A falta d’água que aflige Feira de Santana há mais de uma semana deixa clara uma necessidade que a Embasa já detectou há muito tempo, mas não solucionou. Desde 2003 foram projetados dois centros de reservação, com capacidade para 17,6 milhões de litros (o da região Norte da cidade com 10,5 milhões de litros e da região Leste com 7 milhões e 100 mil litros). Para se ter uma ideia, a cidade sobrevive hoje com um estoque pouco superior a isto. Os dois reservatórios que abastecem toda a região, localizados na Serra da Conceição, em Conceição da Feira, tem 10 milhões de litros cada um. Fora estes, existem alguns outros, de pequeno porte.
A Embasa esperava obter dinheiro do PAC para construir os chamados “centros de reservação”, com custo estimado em R$ 12 milhões. Mas de acordo com o gerente de Feira de Santana, José Neydson Eloy, a presidência da empresa já decidiu que vai executar a obra com recursos próprios. “No verão do ano que vem eles devem estar prontos”, projeta o gerente.
A situação é tão precária hoje que a interrupção domingo do fornecimento de energia pela Coelba durante meia hora nos equipamentos de Conceição da Feira tinha causado a falta de água em diversos bairros. Quando a situação ainda estava se normalizando, o problema com a energia se repetiu, desta vez durante três horas, do final da noite de terça para o início da quarta-feira. Foi o suficiente para que toda a cidade ficasse sem água. O desabastecimento atingiu também São Gonçalo dos Campos, Santa Bárbara, Santanópolis e Tanquinho. 156 mil ligações, para uma população estimada de 700 mil pessoas.
De acordo com o gerente, a construção dos novos reservatórios vai permitir que a empresa tenha maior folga em caso de problemas com energia ou de outra natureza. Ou seja, a Embasa vai seguir o conselho que dá aos consumidores: aumentar a capacidade dos reservatórios. Se a entrada de água vinda da estação de tratamento em Conceição da Feira parar, haverá um estoque para manter o abastecimento. De acordo com ele, a falta d’água é concentrada na periferia da cidade, nos bairros Pampalona, Sítio Novo, Pedra Ferrada, Asa Branca e distrito de Maria Quitéria.
A empresa acredita que a principal dificuldade hoje é na distribuição e não na quantidade de água fornecida. Mesmo assim, Neydson anuncia que está aumentando também a produção, de 1350 para 1620 litros por segundo. O aumento será obtido com a troca de equipamentos na estação de bombeamento.
Quanto a um gerador de energia que impeça a interrupção de abastecimento em caso de problemas com a energia, Neydson considera praticamente inviável, porque seria um equipamento muito grande, caro, que não é fabricado no país e haveria dificuldades até no transporte até a estação; além do que, teria também manutenção muito cara.
O que a Embasa vem tentando fazer é convencer a Coelba para implantar uma rede de alta tensão exclusiva, de Salvador a Feira, para dar maior segurança ao fornecimento de água.
PROCON MULTA
O Procon de Feira de Santana emitiu multa de R$ 100 mil contra a Embasa em função da interrupção do abastecimento de água na cidade, na quarta-feira. A decisão foi anunciada pelo coordenador do órgão, Magno Felzemburgh. “A multa é também motivada pela interrupção do serviço, não somente nesta quarta-feira (09) como em dias anteriores”, frisou Felzemburgh.
A Coelba não foi multada, mas também será acionada. “A Embasa alegou que o desabastecimento foi gerado por falta de energia elétrica, impossibilitando o bombeamento. Por isso entendemos que há responsabilidade de uma empresa e da outra”, justifica.
Foi estipulado prazo de 10 dias para que a Embasa e a Coelba apresentassem defesa.
Glauco,
ResponderExcluirExistem alguns erros nas suas informações:
1- A parada no domingo foi de uma hora e não meia, como você noticia;
2- A Coelba também foi noticada a pagar uma multa de igual valor ao da Embasa;
3 - Parte do projeto de 2003 já foi implantado com ampliação da capacidade da ETA naquela época, investimentos da ordem de R$ 11 milhões.
Atenciosamente,
José Neydson Silveira Eloy
Gerente do Escritório Local de Feira de Santana
Embasa
Em relação ao ponto 2, a informação que obtive na prefeitura é de que apenas a Embasa foi multada.
ResponderExcluirE mais: o diretor do Procon, Magno Felzemburg, deu entrevista informando que a Coelba declarou ao órgão que a parada foi devido a um problema de rompimento de adutora da Embasa e não por falha no fornecimento elétrico.
Bom Glauco,
ResponderExcluirA imprensa tem um papel fundamental na informação do ocorrido e na cobrança dos direitos do cidadão, porém a mesma deverá estar pautada em provas para sustentar suas afirmações.
Peça a prefeitura o documento dizendo que só a Embasa foi multada e a Coelba a memória de massa do medidor da ETA, assim como os dados coletados no qualímetro instalado por ela própria na nossa estação e verás quem está dizendo a verdade.