Mal disfarçando a vontade de abrir caminho para sua própria candidatura a deputado federal, o estadual licenciado Fernando Torres peregrina pelos programas radiofônicos da cidade, incentivando o ex-prefeito José Ronaldo a ser candidato ao Senado. Diz ter certeza de que o reconciliado amigo terá estrondosa votação em Feira e nesta Bahia que já foi de ACM.
Eis o problema. Primeira eleição sem ACM. Souto, que já sucumbiu em 2006 quando o chefe agonizava, ninguém sabe onde vai parar agora, que ACM se foi sem deixar pistas. Com que força Souto chegará na época da eleição? Até aqui só tem se confirmado o previsível esvaziamento do DEM, justamente num de seus últimos redutos, esta Bahia de ... (de quem mesmo?). Ronaldo, sem dúvida, precisa aumentar sua projeção estadual. Fará isso arriscando a duríssima parada de disputar o Senado? Não teria muito mais a ganhar – e influir – sendo um deputado federal com um caminhão de votos?
Imagino que Torres não tem a ilusão de influenciar decisão do macaco velho Ronaldo. Mas como este não se decidiu (ou não quis dizer o que decidiu) nem é de lavar roupa suja em público, não se manifesta sobre a alegre insistência do deputado.
Torres comparece com desenvoltura crescente nos microfones (mesmo sem ter aprendido ainda a falar), incentivando o ex-prefeito. A dúvida é se este convite não é um incentivo ao suicídio político.
Primeiro alguém diz que ouviu dizer que Torres é candidato a federal. Em seguida ele liga pra confirmar, explicando sua tese Ronaldo-Senador. Para não transparecer tanto sua sedenta ida ao pote, menciona a possibilidade de Graça Pimenta, Paulo Aquino ou Carlos Geilson almejarem a vaga de substituto de Ronaldo na luta pela Câmara Federal. Geilson já declarou no ar em seu programa que deixa a honra para o próprio Torres.
Nestas ligações o neo-DEM finge que não existe a candidatura de Noide Cerqueira (incentivada por Ronaldo) e dá como fato consumado a desistência de Fernando de Fabinho da política, embora este já tenha por diversas vezes negado que jogou a tolha. Também depende da decisão do ex-prefeito.
Como disse o prefeito Tarcízio Pimenta, a indefinição de Ronaldo deixa o pessoal de seu grupo sem saber o que fazer.
Mas se é isso mesmo que ele quer!!!
PS: Minha aposta é deputado federal. Ronaldo nunca gostou de arriscar.
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