18.2.10

O carnaval passa na porta em Palmeiras

Esse aí é o arrastão do dia do show de Motumbá, no sábado, mas ilustra bem o texto abaixo que fala das ruas estreitas, etc


Para participar do primeiro dia de Carnaval em Palmeiras, Chapada Diamantina, não foi preciso sair de casa. Muitos optaram mesmo por ficar na calçada ou na janela, enquanto o bloco desfilava pelas ruas.

A trilha sonora é aquela com décadas de história e aparentemente fôlego para mais alguns séculos de sucesso: as marchinhas dos carnavais de meados do século XX, que quase todo mundo conhece. Se alguém é tão novo ou tão desligado que nunca ouviu, não é problema. O ritmo é contagiante e a empolgação dos músicos e carnavalescos se encarrega de colocar todos no mesmo compasso. “Todos” inclui velhinhas que levantam de suas cadeiras na calçada e netinhos de colo que só mexem os bracinhos enquanto são sacudidos nos ombros pelos pais ao som da banda. Ou Filarmônica Santa Cecília, nome oficial do conjunto que se reúne em épocas de festa na cidade, sendo o carnaval a principal delas.

Ao longo do trajeto entre as duas praças e dois palcos que compõem o circuito da folia, os blocos com suas roupas tradicionais e estandartes, vão se misturando com o povo. No estreito corredor da reta final do percurso, já não é mais possível separar multidão e bloco. Destaque mesmo só para o Rei Momo e a Rainha do Carnaval, que pairam acima de todos, desfilando sobre um tablado rebocado por um carro de passeio.

Tão importante é o carnaval na cultura palmeirense que acolhe e promove manifestações de outras épocas. Dois grupos de terno de reis, por exemplo, estavam no palco na primeira noite.

Essa característica atrai também gente jovem, teoricamente mais ligada às modernidades do axé. Elane Novaes, 20 anos, de Irecê, disse que deixou de ir a outra cidade para conhecer Palmeiras e não se arrepende. “Estou adorando, porque é um lugar que tem cultura, gente bonita, é seguro e animado”, define. Junto com ela veio a amiga Bruna Natany, 18, que vê outras vantagens. “Aqui a gente pode fazer passeios durante o dia pela natureza e vir para a festa se divertir de noite”, justifica.

Os 84 anos de história fazem do carnaval de Palmeiras uma marca consagrada na região. A cidade é pequena, com 8,5 mil habitantes e a prefeitura estima que a população chega a 15 mil nos dias de festa, principalmente a partir do sábado. Visitantes não faltam. A preocupação é como aproveitar da melhor forma a fama. “A Bahiatursa tem nos ajudado a promover. Agora precisamos fazer um diagnóstico com profissionais do setor de turismo, para saber qual o caminho que devemos adotar para qualificar o nosso carnaval”, diz o prefeito Marcos Teles (PR).

Um caminho para o futuro do carnaval de Palmeiras subiu ao palco na noite de abertura. Quem se encarregou de eletrizar o público no fim da noite e na madrugada foi a banda Energia, composta por jovens do próprio município.

Posted via email from Glauco Wanderley

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