11.9.09

Moradores do George Américo com medo de ônibus

No bairro George Américo, incluído na região Norte, considerada mais perigosa para o transporte coletivo, o medo dos assaltos provocou há alguns dias a mudança de roteiro. Os ônibus estavam evitando os últimos dois quilômetros do trajeto e os passageiros eram obrigados a completar o percurso a pé.

O roteiro já foi normalizado, mas o medo permanece. Todas as pessoas que conversaram com a reportagem colocaram a condição de não serem identificadas. Um motorista que trabalha há dois anos na linha contou que em dois anos perdeu a conta exata, mas calcula que foram mais de vinte assaltos.

A cobradora, que estava apenas há uma semana na linha, contou que não foi assaltada, mas reproduziu o relato de um colega que ouviu de um marginal o aviso contra a nova prática das empresas de esvaziar a gaveta de dinheiro no Terminal Central da cidade. “Isso só vai acabar quando a gente estourar a cabeça de um de vocês”.

Um passageiro que aguardava no ponto final demonstrava o mesmo receio dos rodoviários. “Eles agora vão se voltar contra os passageiros”.

Outro dizia que do jeito que as coisas vão, os passageiros deixarão de usar ônibus e pegarão somente os chamados “ligeirinhos”, os carros particulares que fazem transporte clandestino. “O ônibus você não sabe quem tá entrando. Ele tem que parar para todo mundo que dá a mão”, raciocina o morador.

Um terceiro garante que prefere fazer certos trajetos a pé do que ficar dentro do ônibus, sem alternativa, em caso de assalto. “Antigamente as empresas tinham segurança”, cobrou.

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