11.2.10

Presos encerram rebelião sem conseguir nada

Acabou pouco antes das 16 horas da quarta-feira a rebelião de 25 detentos do presídio de Serrinha, que tinha começado na manhã de segunda-feira. Segundo o Superintendente de Assuntos Penais da Secretaria de Justiça, Isidoro Orge, nenhuma concessão foi feita aos amotinados, que no início do movimento mataram um colega de prisão e o tempo todo mantiveram outros três como reféns.

A principal reivindicação era a transferência para o Presídio de Salvador, mas desde o começo o secretário Nelson Pellegrino tinha determinado que ninguém seria transferido. “Nós demonstramos por meio de documentos que a permanência deles aqui era legal, ao contrário do que alguns pensavam”, explica.

Os presos pediam ainda agilização dos processos na justiça e ficou combinado que todos seriam analisados caso a caso.

A rendição ocorreu sem confronto, embora policiais do pelotão de Choque da PM estivessem presentes o tempo todo e tenham entrado para o interior da unidade com cachorros, capacetes, escudos e máscaras. Ontem mesmo foi feita a transferência para outra ala, onde todos ficarão alojados enquanto os danos são avaliados e o conserto providenciado. O superintendente ainda não sabia a dimensão dos prejuízos. Apenas que foi usada uma barra de ferro capturada durante o serviço de faxina, para danificar o mecanismo de abertura das portas das celas do pavilhão.

Orge anunciou que os responsáveis serão autuados em flagrante pelo homicídio e pelos estragos ao patrimônio público. Informou ainda que os três reféns não foram feridos e ainda será avaliada a transferência deles para o presídio de Feira de Santana, para escapar das ameaças de morte.

A forma pela qual o detento Joselito Alves da Silva foi morto ainda será esclarecida com a ajuda da polícia técnica. A família do preso foi contactada para as providências do enterro. Um rabecão do Departamento de Polícia Técnica entrou para transportar o corpo, cujo cheiro já era sentido na área interna do presídio.

O Conjunto Penal de Serrinha é considerado de segurança máxima, mas teve rebeliões em agosto do ano passado, janeiro e fevereiro deste ano. O superintendente atribuiu esta frequência ao atual perfil dos ocupantes das vagas na unidade. O motim encerrado ontem, por exemplo, foi na área denominada seguro, um pequeno pavilhão onde havia 29 presos, 14 dos quais identificados como membros da quadrilha do traficante Cláudio Campanha. Em setembro de 2009, o chefão foi transferido de Salvador para um presídio federal de segurança máxima em Mato Grosso do Sul, enquanto seus comparsas foram para Serrinha.

 

Posted via email from Glauco Wanderley

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