14.12.09

Sufoco da imprensa em Serrinha

 

Rádios de Salvador, Feira de Santana e até São Francisco do Conde, que disputava o título, não puderam transmitir o jogo decisivo do intermunicipal ontem em Serrinha. Espremidos em um palanque com no máximo 6x6 metros quadrados, armado especialmente para o jogo final, 29 profissionais entre locutores, comentaristas e técnicos (fora os penetras que precisavam a todo instante ser convidados a se retirar) tentavam trabalhar. Cada equipe dividia uma mesinha de bar.


Uma amostra do amontoado no "camarote" da imprensa


Nem todos conseguiram entrar no ar. "Tivemos sinal até meia hora antes do jogo começar. Caiu e não voltou mais. Vai ser difícil justificar isso por lá", lamentava Antônio Assunção, da São Francisco FM.

"Contratamos a linha por R$ 300 e não conseguimos transmitir", queixava-se o locutor Paulo José, da Sociedade de Feira de Santana. Como representante da Associação de Cronistas Desportivos na cidade, ele disse que sempre sofre no intermunicipal e "só ouve desculpas da Federação Baiana".

A Tudo FM, de Salvador, desistiu de transmitir. "Tem várias rádios que não conseguiram e o técnico da empresa telefônica sumiu", queixava-se o repórter Jorge Catugy.

Os técnicos apareceram, mas não conseguiram resolver o problema. "O problema é no equipamento da rádio", acusou Paulo Juriti, a serviço da Oi, depois de tentar em vão colocar no ar todos os que estavam no palanque improvisado.

Precária também foi a situação das emissoras de TV, que precisaram se instalar em cima dos bancos de reservas, como mostra a foto abaixo, de Reginaldo Pereira, como a anterior:


Segundo o coordenador de esportes do município, Eguiberto Matos, a Federação não deu instruções suficientes sobre a estrutura que deveria ser montada para atender as emissoras. Ele desconhecia inclusive a metragem do que chamou de camarote da imprensa. Bem menor do que o camarote dos convidados da prefeitura, logo ao lado, que abrigou uma multidão, onde alguns inclusive não se mostravam nem um pouco interessados no jogo.

"A Federação fez várias reuniões e ata por escrito, desde que ficaram as quatro equipes semifinalistas, dando orientações sobre como proceder", justificou-se  o presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues.

"A Federação tem que incluir um representante dos profissionais na vistoria antes de liberar o estádio. E se o estádio não tiver condições, que se transfira o jogo para outro", defendeu Jair Cesarinho, diretor regional da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que cobrou "um mínimo de condições" para a imprensa trabalhar.

 

Posted via email from Glauco Wanderley

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