5.2.10

Paralisação de anestesistas pode retardar até 400 cirurgias em um mês

Cirurgias feitas através do SUS em Feira de Santana podem ser suspensas por causa de um movimento anunciado por anestesistas, que querem aumento de 100% na tabela dos procedimentos. Sem contar as emergências, são realizadas cerca de 900 cirurgias mensalmente em Feira de Santana, de acordo com o secretário de Saúde, João Carlos Cavalcante. Porém, parte delas ocorrem no Hospital da Mulher (municipal) e Clériston Andrade (estadual). Restariam ainda 350 a 400 em instituições particulares, que seriam afetadas pelo movimento.

Falando em nome dos demais profissionais da área, o médico Benedito Gonçalves declarou que as cirurgias de emergência continuarão a ser feitas. Mas a partir de segunda-feira os médicos vão se recusar a participar das eletivas, que são agendadas. Sem anestesista, não podem ocorrer as operações.

Entre os valores defasados pagos por alguns procedimentos os manifestantes mencionam R$ 21,12 por curetagem e R$ 61,18 por cesariana. Eles alegam que o governo do estado remunera melhor os profissionais.

O prefeito Tarcízio Pimenta (DEM), que é médico, concorda que os valores são baixos, mas argumenta que são determinados na esfera federal, pelo Ministério da Saúde. Outro aspecto lembrado por Tarcízio é que não poderia estabelecer valores diferenciados da tabela apenas para anestesistas, ignorando os demais profissionais que atuam em uma cirurgia. Menciona até o risco de ser penalizado pelos órgãos fiscalizadores, caso procedesse desta forma.

Quanto ao pagamento diferenciado por parte do estado, o prefeito alega que a relação é outra, porque os profissionais neste caso celebram contratos individuais diretamente com o governo. No caso de Feira de Santana, o município tem contrato com empresas que por sua vez selecionam os profissionais. Esta é inclusive uma esperança da prefeitura para manter a normalidade dos serviços, caso a ameaça de paralisação se concretize. As empresas contratadas terão que providenciar a solução. “O atendimento de emergência está garantido. E vamos providenciar para que tudo seja resolvido também nos outros casos”, afirma o secretário Cavalcante.

 

Posted via email from Glauco Wanderley

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