5.3.10

Venda de "remédios" de porta em porta ainda é comum em Feira

A venda de remédios milagrosos de porta em porta, sem receita médica, ainda é uma prática em Feira de Santana. Ocorre inclusive no bairro Conceição, onde uma fábrica clandestina foi interditada pela Vigilância Sanitária na quarta-feira.

Entre os vizinhos da fábrica alguns se negam a falar do assunto e dizem que nem sabiam o que funcionava no local, que operava de portas fechadas. Quem fala, pede anonimato. Como uma jovem, cuja cunhada comprou um vidro grande de um xarope anunciado pelo vendedor como “remédio” para abrir o apetite. “Logo depois a criança teve uma infecção e nós achamos que foi por causa do remédio”, relata a moça, que chegou a pensar em comprar o produto, mas desistiu depois da experiência negativa.

Ela conta que uma Kombi passava vendendo, anunciando em alto-falante as misturas que “servem” para todo tipo de doença. Ela mesma recebeu convite para ser uma revendedora de porta em porta, mas não quis.

Outra senhora moradora do bairro Cidade Nova disse ter sido insistentemente assediada por um vendedor que queria indicar um remédio para o coração para o marido dela, cardiopata. Ela garante que se recusou a comprar, com medo de alguma consequência negativa. No entanto, ficou tentada, pois consultou a opinião da médica do esposo, que obviamente rechaçou a ideia. Não comprou o remédio para o coração do marido, mas comprou um para emagrecer, convencida por uma funcionária da Nature Life, a fábrica interditada. “Nem tomei até o fim, porque vi que não adiantava”, admite arrependida do desperdício de dinheiro.

Muitos destes remédios populares têm como foco principal o combate à impotência sexual masculina. Antônio Melo, 70 anos, disse que já recusou muitas ofertas do gênero, feitas por vendedores que passavam com uma pasta de porta em porta, no próprio bairro Conceição. “Nunca comprei nem esse nem qualquer outro tipo de remédio desses de garrafada. Só tomo o que o médico mandar”, afirma.

No centro da cidade, no comércio popular conhecido como Feiraguai, uma vendedora anuncia as potencialidades da fruta cajarana. “Essa aqui levanta até defunto”, apregoa, acompanhando a propaganda com um gesto indicando a finalidade sexual do vegetal.

 

 

Posted via email from Glauco Wanderley

Um comentário:

  1. Ayrton Costa5/3/10

    Caro jornalista, parabéns por esta matéria, bastante elucidativa. Embora não tenha feito comentários, ultimamente, neste blog, quero lhe dizer que, diariamente, passo por ele para me atualizar sobre os assuntos feirense.

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