19.2.10

Instrumentistas e artesãos descansam agora. Os pés também

O carnaval chegou ao fim em Rio de Contas, na Chapada Diamantina, conseguindo reforçar o aspecto cultural que é uma marca da festa na cidade. Novidades não há, já que se trata de recuperar e manter tradições. Mas houve uma renovação de público, pois além de velhinhas saudosas dançando quase freneticamente ao som das bandinhas e de crianças que dançam conforme qualquer música, havia muitos jovens que optaram pelo estilo tradicional junto ao palco exclusivamente dedicado aos clássicos.

Quem quisesse variar, era só dar alguns passos e chegar no palco mais voltado ao axé, pagode e parada de sucessos. Afinal, ficavam todos na mesma praça da Matriz. Na última noite as opções foram a energia acústica da Orquestra Sopro da Alegria e o elétrico Renan Moreira, que sem a fama das estrelas do axé conduziu o público como se fosse já um nome consagrado na mídia.

A “casa” estava mais cheia ainda, na despedida dos foliões. Mas a tranqüilidade prevaleceu. Impressiona como Rio de Contas consegue reunir no mesmo ambiente gente de todas as idades. Os pais carregam as crianças de colo. As que já andam, enquanto não bate o cansaço, correm espalhando espuma, confetes e serpentina.

“Quem não conhece isso aqui deve vir, que não vai se arrepender”, recomenda o comerciante Uilton Coelho, 52 anos. Ele mora relativamente perto, em Vitória da Conquista, a 200 quilômetros de distância. Diferente de muitos dos seus conterrâneos,  nunca tinha estado no carnaval de Rio de Contas. “Adorei. É um povo tão hospitaleiro”, diz sorrindo, acompanhado da família e amigos.

“É muito agradável, tem segurança, os banheiros organizados e sem ambulantes com isopor espalhado pela rua”, corrobora o engenheiro Otávio Gaino, 51 anos, morador de Lauro de Freitas, que faz a comparação com o carnaval de Salvador.

Só o que não se pode controlar é o ambiente musical, o mais democrático possível. Espaço garantido tanto para os carros particulares com potência de um trio elétrico tocando “Relaxe na bica”, até o hino do velório carnavalesco, aquele que trata da camélia que caiu do galho e morreu. Com direito a intervalos roqueiros, na voz e guitarras de Mark Knopfler e Dire Straits. Ano que vem tem mais.

Posted via email from Glauco Wanderley

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