30.8.09

Antares prepara Museu contando história do Universo e do homem

O que dez réplicas de dinossauros fazem em um Observatório Astronômico? Simples: segundo a teoria mais aceita entre os cientistas, a queda de um meteoro gigantesco sobre a Terra causou alterações profundas na atmosfera. Uma imensa quantidade de resíduos levantada pelo impacto da batida encobriu a luz do sol e pôs fim a grande parte das formas de vida existentes, tanto animais quanto vegetais.

A relação entre dinossauros e astronomia fica assim claramente estabelecida. Mas não é somente por isso que as réplicas dos animais pré-históricos passaram a fazer parte das atrações do Observatório Astronômico Antares, em Feira de Santana. Se tudo der certo, em breve eles terão a companhia de muitos outros elementos que contarão toda a história da evolução, desde o Big-bang até os dias atuais, quando o homem vive cercado de tecnologias como computadores e celulares.

Com o museu a céu aberto e laboratórios para experimentos que demonstrarão na prática conhecimentos sobre Física, Química e Biologia, os estudantes que visitam o espaço vão aprender de forma mais ampla e descobrir as interligações entre as diversas áreas, explica o diretor Paulo Poppe.

A escolha dos dinossauros, por exemplo, não levou em conta os critérios de celebridade estabelecidos pelo cinema de Hollywood. Nada de Tyrannossaurus Rex. Todas as espécies representadas no parque viveram na região que hoje é o Brasil. Dois deles voadores (pterossauros) que de tão grandes quase fazem a harpia dos dias atuais parecer um periquito. Os monstros são feitos em fibra de vidro e com aparência bastante realista, que ficará ainda mais convincente quando a floresta em torno deles receber reproduções de plantas típicas de milhões de anos atrás.

A trajetória do homem sobre o planeta, que começou muito tempo depois, será contada em seus pontos principais. A moradia nas cavernas, a descoberta do fogo, o abandono do nomadismo com a adoção de técnicas de agricultura, a influência grega no desenvolvimento da ciência, os avanços da Astronomia que revolucionaram o mundo desde o final da Idade Média e lançaram as bases para a exploração espacial, cujo ponto mais alto ainda é a conquista da lua que teve o aniversário de 40 anos comemorado em julho.

A implantação do parque, porém, não segue a cronologia desta evolução. Segue o embaraçado cronograma das verbas públicas, que depende também do organograma da secretaria de Ciência e Tecnologia, sem cabeça desde a exoneração do secretário Ildes Ferreira. Ele saiu do governo junto com todo o PMDB no início de agosto.

A pendenga política, por sinal, vem desde julho retardando a inauguração oficial do Museu Antares de Ciência e Tecnologia. No entanto, as novas atrações já estão em funcionamento. O público aumentou, embora a direção do Observatório (que faz parte da estrutura da Universidade Estadual de Feira de Santana) ainda não tenha feito o balanço dos números neste primeiro mês. “Queremos ser uma referência não somente para as escolas na Bahia. Recebemos aqui nos últimos dias estudantes de Sergipe e Minas Gerais”, contabiliza Paulo Poppe.

Enquanto a verba para completar o Museu não vem (é preciso aproximadamente R$ 1 milhão de reais) os visitantes se contentam com os dinossauros, uma réplica das ruínas de Stonehenge (uma espécie de observatório primitivo, de 2.500 Antes de Cristo, que fica na Inglaterra) e o “módulo lunar”. Da viagem ao espaço os visitantes conhecem uma cópia de 11 metros do foguete que levou os astronautas (o original tem 111 metros, maior que todo o comprimento do Antares), a sensação de ausência de gravidade, experimentada com o estudante suspenso dentro de aros que giram descontroladamente sobre o próprio eixo e uma curiosa simulação de caminhada em solo lunar, feita em um túnel com aproximadamente 10 metros de extensão.

Durante a reportagem, estavam no Antares as crianças de 1º e 2º ano do Centro de Educação e Recreação Anjo da Guarda, do município de Amélia Rodrigues. Eles vieram concluir o estudo sobre “O Universo e seus mistérios”, que foi tema em sala de aula. “Vir até aqui e visualizar concretamente é muito mais significativo para eles. A aprendizagem fica muito melhor”, observa a coordenadora Alba Dias da Silva. “Trouxe outros alunos antes e eles voltam entusiasmados, contando para os pais”, relata a professora Cristiane de Jesus.

VEJA ABAIXO FOTOS DE REGINALDO PEREIRA, DO MUSEU EM CONSTRUÇÃO (clique na imagem para ver maior)


Três dos monstros aparecem nesta foto




Ao lado do funcionário, nota-se o tamanho do dinossaurro



Crianças de escola em visita ao Parque dos Dinossauros

O diretor Paulo Poppe, entre as ruínas de Stonehenge


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Espalhe

Bookmark and Share