Pode haver prova mais eloqüente da nossa indigência intelectual do que a notícia de que um projeto de incentivo à leitura aplicado em apenas oito escolas de Salvador e uma de Lençóis é finalista de premiação nacional dos ministérios da Educação e Cultura?
Li com satisfação a manchete “Projeto baiano é finalista do prêmio Viva Leitura 2009”, n’A Tarde de hoje. Logo no começo, aparece a informação de que se trata do projeto Leituração, do governo estadual. “Ah, quer dizer que o governo estadual tem um projeto de incentivo à leitura? Que bom, eu não sabia! Estranho que não tem publicidade sobre”.
Logo em seguida se vê o porquê da ausência de divulgação. É um projeto de micro alcance, diante das dimensões da rede pública. Uma escola no interior, uma escola no presídio Lemos de Brito e mais seis também pela capital. Não dá pra acreditar que o governo pretende mesmo incentivar a leitura. Mesmo assim, virou um dos cinco finalistas brasileiros do prêmio do governo federal. Festa de entrega da premiação aos três primeiros será nesta quinta-feira, em São Paulo.
Ah sim, pelo que entendi do final do texto, em 2009 o projeto chegou a oito cidades (a premiação deve levar em conta somente iniciativas de 2008, mas isso a matéria não diz) De oito em oito, serão somente 52 anos para chegar nos 417 municípios baianos. E para chegar a todas as escolas estaduais desses 417 municípios? Bom, aí já são outros quinhentos!
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