Foto: Reginaldo Pereira. A faixa diz: "Chega de humilhação. 40 anos sem baianão"
O Fluminense tomou a iniciativa do jogo no Jóia da Princesa. O Atlético de Alagoinhas veio para empatar e acabou levando três pontos. O Fluminense ficou só na vontade. Para usar uma expressão simples de torcedor, o time é feio. O jogo foi mais feio ainda*.
O Atlético não fez quase nada, mas fez um gol, por meio de Elsimar, logo depois da cobrança de escanteio de Wellington. Escanteio gerado por uma falta perigosa, na entrada da área, que o próprio Wellington bateu bem. Ia entrar logo abaixo do travessão, mas o goleiro Marcão se esticou todo para colocá-la para escanteio. Não adiantou. O gol de cabeça de Elsimar veio aos 16 minutos.
O Atlético juntou cera com retranca e o Fluminense permaneceu com a mesma incapacidade de construir jogadas que ao menos ameaçassem a meta de Vinicius.
Jogadores do Atlético passaram o jogo todo caindo, fingindo dores fortes que passavam logo que eram carregados pelos maqueiros para fora de campo, quando os atores já não podiam mais retardar o recomeço da partida.
Quando viu que o jogo se encaminhava para o pior, a torcida perdeu a paciência com o Fluminense. Gritou Olé quando o Atlético começou a trocar passes. O grupinho que se reúne em torno de Carlinhos do megafone ensaiou um coro de “timinho, timinho”. O grupo aumentou de tamanho. Pararam de ver o jogo por volta de 40 do segundo tempo (não perderam nada). Ficaram somente reclamando do técnico, dos jogadores e da própria diretoria.
Foi a terceira derrota seguida do Fluminense. Venceu o Colo-Colo quatro rodadas atrás. Depois perdeu em Salvador do Vitória por 3 a 1, mas isso o torcedor entende. Só não entende como tomou 4 a 0 do Conquista em seguida. Nem como pode jogar tão mal como hoje no Joia da Princesa e perder em casa por 1 a 0, para um time que demonstrou em campo ser ainda pior que o time da casa.
Por isso o protesto que começou no megafone de Carlinhos cresceu e tomou todo o estádio, que começou a cantar em coro uma versão para Sorte Grande (Poeira) sucesso na voz de Ivete Sangalo. “Sem vergonha, time sem vergonha”, diz a canção entoada pela torcida, que xingou a diretoria “aí só tem ladrão” e gritou “Fora Laelson”.
Uma faixa com os dizeres “Chega de humilhação, 40 anos sem baianão” atravessou o estádio e foi colocada de frente para a tribuna de honra, onde ficam os dirigentes de clube, autoridades e pseudo-autoridades (uma turma grande, que não paga ingresso).
* Mais feio que o jogo, só a atitude de um grupinho de torcedores no intervalo entre a preliminar dos juniores e o jogo da primeira divisão. O ônibus com os garotos do Atlético, que deixavam o campo após uma derrota por 4 a 2, foi apedrejado por meia dúzia de vândalos. As pedras enormes quebraram quatro janelas, feriram sem gravidade três jogadores (atendidos no Clériston Andrade) e o caso foi parar na segunda delegacia.
Provavelmente vai chegar ao Tribunal de Justiça Desportiva, o que pode resultar em punições para o tricolor feirense, graças à selvageria de gente que nem os organizadores nem o estado conseguem afastar dos estádios.
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