a fazer isso, já que implica em gastos e muitos nem fossa usam. O costume sempre foi arremessar os excrementos embalados em saco plástico para dentro do mato ou da água.

“Eu tentei junto com o ex-prefeito José Ronaldo a criação de um parque ali. Não consegui, mas vou marcar uma audiência com Tarcízio Pimenta, para ver se a ideia avança”, planeja o coordenador da Agenda 21 em Feira de Santana, o frei capuchinho José Monteiro, ambientalista que ao longo dos anos têm sido uma das poucas vozes que se levantam em defesa dos mananciais de água do município.

A foto abaixo, de Reginaldo Pereira, mostra a lagoa coberta pela taboa

Posted via email from Glauco's posterous

Um comentário:

  1. Anônimo27/9/09

    UM JORNALISTA SÉRIO TEM MEMORIA..
    O JORNALISMO SÉRIO DEVE TER UM PAPEL SOCIAL DETERMINANTE..
    E NOSSA SOCIEDADE DEVE DAR AS RESPOSTAS DE PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR..

    MEIO AMBIENTE É O INDIVIDUAL MENOR QUE O COLETIVO..

    É A PROPRIEDADE NÃO CORRESPONDENDO AO USO IRRESTRITO..

    SOU EU E VOCE REFLETINDO O MACRO

    VÁ EM FRENTE AMIGO ESTA SERÁ SUA MISSÃO
    (ANTONIO SERGIO ARAS DE ALMEIDA) O EX-

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