Cirurgias feitas através do SUS em Feira de Santana podem ser suspensas por causa de um movimento anunciado por anestesistas, que querem aumento de 100% na tabela dos procedimentos. Sem contar as emergências, são realizadas cerca de 900 cirurgias mensalmente em Feira de Santana, de acordo com o secretário de Saúde, João Carlos Cavalcante. Porém, parte delas ocorrem no Hospital da Mulher (municipal) e Clériston Andrade (estadual). Restariam ainda 350 a 400 em instituições particulares, que seriam afetadas pelo movimento.
Falando em nome dos demais profissionais da área, o médico Benedito Gonçalves declarou que as cirurgias de emergência continuarão a ser feitas. Mas a partir de segunda-feira os médicos vão se recusar a participar das eletivas, que são agendadas. Sem anestesista, não podem ocorrer as operações.
Entre os valores defasados pagos por alguns procedimentos os manifestantes mencionam R$ 21,12 por curetagem e R$ 61,18 por cesariana. Eles alegam que o governo do estado remunera melhor os profissionais.
O prefeito Tarcízio Pimenta (DEM), que é médico, concorda que os valores são baixos, mas argumenta que são determinados na esfera federal, pelo Ministério da Saúde. Outro aspecto lembrado por Tarcízio é que não poderia estabelecer valores diferenciados da tabela apenas para anestesistas, ignorando os demais profissionais que atuam em uma cirurgia. Menciona até o risco de ser penalizado pelos órgãos fiscalizadores, caso procedesse desta forma.
Quanto ao pagamento diferenciado por parte do estado, o prefeito alega que a relação é outra, porque os profissionais neste caso celebram contratos individuais diretamente com o governo. No caso de Feira de Santana, o município tem contrato com empresas que por sua vez selecionam os profissionais. Esta é inclusive uma esperança da prefeitura para manter a normalidade dos serviços, caso a ameaça de paralisação se concretize. As empresas contratadas terão que providenciar a solução. “O atendimento de emergência está garantido. E vamos providenciar para que tudo seja resolvido também nos outros casos”, afirma o secretário Cavalcante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário