18.2.10

Reggae e outros ingredientes para a paz em Mucugê

FOTOS: REGINALDO PEREIRA

J.Veloso (com o microfone) e seu sucessor Nando Borges (foto:Reginaldo Pereira)

“Eu falei com o pessoal da banda: - Vamos fazer reggae, que combina com a Chapada... Diamantina”. No palco, entre reggaes puros e sucessos vertidos para o ritmo jamaicano, J.Veloso justificou assim a opção pelo som que dominou o início de sua apresentação na noite de domingo no carnaval de Mucugê, cidade mais conhecida pelas belezas naturais que pela folia momesca.

O show do artista, patrocinado pela Bahiatursa, foi a maneira que os organizadores encontraram de trazer um pouco do clima carnavalesco para os muitos visitantes hospedados na cidade, que tinham passeios marcados para a manhã do dia seguinte e não podiam ir dormir tarde.

“A nossa opção deu certo”, comemorou o prefeito Fernando Medrado (PDT), ao ver a Praça dos Garimpeiros se encher. “O turista quer sossego mas não ficar no hotel assistindo televisão”.

A apresentação começou cedo, pouco depois das nove e acabou antes da meia noite. Para a juventude e os moradores da cidade, a banda Arrumba se encarregou de dar continuidade, tocando os sucessos e ritmos do momento, como pagode e axé.

Antes, J.Veloso fez a alegria de muitos jovens, mas principalmente de turistas de meia idade, relembrando artistas como Moraes Moreira, homenageando os 60 anos do trio elétrico, os 50 anos de Roberto Carlos e até Raul Seixas, “porque também combina com a Chapada”. Já que o assunto era Carnaval, teve espaço também para o frevo, executado com maestria pelos instrumentistas da banda Cavaleiros de Jorge, que acompanham o artista. Aos poucos J.Veloso foi parando, parando, parando... e o comando do show ficou a cargo de Nando Borges, que canta bem e toca melhor, mas não tem o mesmo carisma.


Se esse carro tivesse aparecido em Mucugê, JVeloso teria embarcado para Santo Amaro. Mas foi em Rio de Contas (foto: Glauco)

De qualquer modo foi o desfecho ideal para um dia de resgate das tradições, que a cidade vem ensaiando como forma de atrair um público diferenciado tanto durante o carnaval quanto no resto do ano. Blocos de mascarados desfilaram pelo centro da cidade e a programação nas ruas terminou no entardecer, com a banda de sopros e percussão Bartira (“porque o que a gente ganha, o bar tira”, me explicou um componente) puxando mulheres, crianças e homens, vários deles travestidos de mulher, sob a bandeira do cabaré do Fecha Nunca.

Os turistas entraram na brincadeira dançando, filmando e fotografando. “Eu sempre digo que toda pessoa deveria vir na Chapada Diamantina pelo menos uma vez na vida”, assume a entusiasmada alagoana Vanessa Valeriano, que está na região pela terceira vez e só espera o filho de oito anos virar adolescente para trazê-lo também para conhecer as belezas culturais e naturais baianas.

Como em Mucugê tudo tem uma marca própria, é só na segunda que sai o resultado da votação para Rainha e Princesa do Carnaval. A coroação ocorre na terça 19 horas, último dia da festa, que será encerrada pelas bandas Cidade Liberal e Coração Cigano.


Posted via email from Glauco Wanderley

Um comentário:

Espalhe

Bookmark and Share